Colocação das palavras na língua portuguesa
Colocação das palavras na língua portuguesa
Ajude-nos a deixar-nos saber Larapedia.com relatou a um amigo / amiga ou relatar nosso site fórum sobre seu blog ou bookmarks sociais como o Facebook eTwitter, graças
Los siguientes textos son propiedad de sus respectivos autores y les damos las gracias por la oportunidad que nos brindan para presentar gratis a estudiantes, profesores y usuarios de la Web para sus textos ilustrativos con fines educativos y científicos.
La información en la medicina y la salud en este sitio es de carácter general y para propósitos informativos solamente y por lo tanto no puede sustituir en ningún caso el consejo de un médico (o una persona legalmente autorizada para la profesión).
Colocação das palavras na língua portuguesa
Colocação das Palavras
Quando falamos ou escrevemos, nem sempre nos damos conta de que a simples mudança do lugar de uma palavra pode afetar consideravelmente o sentido de uma frase, como é o caso deste exemplo:
Na festa dos bichos, só o sapo não veio.
Na festa dos bichos, o sapo não veio só.
Outras vezes, a posição das palavras não afeta em nada o sentido, mas prejudica a sonoridade. Com uma simples mudança de posição, pode-se consertar tudo. Neste diálogo, por exemplo:
- Você não me conhece?
- Eu não. Nunca vi-te.
A segunda fala, que nem parece português, ficaria perfeita apenas com o deslocamento do pronome:
- Eu não. Nunca te vi.
Bastam esses dois exemplos para demonstrar que a posição das palavras não é indiferente no português, afetando tanto o sentido quanto outros aspectos da comunicação que não podem ser deixados de lado.
Problemas como esses são chamados de sintaxe de colocação.
Colocação e Estrutura Sintática
A colocação interfere, muitas vezes, na estrutura da frase, como se pode observar num dos versos da seguinte estrofe:
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive.
Manuel Bandeira
Tomemos o verso: Rainha e falsa demente.
Agora, troquemos a posição do e: Rainha falsa e demente.
Como se vê, a simples mudança de lugar da conjunção “e” altera a relação sintática entre os termos do enunciado e afeta o sentido.
No primeiro exemplo, falsa qualificando demente (é um adjunto adnominal). No segundo exemplo, o mesmo termo continua sendo um qualificador; nessa posição, porém, não está mais associado a demente, mas a rainha, colocando sob suspeita o título de majestade e não a demência da soberana, como na versão original. Por aí se vê que a alteração da ordem das palavras pode modificar a estrutura sintática da frase.
Evidentemente, nem toda mudança na colocação das palavras interfere na estrutura sintática. Quando tratamos dos marcadores de correlação entre as palavras da frase, a mudança de colocação só afeta o sentido do enunciado quando faltam outros marcadores de correlação.
Harmonia: a colocação interfere também na sonoridade da frase. Observe os dois enunciados que seguem:
Não se farão concessões.
Não farão-se concessões.
Mesmo sem apelar para conhecimentos especializados, sentimos que o primeiro enunciado está totalmente enquadrado nos padrões de harmonia e melodia da frase: é agradável de ouvir. Por outro lado, o segundo enunciado nega completamente esses padrões. Isso nos leva a concluir que há disposições de palavras mais harmônicas do que outras.
Clareza: a colocação interfere também na maior ou menor clareza do enunciado. Há uma disposição das palavras que exige menos esforço de compreensão que outra. Vejamos os dois enunciados a seguir:
A destruição pelas chuvas da ponte trouxe enormes prejuízos.
A destruição da ponte pelas chuvas trouxe enormes prejuízos.
Como se pode perceber, o segundo enunciado, em matéria de clareza, é francamente preferível ao primeiro.
Expressividade: a colocação, por fim, serve para criar efeitos de sentido variados: o deslocamento de uma palavra ou expressão pode conferir-lhe maior ou menor força de expressão. Veja os exemplos a seguir, em que foi trocada a posição do adjetivo em relação ao substantivo:
Dize-me para onde vais, solitário peregrino!
Dize-me para onde vais, peregrino solitário!
Confrontando os dois enunciados, fica evidente a ênfase que ganha o adjetivo do primeiro enunciado pela sua anteposição ao substantivo. No segundo enunciado, o adjetivo posposto ao substantivo cria um efeito de mais objetividade, de neutralidade. No primeiro, enfatiza a impressão subjetiva do enunciador.
Topicalização: é o mesmo que colocar no topo. Considera-se o início da frase como se fosse o topo. Assim, a colocação de uma palavra ou expressão no início é uma forma de destacá-la no enunciado. Exemplo: O casarão, não havia nada que chamasse mais atenção na paisagem.
Focalização: há palavras que se justapõem a outras para dar-lhes destaque, como se fossem um objeto colocado sob o foco de luz num cenário. Exemplo: De todas as peças do jogo, o rei é que recebe mais luz nesse tabuleiro.
Princípio Geral
Nossos estudos gramaticais não dispõem ainda de um conjunto fechado de normas sobre a colocação das palavras no enunciado. Apesar disso, podemos pautar-nos pela seguinte fórmula: A disposição ideal das palavras (salvo os casos sujeitos à expressividade) é aquela que confere à frase maior clareza e sonoridade. Exemplo:
As críticas mais severas dos deputados ao presidente vieram de seu próprio partido.
As críticas mais severas ao presidente dos deputados vieram de seu próprio partido.
Não há dúvida de que a disposição das palavras é mais clara no primeiro do que no segundo exemplo.
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos
Um dos aspectos da harmonia da frase refere-se à colocação dos pronomes oblíquos átonos. Tais pronomes situam-se em três posições:
- Antes do verbo (próclise): Não te conheço.
- No meio do verbo (mesóclise): Avisar-te-ei.
- Depois do verbo (ênclise): Sente-se, por favor.
Próclise
Por atração:usa-se a próclise quando o verbo vem precedido das seguintes partículas atrativas:
- Palavras ou expressões negativas: Não te afastes de mim.
- Advérbios: Agora se negam a depor. Se houver pausa (na escrita, vírgula) entre o advérbio e o verbo, usa-se a ênclise: Agora, negam-se a depor.
- Pronomes Relativos: Apresentaram-se duas pessoas que se identificaram com rapidez.
- Pronomes Indefinidos: Poucos se negaram ao trabalho.
- Conjunções subordinativas: Soube que me dariam a autorização solicitada.
Com certas frases: há casos em que a próclise é motivada pelo próprio tipo de frase em que se localiza o pronome.
- Frases Interrogativas: Quem se atreveria a isso?
- Frases Exclamativas: Quanto te arriscas com esse procedimento!
- Frases Optativas (exprimem desejo): Deus nos proteja. Se, nas frases optativas, o sujeito vem depois do verbo, usa-se a ênclise: Proteja-nos Deus.
Com certos verbos: a próclise pode ser motivada também pela forma verbal a que se prende o pronome.
- Com o gerúndio precedido de preposição ou de negação: Em se ausentando, complicou-se; Não se satisfazendo com os resultados, mudou de método.
- Com o infinito pessoal precedido de preposição: Por se acharem infalíveis, caíram no ridículo.
Mesóclise
Usa-se a mesóclise tão somente com duas formas verbais, o futuro do presente e o futuro do pretérito, assim quando não vierem precedidos de palavras atrativas. Exemplos:
Confrontar-se-ão os resultados.
Confrontar-se-iam os resultados.
Mas:
Não se confrontarão os resultados.
Não se confrontariam os resultados.
Não se usa a ênclise com o futuro do presente ou com o futuro do pretérito sob hipótese alguma. Será contrária à norma culta escrita, portanto, uma colocação do tipo:
Diria-se que as coisas melhoraram. (errado)
Dir-se-ia que as coisas melhoraram. (correto)
Ênclise
Usa-se a ênclise nos seguintes casos:
- Imperativo Afirmativo: Prezado amigo, informe-se de seus compromissos.
- Gerúndio não precedido da preposição “em” ou de partícula negativa: Falando-se de comércio exterior, progredimos muito.
Mas
Em se plantando no Brasil, tudo dá.
Não se falando em futebol, ninguém briga.
Ninguém me provocando, fico em paz.
- Infinitivo Impessoal: Não era minha intenção magoar-te. Se o infinitivo vier precedido de palavra atrativa, ocorre tanto a próclise quanto a ênclise.
Espero com isto não te magoar.
Espero com isto não magoar-te.
- No início de frases ou depois de pausa: Vão-se os anéis, ficam os dedos. Decorre daí a afirmação de que, na variante culta escrita, não se inicia frase com pronome oblíquo átono. Causou-me surpresa a tua reação.
O Pronome Oblíquo Átono nas Locuções Verbais
- Com palavras atrativas: quando a locução vem precedida de palavra atrativa, o pronome se coloca antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplo: Nunca te posso negar isso; Nunca posso negar-te isso. É possível, nesses casos, o uso da próclise antes do verbo principal. Nesse caso, o pronome não se liga por hífen ao verbo auxiliar: Nunca posso te negar isso.
- No início da oração ou depois de pausa: quando a locução se situa no início da oração, não se usa o pronome antes do verbo auxiliar. Exemplo: Posso-lhe dar garantia total; Posso dar-lhe garantia total. A mesma norma é válida para os casos em que a locução verbal vem precedida de pausa. Exemplo: Em dias de lua cheia, pode-se ver a estrada mesmo com faróis apagados; Em dias de lua cheia, pode ver-se a estrada mesmo com os faróis apagados.
- Sem atração nem pausa: quando a locução verbal não vem precedida de palavra atrativa nem de pausa, admite-se qualquer colocação do pronome. Exemplo:
A vida lhe pode trazer surpresas.
A vida pode-lhe trazer surpresas.
A vida pode trazer-lhe surpresas.
Observações
- Quando o verbo auxiliar de uma locução verbal estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, o pronome pode vir em mesóclise em relação a ele: Ter-nos-ia aconselhado a partir.
- Nas locuções verbais, jamais se usa pronome oblíquo átono depois do particípio. Não o haviam convidado. (correto); Não haviam convidado-o. (errado).
- Há uma colocação pronominal, restrita a contextos literários, que deve ser conhecida: Há males que se não curam com remédios. Quando há duas partículas atraindo o pronome oblíquo átono, este pode vir entre elas. Poderíamos dizer também: Há males que não se curam com remédios.
- Os pronomes oblíquos átonos combinam-se entre si em casos como estes:
me + o/a = mo/ma
te + o/a = to/ta
lhe + o/a = lho/lha
nos + o/a = no-lo/no-la
vos + o/a = vo-lo/vo-la
Tais combinações podem vir:
- Proclítica: Eu não vo-lo disse?
- Mesoclítica: Dir-vo-lo-ei já.
- Enclítica: A correspondência, entregaram-lha há muito tempo.
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais frequente, por apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise em situações excepcionais, que são:
- Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto. Exemplos: “Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força do advérbio de negação. “Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória por força da conjunção;
- Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória.
- Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acentua o pensador político” – uma oração subordinada causal, como a da questão, exige a próclise.).
Emprego Proibido:
- Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um copo d’água; Permita-me fazer uma observação.);
- Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos futuros, emprega-se o pronome em mesóclise. Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido - nem “me concedida” – iniciar período com pronome é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).
Fonte do documento:
http://s7041.minhateca.com.br/File.aspx?e=uHSLShldSpKziVeU3-n5MG1g72Ur-3lXBNi0ubivRjufHmcxhuyRrWl1sqEecm1VT-pqJI25cH50ZmgzlXUjOh6yHAsgswog4ypxlqgCWTfrUjfUtGZ9dYDf35_dkukRBfOfHapnI5ZBb63gEn2_6eYoBfrtUZaSvc687CF8Egs&pv=1
Site para visitar:http://s7041.minhateca.com.br
Autor do texto: não especificado no documento de origem ou indicadas no texto
Google Palavras-chave: Colocação das palavras na língua portuguesa Tipo de Arquivo: doc
Se você é o autor do texto acima e concorda em não partilhar o seu conhecimento para o ensino, pesquisa, bolsas de estudo (para uso justo, como mostrado acima, nos Estados Unidos copyrigh baixa "for fair use as indicated in the United States copyrigh low"), envie um e-mail conosco e nós vamos remover o texto rapidamente.
Colocação das palavras na língua portuguesa
Se você quer encontrar rapidamente as páginas relacionadas a um tópico específico, como xx usando o seguinte motor de busca:
Visite a página principal
Colocação das palavras na língua portuguesa
Por favor, visite índice inicial de todos os temas, graças
Termos de uso ea política de privacidade e condições de utilização