História imperialismo
História imperialismo
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IMPERIALISMO
INTRODUÇÃO
Os imperadores e impérios eram antigos, mas o imperialismo era novíssimo. Era um termo novo, criado para descrever um fenômeno novo. Este fato é evidente o bastante para descartar uma das muitas escolas participantes desse tenso e acirrado debate ideológico sobre o imperialismo, a que argumentava que ele não era nada de novo, que talvez fosse mesmo um mero remanescente pré-capitalista. De qualquer maneira, era sentido e discutido como novo.
A palavra imperialismo passou a fazer parte do vocabulário político e jornalístico em 1890, no decorrer das discussões sobre a conquista colonial. Foi então que adquiriu a dimensão econômica que, como conceito, nunca mais perdeu.
O termo tem, várias acepções e o conceito é muito controvertido, e o historiador quando resolve abrir uma discussão sobre o tema, encontra um emaranhado apaixonado, denso e confuso, pois a maioria das discussões despertava sentimento fortes e não exatamente o que acontecia no mundo. E o que aconteceu, fato maior do século XIX, foi a criação de uma economia global única, que atingiu as mais remotas paragens do mundo, uma rede cada vez mais densa de transações econômicas, comunicações e movimentos de bens, dinheiro e pessoas ligando os países desenvolvidos entre si e ao mundo não desenvolvido.
O imperialismo pertencia a um período em que a parte periférica da economia mundial tornou-se crescentemente significativa, é uma forma de política que tem por fim a formação e a manutenção de impérios, sendo um dos fatores decisivos na história antiga e moderna, representando, politicamente, uma tentativa de unir diferentes nacionalidades ou grupos étnicos sob a direção de um governo que, pela extensão do seu território e riqueza dos seus recursos, forma um grande poder. Ideologicamente significa uma tentativa de justificar a expansão imperial. A origem dos impérios deve ser procurada geralmente na conquista; sua manutenção, no exercício de um poder dominador; e sua justificativa, na capacidade real ou alegada do grupo conquistador ou imperial sobre os grupos conquistados ou colônias. Deste modo, a essência do imperialismo é o domínio de uma nação sobre outra ou outras.
Foi provavelmente o período da história mundial moderna em que chegou ao máximo o número de governantes que se autodenominavam "imperadores", ou que eram considerados pelos diplomatas ocidentais como merecedores desse título.
1. IMPERIALISMO - CONCEITOS
O conceito de imperialismo traz muitas controvérsias em relação a sua compreensão dominador. Em algum livro lemos ser imperialismo o termo empregado para caracterizar a expansão ou a tendência de ampliação política e econômica de uma nação. Os meios utilizados para a consecução desses objetivos são variados, indo das negociações à anexação ou conquista de territórios, da obtenção de protetorados à concessão de monopólios e controle de mercados. Realiza-se pela conquista ou anexação de territórios, pelo estabelecimento de protetorados e pelo controle de mercados ou monopólios. Envolve sempre o uso da força e tem como conseqüência a exploração econômica, em prejuízo dos Estados ou povos subjugados
Para alguns autores, imperialismo refere-se a uma relação internacional, e para outros refere-se não só as formas de dominação, mas também à força ou forças que ocasionam e mantêm determinada relação. Assim, as relações que se estabelecem entre o país imperialista e o país dominado assumem diferentes formas nas dimensões espaço-temporais, mas sempre sua base se assentará sobre a desigualdade. Esta desigualdade poderá residir nos planos político, econômico, cultural, tecnológico.
Muitos pensadores procuraram explicar os motivos do imperialismo, seja para criticá-lo ou para desculpá-lo, mas deixando de lado as teorias antigas sobre os motivos e o valor do imperialismo, vários grupos de autores modernos podem ser apontados como estudiosos do assunto. No primeiro grupo podem reunir-se desde os moralistas ingleses até os totalitários alemães, italianos e japoneses do séc. XX, que advogaram políticas imperialistas, porque achavam que os problemas dos recursos humanos e materiais, dos mercados, de investimento de capitais e do excesso de população, seriam resolvidos pela criação de um império. Um segundo grupo seria formado pelos seus oponentes, entre os quais estão os fisiocratas da França, Adam Smith e David Ricardo, que admitem que o imperialismo pode beneficiar um pequeno grupo, mas nunca a nação, como um todo. Num terceiro grupo figurariam os teóricos marxistas, que estudaram todos os aspectos econômicos do imperialismo, entrando em grandes pormenores, e o interpretaram como a última etapa do capitalismo, etapa na qual o excesso de capital resultante do sistema de produção é obrigado a procurar, no estrangeiro, novos campos de investimento, em face da diminuição dos lucros no país de origem. O quarto grupo é formado pelos que argumentam que a história não apóia essas teses, porque elas não explicam o imperialismo pré-capitalista. Para eles o imperialismo resulta de um complexo de causas em que atuam, em diferentes graus, as pressões econômicas, a agressividade humana, a busca de segurança, a ambição de poder e prestígio, emoções nacionalistas, o humanitarismo e outros fatores. Daí resulta a dificuldade de eliminar o imperialismo.
Segundo Lenin, o imperialismo se caracterizava por cinco princípios essenciais: 1º a concentração da produção e do capital levada a um grau tão alto de desenvolvimento que resulta em monopólio, o qual desempenha um papel decisivo na vida econômica; 2º a fusão do capital bancário com o industrial e a criação, sobre a base desse "capital financeiro", da oligarquia financeira; 3º a exportação do capital, diferentemente da exportação de mercadorias, adquire uma importância particular; 4º a formação de associações internacionais monopolistas de capitais, as quais repartem entre si o mundo; 5º fim da divisão territorial do mundo entre as potências imperialistas mais importantes.
2. COMO SURGIU O IMPERIALISMO?
O Imperialismo nasceu para conquistar política, econômica e culturalmente os países da África – Ásia –Oceania e América Latina. Europa Ocidental e os Estados Unidos repartiram o mundo entre si e organizavam poderosos impérios coloniais que só tinham em comum o desenvolvimento da acumulação capitalista.
As causas dessa expansão foram diversas, no entanto todas se relacionam com o desenvolvimento do capitalismo industrial. O desenvolvimento capitalista desses países associado a um crescimento demográfico que se processava desde o séc. XVIII, significou uma transformação acelerada na estrutura econômica e nos hábitos sociais desses países. O desenvolvimento industrial ampliou a demanda de matérias-primas, muitas das quais se produziam em condições mais vantajosas fora da Europa e dos Estados Unidos, e, ao mesmo tempo, o aumento na produção de artigos industriais ampliou a necessidade de mercados exteriores que consumisse os excedentes. Por outro lado o crescimento das populações urbanas fez aumentar a demanda de alimentos, cuja produção na Europa havia diminuído pelo êxodo rural ou simplesmente porque se tornara mais barato comprá-los em mercado externo.
Todo esse processo denominou-se imperialismo comercial, uma vez que foi o comércio de matérias-primas, alimentos e bens manufaturados que estimulou os países industrializados a penetrar, controlar e dominar vastas regiões do mundo.
O imperialismo tinha outras marcas e razões mais sutis e menos transparentes. A conquista militar e política de milhões de seres humanos de outras raças e culturas era induzida pela exportação de capitais que não rendiam juros suficientes na Europa. Essa forma de penetração é conhecida como imperialismo financeiro, comandado por poderosos monopólios de banqueiros, investidores e industriais.
Particularmente, os monopólios que associavam grandes industriais e poderosos bancos foram um fenômeno característico da economia americana e alemã – da época – e de forma menos intensa, na Grã-Bretanha e na França. Além do mais, em todos esses países existia um grande excedente de capitais para ser exportado.
Além desses fatores de ordem econômica, outros de natureza político-estratégica, diplomática e nacionalista intervêm na expansão imperialista.
A idéia de que um país deve transformar-se uma potência mundial não só esta ligada a própria natureza do capitalismo como sistema mundial. Essa idéia de potência mundial tinha muito a ver com o prestígio da nação, o equilíbrio político europeu e a influência que a nação podia e devia exercer no mundo.
Por outro lado, a condição de potência mundial estava ligada a possibilidade de controlar matérias estratégicas tais como: cobre, ferro, borracha, petróleo, etc.
A febre imperialista, incentivada pelo dinamismo do crescimento industrial, expansão financeira e pela crescente necessidade de matérias-primas e de mercados, deu ao imperialismo do fim do séc. XIX um novo caráter. Ele procurou apoio espiritual em todas as teorias que glorificavam o poder e o sucesso e nas doutrinas da superioridade racial, dominantes nesse período. Todos procuram justificar seu domínio de diversas maneiras. A vitória dos aliados na I Guerra Mundial e a destruição do império nisso representaram o abandono de muitas das prerrogativas imperialistas em países coloniais.
Também é necessário lembrar outras motivações que, parcialmente, constituem outras tantas explicações do processo de colonização mundial. Assim foi notória a visão de que a colonização era uma missão civilizadora de uma raça superior, a branca. Essa convicção baseava-se na superioridade que o europeu e o americano viam em suas instituições políticas, na organização da sociedade, no desenvolvimento industrial. Ao mesmo tempo, essa imagem era estimulada por doutrinas marcadamente racistas, como a elaborada pelo filósofo inglês H.Speno, conhecida por "darwinismo social".
O imperialismo aglutinou os elementos econômicos, políticos, racistas, etc., porém, em todos os casos, o que estava por trás era a expansão em nível mundial das relações capitalistas de produção.
A história tem fornecido inumeráveis exemplos de imperialismo, desde a Antigüidade, passando pela expansão ultramarina dos tempos modernos até os dias atuais. Inicialmente, o imperialismo baseava-se no conceito de que as civilizações atrasadas deveriam naturalmente submeter-se às mais adiantadas. As sociedades dos séculos XVI, XVII e XVIIIconsideravam o imperialismo como uma verdadeira benção aos países colonizados que poderiam, então, usufruir do progresso político, econômico e cultural. Já no século XIX, no entanto, o imperialismo - bastante praticado na África e na Ásia - assumiu conotação negativa por força da teoria marxista que o definia como um fenômeno amoral que, inevitavelmente, traria guerras e conflitos de libertação nacional.
Na primeira década seguinte à I Guerra Mundial, o imperialismo parecia em declínio, com os impérios se dissolvendo, povos nativos ganhando sua independência ou, pelo menos, status igual, com o desaparecimento político de certos privilégios financeiros e comerciais estabelecidos pela conquista ou pela penetração econômica. A segunda década trouxe, porém, completa modificação daquela tendência. A nova filosofia do imperialismo fascista glorificou o destino das nações corajosas e procurou, pela guerra e pela conquista, impor o seu domínio sobre os povos fracos.
A busca de colônias e a disputa pelos mercados mundiais levaram os países capitalistas desenvolvidos a lutas que culminaram em guerras. A essa nova fase do capitalismo - iniciada no final do século XIX e baseada na existência dos oligopólios, no domínio do capital financeiro e na disputa entre os países pelo domínio de colônias e áreas de influência - damos o nome de imperialismo.
Os grandes trustes pretendiam a unificação do mercado mundial. Mas, ao mesmo tempo, agiam visando a criação do nacionalismo econômico, porque desejavam o controle exclusivista desse mercado.
Só pelos fins do século XIX que se inicia o estudo sistemático dessa série de fenômenos, isto é, só então surgem as primeiras teorias sobre o imperialismo, dando origem a uma sequência de análises que nunca deixaram de se desenvolver, em quantidade e qualidade, até hoje. Isto está evidentemente ligado ao fato de que, nas últimas décadas do século XIX (particularmente depois de concluída a unificação alemã em 1870), se iniciou uma fase histórica marcada por uma especial intensidade e qualidade dos fenômenos imperialistas. Com efeito, entre 1870 e a deflagração da Primeira Guerra Mundial, deu-se a repartição quase completa da África entre os Estados europeus e a ocupação (em que participou também o Japão e, em medida mais restrita, os Estados Unidos) de vastos territórios da Ásia, ou sua subordinação à influência européia.
Terminada essa fase, assistiu-se entre 1914 e 1945, ao desencadear de um imperialismo particularmente agressivo, o da Alemanha, que por duas vezes tentou estender a sua hegemonia sobre a Europa, o do Japão, que buscou fazer outro tanto na Ásia, e o da Itália fascita, que ocupou o último território independente importante da África, a Etiópia, querendo tornar realidade, numa situação de aliança subalterna com a Alemanha nazista, um plano hegemônico menos ambicioso na área do Mediterrâneo. Depois de 1945, apagou-se o impulso imperialista dos Estados europeus e do Japão, tendo lugar o processo de descolonização. Mas o fenômeno do imperialismo continuou a manifestar-se obviamente de formas diversas, quer nas relações hegemônicas estabelecidas entre as duas superpotências e os Estados dos respectivos blocos, quer na política neocolonialista praticada principalmente pelos Estados Unidos, mas também, em menores proporções, pelas demais potências capitalistas.
Daí a origem e desenvolvimento de uma vasta linha cultural que é representada pelas teorias concernentes ao imperialismo, teorias que têm como objeto essencial os fenômenos imperialistas daquela época, conquanto não excluam, em muitos casos, seu cotejo com os de outras épocas e, às vezes, a tentativa de elaborar teorias mais gerais, isto é, relativas aos fenômenos imperialistas de todos os tempos.
3. TRAÇOS FUNDAMENTAIS DO IMPERIALISMO
O imperialismo não é um modo de produção diferente do capitalismo - é somente a sua etapa mais avançada. Seguindo o seu estudo, podemos distinguir alguns traços fundamentais deste período: a) aparecimento dos monopólios; b) aparecimento do capital financeiro; c) exportação de capitais; d) formação dos monopólios internacionais; e) luta constante pela partilha do mundo entre as grandes potências.
No imperialismo, os grandes países capitalistas dedicavam-se a exportação de mercadorias, especialmente produtos industriais. Mas, com o predomínio dos monopólios financeiros, torna-se mais importante a exportação de capitais. Com o fim de dar saída a grande quantidade de capital acumulado e com o objetivo de obterem o máximo de lucro, os monopólios passam a investir capitais noutros países, construindo grandes empresas, fundamentalmente de extração de matérias-primas, numa primeira fase. Deste modo, conseguem obter mercadorias a custos muito baixos, dado que a mão-de-obra, nestes países, é muito mais barata.
Outra das formas é a concessão de empréstimos e a chamada "ajuda econômica" a outros países. Os juros cobrados por esta "ajuda econômica" são constituídos pelas riquezas extraídas a estes povos, tirando-lhes os recursos necessários ao desenvolvimento da economia do país dependente, constituindo um verdadeiro saque, uma verdadeira pilhagem. Ainda por cima, estes empréstimos e esta "ajuda" são utilizados para pressionar politicamente o país saqueado.
De uns tempos para cá, a exportação de capitais dirige-se fundamentalmente para o setor da indústria transformadora. Este novo interesse do capital imperialista desenvolve-se a partir da Segunda Guerra Mundial e manifesta-se de duas formas: o capital imperialista investe ou na indústria nacional que nasce nos diversos países, ou na instalação de sucursais nesses países. Surgem, assim, as empresas multinacionais, de que é um exemplo típico a indústria automobilística brasileira.
A exportação de capitais generaliza-se numa etapa precisa do desenvolvimento capitalista: a etapa dos monopólios, no qual o agrupamento de capitalistas em Cartéis, Sindicatos e Trusts domina já amplos setores da economia da Metrópole Imperialista. A exportação de capital para os países coloniais e semi-coloniais é a exportação do capital monopolista.
Neste momento, a nível internacional formam-se os grandes trusts internacionais, que monopolizam a produção de matérias-primas em escala mundial. O número de cartéis ou monopólios internacionais não tem parado de crescer desde os fins do século XIX.
O conjunto de países dependentes, coloniais e semi-coloniais, formam o Sistema Colonial do Imperialismo. A indústria destes países não se desenvolve de acordo com todas as suas potencialidades, nem em função dos interesses nacionais. As massas populares e alguns setores da burguesia vêem-se constrangidos as imposições e condicionamentos ordenados pelas empresas monopolistas estrangeiras. Devido a isto, vai-se organizando a luta anti-imperialista, dirigida contra os monopólios estrangeiros e seus aliados internos.
Por isso, os países imperialistas investem importantes somas de dinheiro na indústria bélica, tanto para manter debaixo do seu domínio determinadas regiões do globo contra os interesses de outras potências imperialistas, como também para lutarem contra os movimentos de libertação nacional que surgem cada vez com mais força a nível mundial.
As razões da dependência dos países do Terceiro Mundo,podem ser enumeradas do seguinte modo: a) Tipo de produtos que o Terceiro Mundo exporta; b) Para onde exporta; c) O capital estrangeiro como elemento deformador da economia dos países do Terceiro Mundo; d) Dependência industrial e tecnológica como nova forma de dependência.
4. TECNOLOGIA E O IMPERIALISMO (baseado em texto de Eduardo Dimitrov)
A dependência tecnológica é uma das amarras mais fortes que prendem os países dependentes aos imperialistas.
O homem tem a capacidade de produzir utensílios, ferramentas e máquinas que o auxiliam em suas tarefas diárias e saciam suas necessidades. Essa produção sempre foi feita, desde a pedra lascada até os computadores atuais. O desenvolvimento tecnológico possibilita fazer máquinas e ferramentas cada vez mais eficazes e precisas, facilitando, na maioria das vezes, o trabalho humano e sua qualidade de vida.
Os espanhóis e portugueses, para usar um exemplo histórico, dizimaram os índios americanos por possuírem um material bélico mais desenvolvido que os nativos. Isso não significa que os índios não tivessem tecnologia, mas sim que ela não estava adaptada para o tipo de guerra européia. Os astecas, maias e incas, no entanto, tinham alfabeto, construíram coisas concretas, possuíam uma tecnologia capaz de marcar sua cultura. Desta maneira a cultura destes três povos não se perdem, enquanto muito da cultura tupi, por exemplo, perdeu-se. A tecnologia maia, asteca e inca não foi capaz de impedir o colonialismo europeu mas foi capaz de manter sua cultura e monumentos registrados. Ou seja, uma tecnologia não é melhor ou pior que outra, mas sim mais adaptada ou não a determinados objetivos. Os Estados Unidos tem uma grande produção de equipamentos bélicos, sendo essa a maior indústria americana.
No período da guerra fria, com a corrida armamentícia, ambos os países, USA e URSS, fizeram grandes avanços no conhecimento de táticas de guerra e fabricação de armas. Com a queda do governo soviético e anos depois a Guerra do Golfo, os americanos puderam desfilar seus armamentos poderosos para provar que eram realmente fortes, do ponto de vista bélico. Essa atitude pode ser vista como um alerta ao resto do mundo, uma prova de que toda aquela expectativa sobre as armas que estavam sendo desenvolvidas era verdade. Nesta primeira fase, na qual o conhecimento é associado ao o poder bélico, aquele que possuir o maior conhecimento e conseguir transforma-lo em armas, com certeza irá dominar o outro.
Os USA não dominaram territorialmente o oriente, entretanto, o oriente está em uma constante ameaça de possíveis invasões ou ataques. Quando alguns países começam a desenvolver grandes indústrias e essas necessitam mais consumidores para aumentar os lucros, cria-se uma pressão para que as industrias entrem em nações que são consumidoras em potencial. A alta tecnologia das grandes empresas e a mão-de-obra barata dos paises de terceiro mundo garantem a qualidade e o baixo preço dos produtos. Desse modo, os produtos de empresas multinacionais ou importados acabam sendo os mais procurados.
A publicidade cria necessidades e desejos que nem sempre são verdadeiros, mas as pessoas passam a acreditar que, para "ter sucesso", é preciso saciar os desejos criados. Uma pessoa que mora no Paraíso e trabalha na Consolação não precisa de um carro, já que tem a sua disposição um transporte ótimo e eficiente: o metrô. Entretanto, como culturalmente foi aceito que pessoas devem ter carros, ela irá comprar um carro para ficar engarrafada nos semáforos da Av. Paulista. Muitas pessoas possuem carros que representam frações elevadas do imóvel onde vive ou ainda pagam aluguel, mas vale a pena pois para ser alguém é necessário ter um carro, nem que seja uma "Brasília amarela". Nesse mercado no qual as necessidades são muitas vezes criadas, o consumismo passa a ser uma espécie de epidemia que se alastra através dos meios de comunicação e beneficia as grandes empresas. A tecnologia que até um ponto se desenvolveu para cobrir as necessidades reais do povo passou a ser desenvolvida para suprir as necessidades e desejos criados. Ou seja, a tecnologia em muitas vezes não está totalmente a favor do povo e sim em sua maior parte a favor de uma parcela de empresários. Esses desejos criados geram uma imposição.
Nesta etapa do capitalismo, em geral, muitas necessidades e desejos são criados pelos empresários com a finalidade de garantir um mercado constante e consecutivamente um maior lucro. Atualmente o conhecimento pode ser separado do capital. Uma única pessoa não precisa mais deter os meios de produção, o capital e a tecnologia. Basta para ele deter a tecnologia ou o conhecimento.
O conhecimento se tornou poder, aquele que detém a tecnologia consegue "dominar" os outros, seja economica, política ou socialmente.
Apesar de podermos separar os tipos de imperialismo de acordo com a associação da tecnologia a outros fatores, isso não significa que eles não possam coexistir. Além da tecnologia associada ao capital, armas etc. podemos vê -la associada à cultura. O cinema, principalmente o de Hollywood, utiliza uma tecnologia fenomenal para executar efeitos e imagens nos filmes. Junto com os filmes uma série de valores são transmitidos. Os filmes transmitem as mensagens que interessam para o país ou para quem produziu o filme. Essas mensagens servem para manipular a opinião pública que, muitas vezes, não tem o conhecimento da realidade e, por isso, não conseguem julgar as informações como corretas ou falsas. Com a massificação destas informações a população passa a acreditar e encará-las como verdades. Se nós passarmos a consumir demasiadamente estes filmes sem nos preocuparmos com a nossa cultura, haverá um desequilíbrio e nós passaremos a "cultivar" a cultura americana ao invés da brasileira.
Esta foi a preocupação de Mao Tse-Tung ao realizar a chamada Revolução Cultural na China. Mao preocupava-se em manter a cultura do povo, não deixando que os valores fossem alterados com um fim comercial ou político. Nos Estados Unidos, Bill Gates, o maior acionista da Microsoft e presidente da mesma, deverá pagar uma multa de 1 milhão de dólares por dia por estar aumentando seu monopólio no mercado de softweres. É a crise do imperialismo no país mais imperialista. Para os americanos a situação de Bill Gates é inaceitável pois ele domina 85% dos Pcs através do programa Windows. Uma situação um tanto curiosa já que o imperialismo tecnológico que afeta os USA os americanos não aceitam, mas o imperialismo que eles desfrutam é apoiado. Lá o monopólio é crime, aqui é fonte de riqueza para eles. A tecnologia vem sendo utilizada para gerar riqueza para pessoas e empresas. Se pudéssemos utilizar a tecnologia em benefício do povo, de toda a população mundial, com certeza alguns problemas já teriam sido resolvidos. A fome já teria sido extinta. Nós temos conhecimento suficiente para produzir alimentos para todos os homens do mundo. Porém, só se produz para aqueles que podem comprar, e produzir para os que não têm como pagar é prejuízo para os capitalistas.
5. A AMÉRICA LATINA ENTRA EM CENA
Por toda parte, o capitalismo destruiu os antigos vínculos pessoais, como a escravidão e a servidão, impondo seus próprios laços ao trabalhador, o assalariamento ou uma variante qualquer desse sistema.
Na América Latina foi a mesma coisa: as expropriações, os cultivos forçados para a exportação. A América Ltina só não foi esquartejada como a África pois tinha um "tutor": os americanos, que até então tinham apenas a ilusão de virem a ser uma potência, que disseram que a América era para eles. No entanto, quando esse tutor transformou-se em potência, mudou de discurso e gritou que era dono.
A penetração do imperialismo na América Latina deu-se por via comercial e financeira.
O impacto do capital transformou o continente. As velhas cidades se modernizaram. O capital transformou grande parte dos latino-americanos. Era uma corda no pescoço.
O imperialismo norte-americano desdobrou-se em duas doutrinas opostas: na Ásia usou a política do "portas abertas", isto é, todas as potências têm os mesmo direitos de participar comercial e financeiramente; na América Latina, a política seria de "América para os norte-americanos", isto é, de portas fechadas para qualquer outra potência que não fossem os Estados Unidos.
A doutrina Monroe foi formulada como advertência às potências européias para que não estimulassem e nem apoiassem nenhuma pretensão de reconquista sobre qualquer território americano. A França se lançou à conquista de um território, sonhando com a criação de um império realmente latino-americano.
6. COLONIZAÇÃO DA ÁFRICA
A África foi o continente que mais sofreu com a devastadora ação do imperialismo. Foi o único continente a ser dividido sem que se respeitasse a unidade lingüística e cultural de seus povos.
Foi um processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências européias, avassalador, que teve início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima européia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.
PORTUGUESES – Iniciam o processo na primeira metade do século XV, estabelecendo feitorias, portos e enclaves no litoral oeste africano. Não existe nenhuma organização política nas colônias portuguesas, exceto em algumas áreas portuárias onde há tratados destinados a assegurar os direitos dos traficantes de escravos. A obtenção de pedras, metais preciosos e especiarias é feita pelos sistemas de captura, de pilhagem e de escambo. O método predador provoca o abandono da agricultura e o atraso no desenvolvimento manufatureiro dos países africanos. A captura e o tráfico de escravos dividem tribos e etnias e causam um processo de desorganização na vida econômica e social dos africanos. Milhões de pessoas são mandadas à força para as Américas, e grande parte morre durante as viagens.
A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos.
INGLESES – No final do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder naval e econômico, assumem a liderança da colonização africana. Combatem a escravidão, já menos lucrativa, direcionando o comércio africano para a exportação de ouro, marfim e animais. Para isso estabelecem novas colônias na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente centralizado na mão de colonos brancos ou representantes da Coroa inglesa.
HOLANDESES – Estabelecem-se na litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 1652. Desenvolvem na região uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde, os bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra dos Bôeres.
PARTILHA DA ÁFRICA – No fim do século XIX e início do século XX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália. A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que estabelece normas para a ocupação. No início da I Guerra Mundial, 90% das terras já estão sob domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano.
Os franceses instalam-se no noroeste, na região central e na ilha de Madagáscar. Os ingleses estabelecem territórios coloniais em alguns países da África Ocidental, no nordeste e no sul do continente. A Alemanha conquista as regiões correspondentes aos atuais países de Togo, Camarões, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Namíbia. Portugal e Espanha conservam antigas colônias. Os portugueses continuam com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, enquanto os espanhóis mantêm as posses coloniais de parte do Marrocos e da Guiné Equatorial. A Bélgica fica com o Congo (ex-Zaire) e a Itália conquista a Líbia, a Eritréia e parte da Somália.
Após a partilha ocorrem movimentos de resistência. Muitas manifestações são reprimidas com violência pelos colonizadores. Também são exploradas as rivalidades entre os próprios grupos africanos para facilitar a dominação. A colonização, à medida que representa a ocidentalização do mundo africano, suprime as estruturas tradicionais locais e deixa um vazio cultural de difícil reversão. O processo de independência das colônias européias do continente africano tem início a partir da II Guerra Mundial.
7. COLONIZAÇÃO DA ÁSIA
Processo de ocupação territorial, exploração econômica e dominação política do continente asiático por potências européias. Baseia-se na dominação de portos e feitorias no litoral com o objetivo de abastecer o mercado consumidor da Europa de ouro, prata, tecidos e especiarias explorados na região. Inicia-se no século XV e termina após a II Guerra Mundial .
A tentativa de restabelecer o comércio com o Oriente, interrompido com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, leva os europeus a se lançar na busca de novas rotas marítimas. A expedição do português Vasco da Gama (1469-1524), realizada entre 1498 e 1499, inaugura a presença colonial européia na Ásia . Os portugueses estabelecem seu domínio na costa da Índia, da China e tentam conquistar o Japão. Os espanhóis instalam-se nas Filipinas, onde ficam até 1898. A partir do século XVII, a presença britânica na Índia, com a Companhia das Índias Orientais, supera a concorrência portuguesa e francesa. A França, porém, mantém a hegemonia na Indochina.
Disputa territorial – No final do século XIX, os países do Ocidente restauram a política colonialista, baseada na nova divisão econômica e política do mundo pelas potências capitalistas em ascensão. As potências européias e o Japão envolvem-se numa disputa acirrada para redividir os territórios asiáticos. A Rússia czarista conquista a Sibéria e parte da Ásia Central. O Reino Unido assegura sua soberania sobre a Índia e cria Estados intermediários no Nepal e no Butão. Entra também no Tibet e anexa a Birmânia (atual Mianmar) e o Ceilão (atual Sri Lanka). Com a Guerra do Ópio, toma Hong Kong da China. A França firma-se na Indochina, colonizando Laos, Camboja e Vietnã. Os Países Baixos (Holanda) mantêm o controle nas Índias Orientais (Indonésia).
Em 1874, o Japão inicia seu movimento expansionista, atacando a China e, mais tarde, a Coréia. A expansão japonesa é barrada pelas intervenções da Rússia, França, Alemanha e do Reino Unido, que deflagram uma corrida em busca de privilégios comerciais e concessões territoriais na China. Com a Guerra Hispano-Americana, os espanhóis perdem suas colônias no Pacífico e no Caribe para os Estados Unidos.
A partir da II Guerra Mundial tem início o processo de independência das colônias européias na Ásia.
8. GUERRA HISPANO-AMERICANA
Conflito armado entre os Estados Unidos e a Espanha que acontece em abril e maio de 1898. A guerra faz parte da estratégia norte-americana de expansão imperialista no mar do Caribe e no oceano Pacífico, regiões sob domínio espanhol. Em busca de um pretexto para a guerra, desde 1895 os EUA acompanham a luta de Cuba, então colônia espanhola, pela independência. A chance surge em fevereiro de 1898, quando o encouraçado norte-americano USS Maine, aportado em Havana, sofre uma explosão de autoria nunca esclarecida. O incidente ocorre em meio à revolta cubana contra as tarifas dos EUA, que ocasionam um colapso no mercado de açúcar.
A Espanha, por causa de sua inferioridade militar, tenta evitar o confronto. Mas os EUA são intransigentes e consideram a guerra como a primeira oportunidade de se projetar na política internacional.
Em abril, o governo norte-americano declara guerra à Espanha, que se rende em 1º de maio. A derrota espanhola marca o fim de seu domínio sobre Cuba e Porto Rico e o início do imperialismo norte-americano pelo mundo. Os EUA se transformam em herdeiros da Espanha no Pacífico: anexam Porto Rico, Filipinas e a ilha de Guam e incorporam formalmente o Havaí, seu protetorado desde 1875. Cuba também é cedida aos EUA, tornando-se independente em 1902. A Espanha manteve a idéia de reconquista até meados do século XIX.
CONCLUSÃO
O Imperialismo não só deixou um sabor amargo onde se instalou, como também queimou como ácido e perfumou como enxofre três continentes. Chegou como um vendaval, destruindo sociedades milenares e construindo um mundo de angústias sobre as ruínas de milhões de seres humanos. Para o dinheiro não existem barreiras emotivas, o sentimento nacional nem a dignidade da espécie. O dinheiro capitalista sobrevive quando se apossa do trabalho onde quer que ele exista, sem se importar que isso possa significar a destruição física ou psíquica do trabalhador.
A maioria não disse amém quando o imperialismo chegou. Ao contrário: até os mais humildes e desarmados, levantaram-se para resistir e lavar com sangue a condição e dignidade humanas.
A conquista da África negra esteve pontilhada de duras e longas guerras de resistência. O imperialismo não deixou por menos: usou e abusou da violência mais cruel para reprimir e intimidar.
No entanto, muito mais do que a força destruídora das armas, foi a força corrosiva do capital que levou à destruição. O efeito foi demolidor e a fome assassinou milhões de pessoas.
Durante o século XIX, alguns países - sobretudo aqueles às margens do Atlântico Norte - conquistaram o resto do globo não europeu com ridícula facilidade. Onde não se deram ao trabalho de ocupar e dominar, os países do Ocidente estabeleceram uma superioridade ainda mais incontestável com seu sistema econômico e social, sua organização e tecnologia.
Vimos que enormes regiões do mundo foram, para fins práticos, inteiramente divididas. Na América Latina, a dominação econômica, e a pressão política, quando necessária, eram implementadas sem conquista formal.
Essa repartição do mundo entre um pequeno número de Estados, foi a expressão mais espetacular da crescente divisão do planeta em fortes e fracos, em "avançados" e "atrasados" que já observamos.
O impacto econômico do imperialismo foi significativo, mas, é claro, o que ele teve de mais significativo foi sua profunda desigualdade, pois as relações entre metrópoles e países dependentes eram altamente desproporcionais.
Contudo, não foi apenas um fenômeno econômico e político, mas também cultural: a conquista do globo pelas imagens, idéias e aspirações transformadas de sua minoria "desenvolvida", tanto pela força e instituições como por meio do exemplo e da transformação social. Foi o próprio imperialismo que criou a possibilidade da existência de uma nova elite social baseada na educação de estilo ocidental.
O mais poderoso legado cultural do imperialismo foi uma educação em moldes ocidentais para minorias de vários tipos: para os pouco favorecidos que se alfabetizaram, descobrindo o caminho mais direto para a ambição.
O imperialismo gerou incertezas que eram facas de dois gumes, pois o império era vulnerável a seus governados. O imperialismo ia de par com aquele "estado que vive de rendas", que não podia senão levar ao declínio.
Seja como for, imperialismo é hoje um termo desmoralizado, sendo-lhe atribuído sempre um sentido pejorativo. No entanto, as sociedades contemporâneas reconhecem a existência de uma forma sutil de imperialismo, acentuadamente subjetiva: o imperialismo cultural, que se exprime pela rivalidade ideológica, utilizada para alterar ou impedir as relações entre as nações.
BIBLIOGRAFIA
- O Uso dos Conceitos, Nadir Domingues Mendonça, Editora Vozes, 4ª edição, 1994
- A Era dos Impérios - 1875/1914, Eric J. Hobsbawm, Editora Paz e Terra, 3ª edição, 1997
- História Geral, Florival Cáceres, Editora Moderna, 4ª edição, 1996
- Dicionário de Nomes. Termos e Conceitos Históricos, Antonio Carlos do Amaral Azevedo, 2ª edição, Ed. Nova Fronteira, 1996.
- CD ROM - Almanaque Abril, 1998, Abril Multimídia
- O imperialismo, Héctor H. Bruit, Atual Editora, 14ªedição,1994
- Dicionário de Política, Norberto Bobbio/Nicola Matteucci/Gianfranco Pasquino, Editora UnB, 11ªedição, 1998
- http://www.geocities.com/capitolhill/3021 (Página na internet de Eduardo Dimitrov com informações sobre o tema).
Este trabalho foi realizado pelos alunos abaixo relacionado, do 3º semestre C, do curso de Estudos Sociais da União Pioneira de Integração Social - UPIS/DF:
ÂNGELA DA SILVA
CAIO CÉSAR
GLÓRIA MARIA BRAGA
LUIZ LUCENA DE MELO
MAURÍCIO WEBER DE OLIVEIRA
MILVANIA SIMAS DA CUNHA
MONICA MARIA GOLTZMAN ABREU
SILVANA PAZ JAPIASSÚ
Notas:
1.Darwinismo social: Segundo essa filosofia, a teoria da evolução da Darwin podia ser aplicada perfeitamente à evolução da sociedade. Assim como existia uma seleção natural entre as espécies, ela também existia na sociedade. A luta pela sobrevivência entre os animais correspondia à concorrência capitalista; a sobrevivência do mais capaz, do mais forte era demonstrada pela forma criativa com que os gigantes da indústria engolia os competidores mais fracos, em seu caminho para o enriquecimento.Se a luta pela existência resultava na sobrevivência e no predomínio dos animais e das plantas mais capazes, uma luta semelhante se produzia entre as raças humanas e as nações, com idênticos resultados. Essa dura concorrência em âmbito internacional, que justificava a conquista e a destruição de sociedades inferiores, era feita em nome do progresso.
2. Entre os séc. XV e XVIII, algumas nações concorrentes criaram vários impérios, especialmente de caráter colonial. O maior império da época moderna é o de Filipe II, da Espanha. Portugal, Inglaterra, França e Holanda construíram também, nas Américas, na Índia e nas Índias Orientais, grandes impérios. No séc. XIX, a Grã-Bretanha tornou-se o protótipo de império, e imperialismo significou, acima de tudo, o britânico. Depois mesmo da independência das colônias americanas, a Inglaterra ampliou as suas conquistas na América do Norte, na Àfrica e na Ásia. Já no fim do séc. XIX muitos países formavam entre os Estados imperialistas, como os EUA, o Japão, a Rússia e, mais tarde, a Itália e a Alemanha.
3. Trust: É uma aliança de capitalistas, cujos componentes perdem por completo a sua independência produtiva, comercial e jurídica, convertendo-se em sócios possuidores de ações segundo o valor das suas empresas. A direção do Trust regula a produção, determina as condições de venda e os preços, decide sobre a distribuição dos lucros, etc.
4. Cartel:É uma associação de capitalistas, baseada num acordo sobre a distribuição de mercados, partilha de matérias-primas, condições de contratação de mão-de-obra, limitando da produção e estabelecimento de uma quota de produção e venda para cada um dos associados do Cartel. No entanto, a concorrência entre as empresas que o constituem torna esta aliança pouco sólida, principalmente em períodos de crise.
5. Doutrina de Monroe: Esta doutrina, expressa pela primeira vez em 1823 e subsequentemente repetida e elaborada pelos governos dos EUA, manifestava hostilidade a qualquer outra colonização ou intervençaõ política de potências européias no hemisfério ocidental. Mais tarde, isto passou a significar que o EUA eram a única potência com o direito de interferir em qualquer ponto do hemisfério. à medida que os EUA foram se tornando mais poderosos, a Doutrina Monroe foi sendo encarada com mais seriedade pelos Estados europeus. Durante a presidência de Theodore Roosevelt (1901-1909) a Doutrina Monroe adquiriu um objetivo caro e preciso que não conseguia esconder mais a finalidade imperialista. A interpretação dada, mais conhecida como Corolário Roosevelt, não passava de uma pitoresca doutrina que permitia castigar as repúblicas latino-americanas por seu mau comportamento. O próprio presidente afirmou: "Tudo o que este país deseja é ver que nos países vizinhos reinam a estabilidade, a ordem e a prosperidade. Todo Estado cujo povo se conduza bem pode contar com nossa cordial amizade. Se uma nação se mostrar capaz de atuar com eficiência e decência do ponto de vista social e político, se mantém a ordem pública e cumpre com suas obrigações, não deverá temer intervenções dos Estados Unidos. No entanto, uma desordem crônica ou uma impotência resultante do relaxamento geral dos laços da sociedade poderiam exigir na América, como em qualquer outra parte, a intervenção de uma nação civilizada. No hemisfério ocidental, a Doutrina Monroe pode obrigar os Estados Unidos, embora contra a vontade, a exercer, em casos de flagrante desordem ou de impotência, um poder de polícia internacional. (...)". O Corolário Roosevelt inaugurava a política do Big Stick, isto é, como aconselhava o próprio presidente, "falar manso com um garrote na mão". Os governos latino-americanos não apenas deveriam cumprir religiosamente suas obrigações financeiras, mas fazer uma política que protegesse os interesses econômicos das empresas norte-americanas. Como isto nem sempre era possível, a política do garrote se abateu devastadoramente sobre toda a área do Caribe e ameaçou todo o continente. Entre 1900 e 1933, os Estados Unidos intervieram militarmente quarenta vezes, além de fazerem pressões diplomáticas, chantagem econômica, advertências e ameaças dissimuladas. Estava nascendo uma nova potência imperialista, brandindo o garrote em uma das mãos e os dólares na outra.
6. Neocolonialismo: Processo de exploração econômica e dominação política dos continentes africano e asiático pelas potências capitalistas emergentes ao longo do século XIX e início do século XX. A disputa por novos mercados leva à partilha da África e da Ásia. Reino Unido, França e Bélgica, as primeiras potências industrializadas, iniciam o processo. São seguidos por Alemanha e EUA - que alcançam o apogeu industrial e econômico a partir de 1870 - e, posteriormente, por Itália, Rússia e Japão. Nessa época, os países industrializados procuram encontrar territórios ricos em matérias-primas para abastecer sua economia e novas regiões para investir o capital excedente. As colônias devem atender também aos problemas de crescimento populacional da metrópole e de fornecimento de mão-de-obra numerosa e barata. As inovações tecnológicas decorrentes da segunda Revolução Industrial e a exploração de novas fontes de energia aumentam a capacidade de produção das indústrias, o que força ainda mais a busca de novos mercados. A França instala-se sobretudo no noroeste da África, na Indonésia e na Indochina. O Reino Unido domina a Índia, ocupa o Egito, a China e estabelece colônias na África. A Rússia avança na Sibéria, no Cáucaso e na China. A Bélgica ocupa o Congo (ex-Zaire); a Alemanha, grande parcela da África negra. O Japão instala-se na Coréia, em parte da China e na Indochina. Os EUA dominam Cuba, Porto Rico, Filipinas, Samoa Americana, Guam e Havaí. As metrópoles estabelecem companhias privadas nas colônias para explorar o território e desenvolvem um sistema administrativo fortemente centralizado nas mãos de colonos. Os conflitos gerados pelos interesses colonialistas levam à I Guerra Mundial. A partir da II Guerra Mundial têm início a descolonização da África e a descolonização da Ásia.
7. DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA: Processo de independência das colônias européias no continente africano que começa após a II Guerra Mundial e termina na década de 70. Durante a guerra, a pressão das metrópoles pelo crescimento da produção colonial, o avanço dos meios de comunicação (aviação, rádio, construção de estradas) e a desestruturação das metrópoles européias - Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Itália - favorecem o surgimento de movimentos de libertação. A descolonização dá-se de forma lenta e desigual em todo o continente. Os movimentos anticolonialistas tomam impulso após a Conferência Afro-Asiática. Realizada em Bandung, na Indonésia, em 1955, reúne 24 países asiáticos e africanos. Eles proclamam o princípio do não-alinhamento automático ao lado das novas potências emergentes, EUA e URSS, e defendem o direito de autodeterminação dos povos. Nos dez anos que se seguem à conferência, 33 países obtêm sua emancipação. Diante da pressão dos movimentos autonomistas, muitas potências européias apressam a concessão da independência. Entretanto, procuram manter laços econômicos e políticos e estimulam a instauração de ditaduras fiéis à antiga colônia. Aos EUA e à URSS, nesse contexto da Guerra Fria, não mais interessa a manutenção do mundo colonial, mas a disputa por áreas de influência. O surgimento das nações africanas no século XX é marcado por lutas contra os grupos dirigentes colonialistas e por guerras civis, já que muitas das fronteiras estabelecidas pelos novos países não obedeceram às divisões étnicas, lingüísticas e culturais do povo africano. Alguns desses conflitos permanecem até hoje. Da mesma forma persistem sem solução os desequilíbrios econômicos e sociais no continente.
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