A Crise Econômica e politica no Império Romano resumo

 

 

 

A Crise Econômica e politica no Império Romano resumo

 

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A Crise Econômica e politica no Império Romano resumo

A Crise Econômica no Império Romano
Durante o longo período de conquistas, a riqueza do Império cresceu continuamente, por meio do confisco dos tesouros dos governan­tes vencidos, da cobrança de impos­tos, da aquisição constante de novas terras, e da escravização de parte dos povos dominados.
A economia romana tornou-se, assim, excessivamente dependente dos produtos e impostos vindos das suas províncias. Qualquer alteração na situação das mais distantes regiões sob o domínio romano tinha reflexos imediatos na vida econômica de Roma.
Essa dependência ficou mais evidente após o século II da nossa era, quando a política de conquistas foi suspensa, interrompendo a anexação de novas terras e a entrada de mais riquezas e escravos. Porém, continuava a ser necessária uma grande quantidade de dinheiro para garantir o pagamento dos numerosos funcionários do governo, civis e militares, responsáveis pelo controle das províncias e pela cobrança de impostos.
Para conseguir esses recursos, os governantes romanos recorreram a várias medidas, entre as quais o aumento constante dos impostos e a desvalorização da moeda, realizada por meio da redução da de metal em sua fabricação.
No entanto, o aumento dos tributos empobrecia as províncias, o que gerou um grande número de revoltas. Essas rebeliões dificultaram o comércio a ponto de os alimentos básicos começarem a faltar nas cidades da península Itálica.
A falta de produtos fez com que seus preços subissem muito. Esse processo de alta de preços, aliado à queda no valor da moeda, é chamado de inflação.
A diminuição do expansionismo significou também a redução no número de novos escravos, fazendo com que seu preço subisse. Como eles eram a principal mão-de-obra utilizada tanto nos campos quanto nas cidades, houve um aumento ainda maior nos preços, gerando mais inflação.

A Crise Política no Império Romano
Paralelamente à crise econômica, o Império Romano viveu uma crise política que se expressou em vio­lentas disputas pelo poder entre os vários líderes militares. Após a morte de Otávio Augusto, no ano 14 da nossa era, quatro diferentes dinastias ocuparam sucessivamente o trono imperial. Os reis da dinastia Severiana (193-235) estenderam a cidadania romana a todos os habitantes livres das províncias.
Os imperadores dessa dinastia governaram com o apoio dos prin­cipais chefes do exército. Contudo, após a morte de seu último repre­sentante, Alexandre Severo, os generais romanos entraram em violenta disputa pelo poder. Entre 235 e 284, mais de vinte generais sucederam-se no trono imperial.
Em 284, subiu ao poder o imperador Diocleciano, que gover­nou até 305. Visando facilitar a administração, ele instituiu uma nova organização política, em que quatro imperadores governavam diferentes regiões do Império. Pelo fato de serem quatro os governantes, essa nova forma de governo ficou co­nhecida como tetrarquia.
Presidida por Diocleciano, a tetrarquia era composta por dois imperadores principais (um deles o próprio Diocleciano), e dois impe­radores auxiliares.
Para fortalecer o poder dos go­vernantes, reforçou-se ainda mais seu caráter sagrado. Os imperadores deveriam ser reverenciados como deuses e chefes máximos da religião. Os cristãos, que haviam aumentado muito em número entre os séculos II e III, não aceitavam reverenciar os imperadores como deuses. Por isso foram perseguidos por Diocleciano.
Tentando diminuir os efeitos da crise econômica e combater a infla­ção, Diocleciano criou a Lei do Máximo, pela qual congelou os preços e os salários e diminuiu o valor de alguns impostos, para incentivar o aumento da produção.
Para enfrentar o problema da falta de mão-de-obra, Diocleciano criou uma lei que estabelecia a organização dos trabalhadores de acordo com o ofício que exerciam e tornava as profissões hereditárias. Assim, os filhos de camponeses, por exemplo, deveriam permanecer trabalhando na agricultura, e os filhos de artesãos deveriam seguir a pro­fissão dos pais.
Com o intuito de diminuir a bu­rocracia e as despesas do Império, Diocleciano buscou diminuir o nú­mero de funcionários civis e militares e criou um novo sistema de controle em parte das fronteiras, entregando sua defesa a lideranças locais, que recebiam terras em troca dessa atividade.
Portanto, durante o governo de Diocleciano, a crise política e eco­nômica foi temporariamente con­trolada. Contudo, ao longo dos séculos IV e V, a crise se intensificou novamente, e foi agravada pelas invasões de povos que viviam fora das fronteiras do Império, como ve­remos a seguir.

A Crise Social Império Romano
As invasões dos germanos nos territórios romanos foram facilitadas pelo aprofundamento da crise polí­tica e econômica pela qual passava o Império no final do século IV e início do século V.
A dificuldade de arrecadar re­cursos para a manutenção do exér­cito levou os governantes romanos a desmobilizar grande parte das tropas que vigiavam as fronteiras. A falta de controle sobre as fronteiras favoreceu os deslocamentos de po­vos germânicos, que começaram a entrar em grandes grupos no território do Império. As migrações, de início pacíficas, logo se tornaram con­frontos armados.
Entre 375 e 475, diferentes povos invadiram o Império Romano. Os visigodos, por exemplo, que depois de um confronto em 378 permane­ceram leais a Roma até o início do Século V, atacaram a península Itálica em 402, mas foram expulsos. Em 410, voltaram a invadir o Império e che­garam até Roma. Depois de ocupar e saquear a cidade durante três dias, dirigiram-se para a região sul da Gá­lia, onde se fixaram.
Os burgúndios, por sua vez, penetraram pela região central do Império em 443 e os francos invadi­ram o norte da Gália em 450. Em conseqüência das invasões, o comércio foi prejudicado, gerando falta de alimentos em muitas cidades romanas. Isso causou mais uma vez aumento dos preços, o que agravou a crise econômica.
As invasões geraram também uma grande crise social. Em meio aos saques e à crise econômica, muitos ro­manos abandonaram as cidades, indo morar no campo. Os que tinham melhores condições econômicas instalaram-se em suas propriedades rurais, chamadas vilas, onde desen­volviam uma produção auto-suficiente.
Os romanos mais pobres pas­saram a trabalhar nessas vilas, onde encontravam proteção contra os ataques dos invasores e melhores condições de sobrevivência.
Ao mesmo tempo, cresceram as disputas pelo poder político entre os diversos generais que comandavam os exércitos romanos, o que enfra­queceu ainda mais a defesa do Im­pério às invasões.
Em 455, os vândalos que haviam se fixado em Cartago partiram para Roma, onde realizaram saques e prenderam os descendentes do imperador romano Valentiniano III.
Entre 455 e 476, os governantes romanos foram escolhidos por líderes militares germânicos que contro­lavam diferentes partes do Império. Finalmente, em 476, um desses líderes, chamado Odoacro, depôs Rômulo Augústulo, o último impe­rador romano, e passou a controlar Roma. Essa data costuma ser tomada como o marco do fim definitivo do Império Romano do Ocidente.
O Império Romano do Oriente, contudo, se manteve. Beneficiando-se do intenso comércio que man­tinha com regiões asiáticas, conti­nuou a se desenvolver, dando origem ao Império Bizantino, que perdu­raria até 1453, quando sua capital, Constantinopla, foi tomada pelos turcos otomanos.

 

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