Língua Portuguesa ortografia

 

 

 

Língua Portuguesa ortografia

 

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ORTOGRAFIA

 

"A grafia na Língua Portuguesa é uma ‘pedra’ no sapato, muita gente tem dificuldade para escrever corretamente. Nesses casos, é preciso ter humildade para dizer ‘Eu não sei’ ou para consultar um dicionário."
Assim o professor Pasquale inicia esse módulo que trata de Ortografia. O público na rua é chamado para dar sua opinião sobre a grafia de determinadas palavras. A primeira pergunta é como se escreve a palavra chuchu. Muitos erram. Chuchu se escreve, como você já pode perceber, com ch e sem acento.
Outra "curiosidade" que a língua nos oferece diz respeito à palavra viagem.
O povo na rua volta a se manifestar. Algumas pessoas garantem que é com g, outras , com j. Qual a forma correta?
Pasmem, as duas. Viajar se escreve com j, mas viagem pode ser tanto com g como com j. Viagem com g é o substantivo. Viajem com j é a forma verbal do verbo viajar. Veja.

Que eu viaje
Que tu viajes
Que ele viaje
Que nos viajemos
Que vós viajeis
Que eles viajem

Ex: Eu quero que vocês viajem agora e que façam uma ótima viagem
Interessante, não ?
Mais dúvidas aparecem quanto à grafia das palavras através, atrás, atrasado.
Elas são escritas com s ou com z ?
Atrás, atrasado, atrasar são palavras de uma mesma família, têm o mesmo radical e todas são escritas com s.
Através também é escrita com s.
Problemas relacionados à grafia existem em outras línguas, não são exclusivos da Língua Portuguesa.

 

 

BENVINDO/BEM-VINDO

 

Determinadas palavras do nosso vocabulário sempre trazem problemas nos piores momentos, não é? Uma dessas palavras é "bem-vindo". Algumas pessoas escrevem "benvindo", enquanto outras grafam "bem-vindo" ou ainda "bem vindo", sem hífen. Afinal, qual é a forma correta?
Realmente, é grande a confusão em torno da grafia correta. Em todo o Brasil, podemos notar tabuletas e placas com as três formas exemplificadas acima. Nos dicionários brasileiros, a grafia adotada é "bem-vindo", com hífen.
Portanto, nada de juntar, nada de escrever "benvindo". De acordo com o dicionário Aurélio, "Benvindo" é nome próprio, é nome de homem. No caso da saudação, escreva sempre dessa forma: "bem-vindo" e "bem-vinda", com hífen.

 

HÍFEN

 

Quando se usa hífen e quando não se usa?

A palavra "subdelegado" tem ou não hífen?

O professor Pasquale lembra que o uso do hífen segue determinadas regras.

Tendo-se como exemplo a palavra "subdelegado", o prefixo "sub" só exige hífen quando a palavra seguinte, ou seja, seu radical começar com b ou r.

Exemplos:
sub-base, sub-bibliotecário, etc...
sub-raça, sub-reptício, sub-reitor, etc...

Assim, subdelegado não tem hífen porque a palavra delegado não começa com nenhuma das duas letras, b ou r.

Para a maioria esmagadora dos prefixos, vale o hífen se o radical da palavra seguinte começar com h, r, s e vogal.

Prefixos:
auto extraintra semicontrainfrapseudo ultra
Exemplos:
auto-serviço, contra-regra, pseudo-autor, semi-árido, extra-oficialmente, infra-estrutura, ultra-humano,etc.

A partir dessa regra não é possível escrever com hífen as palavras: autoconfiança, contracapa, extraconjugal, infravermelho, etc. Nenhuma delas tem seus radicais iniciados por h, r, s ou vogal.

Existem alguns prefixos que se enquadram numa terceira regra. São prefixos muito usados no dia-a-dia e mesmo assim erra-se bastante.

O professor Pasquale sugeriu que se fizesse uma pergunta na rua e a maior parte da pessoas errou.
"Como você escreve antiinflamatório e antiinflacionário".

Os prefixos anti, ante e sobre exigem hífen quando o radical começa com h, r e s.

Não é o caso das palavras sugeridas ao público.

 

HÍFEN
(à-toa/salário-mínimo)

 

Você está com uma pressa danada e quer saber se "salário mínimo" se grafa com hífen ou sem ele. Numa consulta ao dicionário, você rapidamente vê "salário-mínimo" com hífen e se dá por satisfeito: vai usar a expressão com o hífen.
Nada disso! Numa consulta mais atenta, você verá que "salário-mínimo" com hífen tem um significado diferente do que está imaginando. A expressão não significa o valor mínimo que o trabalhador brasileiro deve receber como salário. Nesse caso, devemos grafar sem o hífen: "salário mínimo".
"Salário-mínimo" é uma expressão popular que possui outro sentido:

"Esse time é salário-mínimo" = "Esse time é muito fraco, não vale nada".

 

Quando queremos nos referir à remuneração mínima dos assalariados, utilizamos as palavras "salário" e "mínimo" no sentido básico delas, o que não acontece na expressão com hífen, que é usada para adjetivar alguma coisa.
E à toa, é com hífen ou sem hífen? "À toa" ou "à-toa"? Esta é outra encrenca. Veja o trecho da letra de "Tão seu", canção gravada pelo grupo mineiro Skank:

...Não diga que não vem me ver:
de noite eu quero descansar,
ir ao cinema com você,
um filme à-toa no Pathé...
Não diga que você não volta:
eu não vou conseguir dormir,
à noite eu quero descansar,
sair à toa por aí."

 

A expressão aparece grafada das duas formas, com hífen e sem hífen, e com sentidos completamente diferentes.

filme à-toa = filme qualquer

Neste caso, "à-toa", que se escreve com hífen e acento indicador de crase no "a", funciona como uma expressão de valor adjetivo. No segundo caso, sem hífen, a expressão tem outro sentido:

sair à toa = sair sem rumo, sair a esmo

 

HÍFEN (DIA-A-DIA)

 

Diga lá, a expressão "dia a dia" é com hífen?
Se você está com um dicionário aí do lado, ou se consultar o dicionário do computador, terá como resposta "dia-a-dia". Isso, com hífen. Mas... não se dê por satisfeito, não. O uso do hífen depende do caso. Veja o texto deste anúncio, de um shopping center de São Paulo, veiculado em outdoors:

"O dia-a-dia das mães é aqui."

 

No anúncio, "dia-a-dia" é sinônimo de "cotidiano". A expressão está substantivada e grafa-se com hífen.

Dia-a-dia = cotidiano

"Dia a dia" pode ser sem hífen também, como na canção "Pacato cidadão", gravada pelo Skank:

"Pacato cidadão, te chamei a atenção
não foi à toa não
C’est fini la utopia mas a guerra todo dia
dia a dia não
Tracei a vida inteira planos tão incríveis
Tramo a luz do sol
Apoiado em poesia e em tecnologia
Agora a luz do sol"

Nesse caso, "dia a dia" não tem o sentido de "cotidiano". Quer dizer "diariamente", algo que acontece dia após dia. Aí, nada de hífen.

dia a dia = dia após dia, diariamente

 

Veja outros exemplos de "dia a dia" sem hífen:

"Ela melhora dia a dia."
"Ela melhora dia após dia."
"Ela melhora diariamente."

 

A expressão "dia-a-dia", portanto, só é grafada com hífen quando é substantivada, quando aparece na frase como substantivo.

 

O TREMA / O APÓSTROFO

 

Muitos pensam que o trema não existe mais. Existe. Faz parte do sitema ortográfico vigente e deve ser usado quando a letra U for pronunciada atonamente nos grupos QÜE ,QÜI e GÜE, GÜI. Um exemplo claro e muito conhecido é a palavra CINQÜENTA. Veja nas cédulas de CINQÜENTA reais.

Há outra palavra muito bonita e interessante que, normalmente, as pessoas pronunciam de forma errada: QÜIPROQUÓ. QÜIPROQUÓ é uma expressão latina que significa confusão. O trema deve aparecer no primeiro U. O segundo U não está em nenhum dos grupos que exigem esse sinal.

Outro motivo de confusão é o apóstrofo, um sinal em forma de vírgula usado em certos casos de união de palavras. Um exemplo do uso do apóstrofo está na música de Chico Buarque "Gota D'água".

"Deixa em paz meu coracão
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."

 

Em vez de Chico escrever gota de água, ele preferiu gota d'água. O apóstrofo representa a junção de duas palavras: de e água.

Outra confusão no uso do apóstrofo. Muita gente coloca apóstrofo em pra, redução da palavra para. No caso, não houve junção de palavra com palavra. Logo, não há por que colocar o apóstrofo.

O apóstrofo pode ser usado de forma criativa. Por exemplo, no nome de um bar situado na rua Eça de Queiróz, no bairro do Paraíso, em São Paulo. O nome do estabelecimento é "ENTRE N'EÇA". Os proprietários criaram essa marca a partir do nome da rua e da expressão popular "entre nessa".
Resumo: Não use apóstrofo sem que haja junção de palavras.

 

TREMA

 

Trecho da canção "Saudade de Casa", de Ivan Lins. Letra de Vítor Martins:

"Quero tudo como antes:
nossa casa aconchegante,
eu bem dentro dos seus olhos,
Seu morador.
Eu tranqüilo ao seu lado,
Onde quer que esteja, lá está
O mais belo e bem cuidado amor"

 

A letra dessa canção contém a palavra "tranqüilo". De acordo com as normas ortográficas vigentes, a letra "u" deve, sim, receber o sinal trema. O trema existe sim, não morreu nem foi abolido.
Está em andamento um acordo ortográfico para unificar a grafia da língua portuguesa nos sete países em que ela é falada oficialmente. Se esse acordo entrar em vigor um dia, o trema desaparecerá. Enquanto isso não acontece, o trema existe e deve ser usado.
Veja a canção "Eu não Agüento", com os Titãs:

"Eu vou-me embora para a ilha
fazer a cabeça sob o sol que irradia
queimando em ritual.
É na batida do reggae
e com o cabelo trançado,
eu tô livre na vida,
e o que há de errado
com a noite que brilha?
Eu não agüento, eu não agüento,
Eu não agüento, eu não agüento,
é de noite, é de dia,
mão na cabeça e documento."

 

Se você quer escrever "agüento" seguindo a norma culta da língua, use o trema. Mesmo que parte da imprensa não use e muita gente já se tenha esquecido dele, continue usando o sinalzinho, sempre quando a letra "u" for sonora e precedida de "g" ou "q" .FORMAS PARALELAS DE PALAVRAS

 

TERMINADAS EM "X"

 

E o adjetivo relativo a tórax?

Qual é o plural de tórax?

É toráxico ou torácico?

Com essas perguntas o professor Pasquale inicia o programa e esclarece.

O plural de tórax é tórax: o tórax, os tórax. Já o adjetivo é torácico, com c e não com x.

Mas nem todos os plurais de palavras terminadas em x seguem o mesmo modelo. Um exemplo vem da música "Cálix Bento" (letra adaptada por Tavinho Moura da Folia de Reis do Norte de Minas Gerais) cantada por Pena Branca e Xavantinho.

"... onde mora o cálix bento,
... onde mora o cálix bento..."

 

Deve-se atentar para a pronúncia correta da palavra cálix. O x não é pronunciado como na palavra tórax e sim, com som de s. Cálix tem uma forma paralela, cálice.

Nas palavras que terminam em x e têm forma paralela, o plural é feito pela forma paralela.

Ex: cálix, cálice, cálices

 

apêndix ( neste caso, pronuncia-se o x ), apêndice, apêndices

índex, índice, índices

látex, látice, látices

( normalmente, diz-se latéx. Errado. O certo é látex).

 

PALAVRAS TERMINADAS EM "EZ"

 

Como é que se escreve "chinês"? Com "s" no fim, é claro, e acento circunflexo no "e". E "holandês" ? Mesma coisa: "s" no fim e circunflexo no "e". E quem é tímido? Quem é tímido possui uma propriedade que às vezes atrapalha um pouco... Uma propriedade, uma qualidade chamada...
Bem, vamos ver um trecho de uma canção com o grupo Biquíni Cavadão:

"... Se eu tento ser direto, o medo me ataca.
Sem poder nada fazer,
sei que tento me vencer e acabar com a mudez.
Quando chego perto, tudo esqueço e não tenho vez.
Me consolo (foi errado o momento talvez...),
mas na verdade nada esconde essa minha timidez..."

 

Essa música chama-se "Timidez", exatamente o que nos interessa. Quem é tímido é dotado de timidez. "Timidez" não se escreve com "s", mas com "z". Trata-se de um substantivo abstrato, que, entre outras coisas, dá nome de qualidade, como "honestidade" e "rapidez". O adjetivo "tímido" dá origem a "timidez", substantivo abstrato. Sempre que acontece esse processo, com acréscimo de "EZ" e "EZA", usamos a letra "z".

 

 

 

 

Substantivos abstratos derivados de adjetivos terminam em EZ - EZA

 

É o caso também da palavra mudez, outra palavra que está na letra da canção. "Mudez", substantivo abstrato, vem de "mudo", adjetivo. Por isso, "mudez", como "timidez", escreve-se sempre com "z", de "zebra"!
E o substantivo abstrato também serve para dar nome de estado ou situação. Vamos entender melhor com a canção "Somos quem Podemos Ser", gravada pelos Engenheiros do Hawaii:

"... A vida imita o vídeo,
garotos inventam um novo inglês,
vivendo num país sedento,
um momento de embriaguez.
Somos quem podemos ser,
sonhos que podemos ter."

 

Nessa canção existe a palavra embriaguez. É o nome de um estado, de uma situação, como "gravidez".
E aquela raça de cachorro... será "pequinês" ou "pequinez" ? Bem, pequenez é a qualidade de algo pequeno. Pequeno é adjetivo, pequenez é substantivo abstrato. Portanto, com "z". A raça do cachorro chama-se "pequinês" porque é originária da cidade de Pequim, na China. E, assim como "holandês" e chinês", grafa-se com "s" no fim e circunflexo no "e".

USO DO "POR QUE"

 

Trecho da canção "Pedacinhos" (Guilherme Arantes) :

"Pra que tornar as coisas
tão sombrias
na hora de partir?
Por que não se abrir?
Se o que vale é o sentimento
e não, palavras quase
sempre traiçoeiras,
e é bobeira se enganar."

 

Nesta canção, Arantes usa a frase "Por que não se abrir?" Esse "por que" é separadíssimo! Toda vez que for possível substituir o "por que" por "por qual razão" ou "por que razão", ele deve ser escrito separado:

por que não se abrir
por qual razão não se abrir

 

Veja este trecho da canção "Coisa Mais Linda", de Carlos Lyra:

"... Coisa mais linda,
é você assim,
justinho você - eu juro -
eu não sei por que você
não me quer mais..."

 

"Eu não sei por que você não me quer mais" equivale a dizer "eu não sei por qual razão você não me quer mais". Sempre que essa troca for possível, escreva "por que" separado: "por" para cá, "que" para lá!

 

SE NÃO / SENÃO

 

Esta dúvida foi enviada, por e-mail, pela telespectadora Mirian Keller. Ela quer saber qual a diferença entre as palavras "senão" e "se não". Para explicar isso, vamos observar um trecho da canção "Nos Lençóis desse Reggae", de Zélia Duncan:

"Nos lençóis desse reggae,
passagem pra Marrakesh,
dono do impulso que empurra o coração
e o coração, pra vida.
Não me negue, só me reggae,
só me esfregue quando eu pedir
e eu peço sim,
senão pode ferir o dia
todo cinza que eu trouxe pra nós dois"

 

Esse "senão" que Zélia usou na letra deve ser escrito numa palavra só. Ele significa "do contrário" ou "caso contrário".

senão = do contrário / caso contrário

Exemplo:

 

"Faça isso, senão haverá problemas."
"Faça isso, do contrário haverá problemas."
"Faça isso, caso contrário haverá problemas."

 

Já as palavras "se" e "não" têm outro significado. "Se" é uma conjunção condicional, isto é, uma conjunção que indica condição.

"Se não chover, irei à sua casa."
"Caso não chova, irei à sua casa."

Nesse caso, a dica é simples: substitua mentalmente o "se não" por "caso não". Se for o sentido desejado, escreva "se" e "não" separadamente.

 

A SÓS / A SÓ

 

Qual a forma correta?
"Ela quer ficar a só."
ou
"Ela quer ficar a sós."

 

O programa foi às ruas saber a opinião de algumas pessoas. De sete entrevistados, três erraram e quatro utilizaram a forma correta:

"Ela quer ficar a sós."

 

Quando utilizamos a preposição "a", a expressão é fixa, invariável, nunca se flexiona:

"Eu quero ficar a sós."
"Ela quer ficar a sós."
"Nós queremos ficar a sós."
"Elas querem ficar a sós."

 

E se tirarmos a preposição "a"? Nesse caso a história muda: "sós" passa a ser apenas um adjetivo e, dessa forma, precisa concordar em número com o pronome ou substantivo da frase:

"Eu quero ficar ."
"Ela quer ficar ."
"Nós queremos ficar sós."
"Elas querem ficar sós."

 

Uma dica: o "", nesse segundo caso, equivale a "sozinho". Substitua uma palavra pela outra e veja se a frase faz sentido:

"Eu quero ficar a sós." / "Eu quero ficar a sozinhos."

 

Não faz o menor sentido, não é? Mas no outro caso a substituição dá certo:

"Eu quero ficar ." / "Eu quero ficar sozinho."
"Ela quer ficar ." / "Ela quer ficar sozinha."
"Nós queremos ficar sós." / "Nós queremos ficar sozinhos."
"Elas querem ficar sós." / "Elas querem ficar sozinhas."

 

Uma dica simples que funciona. Não há como errar! ACENTUAÇÃO

 

Por que acentuamos as palavras? Os acentos existem em nossa língua, têm sua lógica e devem ser usados.
O professor Pasquale Cipro Neto inicia este módulo do programa lembrando o que é uma palavra oxítona.
Palavra oxítona é aquela cuja sílaba tônica é a última. Exemplo: café.
Paroxítona é aquela palavra cuja sílaba tônica é a penúltima. Lata, por exemplo.
A exclusão é a lógica das regras de acentuação. Acentua-se o que é mais raro. Todas as paroxítonas terminadas em R são acentuadas e, portanto, nenhuma oxítona terminada em R deve ser acentuada. Neste caso, basta lembrar que todos os verbos são terminados em R, falar, beber, bater, ouvir, chorar, comer. Todos são palavras oxítonas.

Quanto às proparoxítonas veja o exemplo que Chico Buarque nos traz.

"Amou daquela vez como se fosse a ÚLTIMA

Beijou sua mulher como se fosse a ÚLTIMA
E cada filho seu como se fosse o ÚNICO
E atravessou a rua com seu passo TÍMIDO
Subiu a construção como se fosse MÁQUINA
Ergueu no patamar quatro paredes SÓLIDAS
Tijolo com tijolo num desenho MÁGICO
Seus olhos embotados de cimento e LÁGRIMA

 

O professor Pasquale chama a atenção para os versos, que terminam sempre em palavras proparoxítonas, ou seja, aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima. É o caso de última, único, tímido, máquina, sólidas, mágico, lágrima e ótimo.
As proparoxítonas são as palavras mais raras da nossa língua, por isso todas são acentuadas.
Chico Buarque teve muito trabalho para escolher, entre palavras que já são raras, aquelas que coubessem nos seus versos.
O professor termina o módulo afirmando que o sistema de acentuação da nossa língua é muito bem feito. Resta a você seguir as regras e não ter preguiça de acentuar.

 

ABREVIATURAS

 

No dia-a-dia percebe-se muita confusão quanto às siglas e abreviaturas.

Abreviando-se, como se escreve 4 horas? É com H maiúsculo, minúsculo ou com S indicando plural?

O Instituto Nacional de Pesos e Medidas, INPM, é signatário de um Acordo Internacional que define essas abreviaturas.

Vejamos algumas abreviaturas reconhecidas internacionalmente por esse acordo.
1 metro1 - m /4 metros4 - m
1 litro - 1l /4 litros - 4 l
1tonelada - 1t
1 quilo - 1 k/10 quilos - 10 k
1 hora1- h/4 horas - 4 h
1 minuto - 1 min/30 minutos - 30 min

Se um jogo começa às 19 e 30 e se quer anotar isso de acordo com as normas internacionais, deve-se escrever 19h30min , sem ponto depois do min. Essa é a forma oficial.

Quanto às siglas também há muita confusão. Nesse momento do módulo o professor Pasquale chama algumas ilustrações. Em uma delas aparece um carro de socorro (guincho) onde está escrito S.O.S de duas formas, com e sem pontos, SOS.

Qual das duas formas é correta?

A forma correta é com os pontos, S.O.S., sigla originária do inglês que internacionalmente significa "save our souls", salve nossas almas.

No Brasil o que se adota é a diferença entre sigla pura e sigla impura.

Sigla pura é quando todas as letras da sigla correspondem à primeira letra de cada palavra do nome que se quer abreviar. Todas as letras são escritas em maiúsculo.

Por exemplo, I.N.P.S.

Temos I de Instituto, N de Nacional, P de Previdência e S de Social. Nessa sigla cada elemento formador do nome foi abreviado pegando-se a sua primeira letra.

Dersa é um exemplo de sigla impura. As duas primeiras letras, De, são representantes da palavra Desenvolvimento, o r representa a palavra rodoviário, o s de sociedade e o a de anônima.

Uma sigla só é pura quando todas suas letras constituintes representam a letra que inicia cada uma das palavras da forma extensa da sigla. Veja o primeiro exemplo, I.N.P.S.

Dersa não se enquadra nesse conceito. O D é maiúsculo porque inicia a sigla, o resto é minúsculo já que o e também vem de desenvolvimento, junto com o D inicial.

Procure escrever as siglas e as abreviaturas segundo as normas vigentes. CRASE

 

O professor Pasquale começa este módulo lembrando que crase não é o nome do acento. Crase é uma palavra grega que significa fusão. Assim, crase é o fenômeno da língua que é marcado com o acento grave. Ou seja, a crase indica a fusão de duas vogais iguais, basicamente dois As.

Neste módulo são tratados, especificamente, casos de crase em expressões adverbiais que indicam modo, lugar ou tempo.

"Morro Velho", canção de Milton Nascimento, é apresentada como referência. Em determinado trecho a letra diz:
"... some longe o trenzinho ao Deus-dará..."

 

"Some longe o trenzinho ao Deus-dará". Ao, a mais o. Ao Deus-dará, ao acaso, ao sabor do destino. Nas expressões masculinas somam-se as vogais. Não há a fusão porque as vogais são diferentes.

E o que acontece nas expressões femininas equivalentes?

Djavam responde na sua canção "Se".
"... você me diz à beça e eu nessa de horror..."

 

" à beça" é uma expressão adverbial de intensidade, significa "você me diz muito". Como também é uma expressão feminina temos a mais a. Logo, fundimos as vogais iguais e chegamos ao a com acento grave: à.

Outros exemplos são dados: à moda francesa, ao estilo francês; sapato ao estilo Luís XV, à moda Luís XV.

À francesa, à Luís XV: observa-se que , nesses casos, as palavras moda ou estilo estão subentendidas. Assim, esses as levam acento de crase.

Enfim, todas as expressões adverbiais femininas que indicam tempo, lugar e modo devem ser marcadas com o acento indicador de fusão, crase.

 

CRASE

 

Como diz o nosso poeta Ferreira Gullar, a crase não foi feita para humilhar ninguém. Mas como muita gente sente arrepios sempre que a encontra, voltamos mais uma vez ao assunto. Antes de mais nada, vale lembrar que "crase", tecnicamente, NÃO É o nome do acento. Na verdade, o acento chama-se grave. "Crase" é uma palavra de origem grega que quer dizer "fusão, "mistura". No caso, a fusão de um "a" com outro "a". Comumente, de uma preposição "a" com um artigo "a".
Veja esta letra, da canção "A Promessa", gravada pelos Engenheiros do Hawaii:

"...Estou ligado a cabo a tudo que acaba de acontecer.
Propaganda é a alma do negócio:
no nosso peito bate um alvo muito fácil.
Mira a laser... miragem de consumo,
latas e litros de paz teleguiada..."

 

Será "a cabo" ou "à cabo" ? Observe que "cabo" é palavra masculina, que não poderia ser precedida pelo artigo "a". Portanto, "a cabo" não leva o acento indicativo de crase, porque não houve qualquer fusão.
Na mesma letra, temos as expressões "a tudo" e "a laser". "Tudo" e "laser" também não são palavras femininas. Assim, não existe fusão entre preposição e artigo. Portanto, sem acento.
Vamos a outra canção com os Engenheiros do Hawaii, "Às Vezes Nunca":

"Tô sempre escrevendo cartas que nunca vou mandar
pra amores secretos, revistas semanais e deputados federais.
Às vezes nunca sei se "às vezes" leva crase,
às vezes nunca sei em que ponto acaba a frase..."

 

Expressões como "Eu faço isso às vezes" indicam uma idéia de tempo. Ao substituirmos essa expressão por "Faço isso aos sábados" ou "Faço isso aos domingos", fazemos a fusão da preposição "a" com o artigo masculino plural "os". Portanto, na expressão "às vezes" também existe a fusão entre artigo e preposição. Devemos usar o acento grave indicativo de crase.
Importante prestar atenção no sentido que "vezes" possui na frase. Por exemplo:

 

 

"Eu faço as vezes de fulano."

 

Nesse caso não existe acento, já que "vezes" tem significado completamente diferente: "Eu faço o papel de fulano". "Às vezes" só leva acento nos casos em que indica freqüência.

 

USO DO "QUÊ"

 

Quando é que se coloca acento na palavra "quê"?
Bem, sabemos que os monossílabos tônicos terminados em a - e - o - as - es - os sempre têm acento. Acontece que nem sempre a palavra "que" funciona como monossílabo tônico. Pelo contrário, quase sempre aparece como monossílabo átono:

"Eu quero que você me diga..."

Observe que na frase acima o "que" é lido como "qui", ou seja, é átono, tem sonoridade fraca. Portanto a palavra "que" usada como conjunção, unindo orações, é um monossílabo átono. Mas há casos em que a palavra leva acento circunflexo, como na letra da canção "Comida", gravada por Marisa Monte:

"... Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de
quê?(...)"

Vemos que, nesse caso, "quê" é tônico, tem uma sonoridade mais forte que no exemplo anterior e é a última palavra da frase. Trata-se de um monossílabo tônico terminado em "e" e, portanto, leva acento. Uma dica:
A palavra "quê", quando é a última palavra da frase, sempre leva acento circunflexo.

 

A palavra "quê" leva acento também em outra situação: quando é usada como substantivo:

"Ela tem um quê de misteriosa..."
"Ela tem um ar de misteriosa..."
"Ela tem um jeito de misteriosa..."

Sem dúvida, a palavra "quê" usada dessa forma, como substantivo, também é um monossílabo tônico. Portanto leva acento.

 

Fonte: http://members.fortunecity.com/marcel_amati/orto.doc

 

Autore del testo: non indicato nel documento di origine

 

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