Apostila de portugues
Apostila de portugues
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Apostila de portugues
Pronomes Possessivos
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o livro pertence a 1ª pessoa (eu)
Eis as formas dos pronomes possessivos:
1ª pessoa singular: meu, minha, meus, minhas.
2ª pessoa singular: teu, tua, teus, tuas.
3ª pessoa singular: seu, sua, seus, suas.
1ª pessoa plural: nosso, nossa, nossos, nossas.
2ª pessoa plural: vosso, vossa, vossos, vossas.
3ª pessoa plural: seu, sua, seus, suas.
Os possessivos seu(s), sua(s) tanto podem referir-se à 3ª pessoa (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de você).
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambiguidade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as suas mãos).
Não me respeitava a adolescência.
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
1. Cálculo aproximado, estimativa:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
O nosso homem não se deu por vencido.
Chama-se Falcão o meu homem
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Eu cá tenho minhas dúvidas
Cornélio teve suas horas amargas
4. Afetividade, cortesia
Como vai, meu menino?
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de parentes de família.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensidade.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando não sabia o que dizer.
Pronomes Demonstrativos
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o livro está longe de ambas as pessoas.
Os pronomes demonstrativos são estes:
este (e variações), isto = 1ª pessoa
esse (e variações), isso = 2ª pessoa
aquele (e variações), próprio (e variações)
mesmo (e variações), próprio (e variações)
semelhante (e variação), tal (e variação)
Emprego dos Demonstrativos
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que fala).
Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Isto que carregamos pesa 5 kg.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
Este coração não pode me trair.
Esta alma não traz pecados.
Tudo se fez por este país..
c) Para indicar o momento em que falamos:
Neste instante estou tranquilo.
Deste minuto em diante vou modificar-me.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do momento em que falamos:
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
Um dia destes estive em Porto Alegre.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no qual se inclui o momento em que falamos:
Nesta semana não choveu.
Neste mês a inflação foi maior.
Este ano será bom para nós.
Este século terminará breve.
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Tudo isto que estou dizendo já é velho.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Só posso lhe dizer isto: nada somos.
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg.
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Esse teu coração me traiu.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Quantos vivem nesse pais?
c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que desejamos distância:
O povo já não confia nesses políticos.
Não quero mais pensar nisso.
d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que falamos:
Um dia desses estive em Porto Alegre.
Comi naquele restaurante dia desses.
f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distante.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á 3ª.
Aquele documento que lá está é teu?
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Naquele instante estava preocupado.
Daquele instante em diante modifiquei-me.
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou variações) para a primeira:
Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso e aquela tranquila.
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Com um frio destes não se pode sair de casa.
Nunca vi uma coisa daquelas.
6. Mesmo e próprio variam em gênero e número quando têm caráter reforçativo:
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a aquilo, isso ou aquele (e variações).
Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os homens superiores.
8. Nisto, em início de frase, significa então, no mesmo instante:
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção de este, isto, esse, isso, aquele, aquilo.
Tal era a situação do país.
Não disse tal.
Tal não pôde comparecer.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitudes tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha que, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo de qual ou outro tal:
Suas manias eram tais quais as minhas.
A mãe era tal quais as filhas.
Os filhos são tais qual o pai.
Tal pai, tal filho.
É pronome substantivo em frases como:
Não encontrarei tal (= tal coisa).
Não creio em tal (= tal coisa)
Pronomes Relativos
Veja este exemplo:
Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo casa é um pronome relativo.
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos.
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. No exemplo dado, o antecedente é casa.
Outros exemplos de pronomes relativos:
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
O lugar onde paramos era deserto.
Traga tudo quanto lhe pertence.
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Eis o quadro dos pronomes relativos:
VARIÁVEIS |
INVARIÁVEIS |
|
Masculino |
Feminino |
|
o qual os quais |
a qual as quais |
quem |
cujo cujos |
cuja cujas |
que |
quanto quantos |
quanta quantas |
onde |
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
O médico de quem falo é meu conterrâneo.
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem sempre um substantivo sem artigo.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar?
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Tenho tudo quanto quero.
Leve tantos quantos precisar.
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a em que.
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
Pronomes Indefinidos
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado.
1. São pronomes indefinidos substantivos: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo
Exemplos:
Algo o incomoda?
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
Não faças a outrem o que não queres que te façam.
Quem avisa amigo é.
Encontrei quem me pode ajudar.
Ele gosta de quem o elogia.
2. São pronomes indefinidos adjetivos: cada, certo, certos, certa certas.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
Pronomes Interrogativos
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Exemplos:
Que há?
Que dia é hoje?
Reagir contra quê?
Por que motivo não veio?
Quem foi?
Qual será?
Quantos vêm?
Quantas irmãs tens?
VERBO
CONCEITO
“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-as no tempo.
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Assim fiz. Morreram.”
(Clarice Lispector)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro.
Mas o ouro virou terra.
c) Fenômeno:
Chove. O céu dorme.
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-se no tempo.
FLEXÕES
O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de flexões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em si diversas informações. A forma cantávamos, por exemplo, indica:
• a ação de cantar.
• a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
• o número gramatical (plural).
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
• o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no passado (indicativo).
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal eu. Ex.: Eu adormeço.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal nós. Ex.: Nós adormecemos.
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal tu. Ex.:Tu adormeces.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal vós. Ex.:Vós adormeceis.
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ele, ela. Ex.: Ela adormece.
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas eles, elas. Ex.: Eles adormecem.
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente.
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um pedido
Corra na frente, Baleia.
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Fecho os olhos, agito a cabeça.
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele em que se fala:
Fechei os olhos, agitei a cabeça.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o presente.
Veja o esquema dos tempos simples em português:
Presente (falo)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
Imperfeito (falava) Mais- que-perfeito (falara) Futuro do presente (falarei)
do pretérito (falaria)
Presente (fale)
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
Futuro (falar)
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema dos tempos simples.
Infinitivo impessoal (falar)
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
Particípio (falado)
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
a) agente do fato expresso.
O carroceiro disse um palavrão.
(sujeito agente)
O verbo está na voz ativa.
b) paciente do fato expresso:
Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
(sujeito paciente)
O verbo está na voz passiva.
c) agente e paciente do fato expresso:
O carroceiro machucou-se.
(sujeito agente e paciente)
O verbo está na voz reflexiva.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
Falo - Estudam.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está fora do radical.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em:
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fenômenos naturais, como chover, trovejar, etc.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: matado - morto - enxugado - enxuto.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.
verbo ser: sou - fui
verbo ir: vou - ia
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
O Nino apareceu na porta.
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, etc.
Garoava na madrugada roxa.
b) haver, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Houve um espetáculo ontem.
Há alunos na sala.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos claros.
c) fazer, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
Fazia dois anos que eu estava casado.
Faz muito frio nesta região?
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na 3ª pessoa do singular - quando significa:
1) Existir
Há pessoas que nos querem bem.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
2) Acontecer, suceder
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Não haja desavenças entre vós.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
3) Decorrer, fazer, com referência ao tempo passado:
Há meses que não o vejo.
Haverá nove dias que ele nos visitou.
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
Quando pode ser substituído por fazia, o verbo haver concorda no pretérito imperfeito, e não no presente:
Havia (e não há) meses que a escola estava fechada.
Morávamos ali havia (e não há) dois anos.
Ela conseguira emprego havia (e não há) pouco tempo.
Havia (e não há) muito tempo que a policia o procurava.
4) Realizar-se
Houve festas e jogos.
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e seguido de infinitivo):
Em pontos de ciência não há transigir.
Não há contê-lo, então, no ímpeto.
Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
E não houve convencê-lo do contrário.
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Como impessoal o verbo haver forma ainda a locução adverbial de há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
De há muito que esta árvore não dá frutos.
De há muito não o vejo.
O verbo haver transmite a sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª pessoa do singular:
Vai haver eleições em outubro.
Começou a haver reclamações.
Não pode haver umas sem as outras.
Parecia haver mais curiosos do que interessados.
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
A expressão correta é haja vista, e não haja visto. Pode ser construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor.
Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.
Exemplo:
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
Outros exemplos:
Os calores intensos provocam as chuvas.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
Serias louvado por todos.
Prejudicaram-me.
Fui prejudicado.
Condenar-te-iam.
Serias condenado.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
a) Presente
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Eles estudam silenciosamente.
Eles estão estudando silenciosamente.
- uma ação habitual.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O homem é mortal.
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar maior realce à narrativa.
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
É o chamado presente histórico ou narrativo.
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
Amanhã vou à escola.
Qualquer dia eu te telefono.
b) Pretérito Imperfeito
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
- um fato passado contínuo, habitual, permanente:
Ele andava à toa.
Nós vendíamos sempre fiado.
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Era uma vez...
- um fato presente em relação a outro fato passado.
Eu lia quando ele chegou.
c) Pretérito Perfeito
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já ocorrido, concluído.
Estudei a noite inteira.
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o momento presente.
Tenho estudado todas as noites.
d) Pretérito mais-que-perfeito
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
e) Futuro do Presente
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato futuro em relação ao momento em que se fala.
Irei à escola.
f) Futuro do Pretérito
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
- um fato futuro, em relação a outro fato passado.
- Eu jogaria se não tivesse chovido.
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
- Seria realmente agradável ter de sair?
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às vezes, ironia.
- Daria para fazer silêncio?!
Modo Subjuntivo
a) Presente
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Talvez eles estudem... não sei.
- um desejo, uma vontade:
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma hipótese, uma condição.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
e) Pretérito Perfeito
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as características do modo subjuntivo).
Que tenha estudado bastante é o que espero.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranquilamente.
e) Futuro
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já concluído em relação a outro fato futuro.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
VERBOS AUXILIARES
INDICATIVO
SER |
ESTAR |
TER |
HAVER |
PRESENTE |
|||
sou |
estou |
tenho |
hei |
és |
estás |
tens |
hás |
é |
está |
tem |
há |
somos |
estamos |
temos |
havemos |
sois |
estais |
tendes |
haveis |
são |
estão |
têm |
hão |
PRETÉRITO PERFEITO |
|||
era |
estava |
tinha |
havia |
eras |
estavas |
tinhas |
havias |
era |
estava |
tinha |
havia |
éramos |
estávamos |
tínhamos |
havíamos |
éreis |
estáveis |
tínheis |
havíes |
eram |
estavam |
tinham |
haviam |
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES |
|||
fui |
estive |
tive |
houve |
foste |
estiveste |
tiveste |
houveste |
foi |
esteve |
teve |
houve |
fomos |
estivemos |
tivemos |
houvemos |
fostes |
estivestes |
tivestes |
houvestes |
foram |
estiveram |
tiveram |
houveram |
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO |
|||
tenho sido |
tenho estado |
tenho tido |
tenho havido |
tens sido |
tens estado |
tens tido |
tens havido |
tem sido |
tem estado |
tem tido |
tem havido |
temos sido |
temos estado |
temos tido |
temos havido |
tendes sido |
tendes estado |
tendes tido |
tendes havido |
têm sido |
têm estado |
têm tido |
têm havido |
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES |
|||
fora |
estivera |
tivera |
houvera |
foras |
estiveras |
tiveras |
houveras |
fora |
estivera |
tivera |
houvera |
fôramos |
estivéramos |
tivéramos |
houvéramos |
fôreis |
estivéreis |
tivéreis |
houvéreis |
foram |
estiveram |
tiveram |
houveram |
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO |
|||
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido) |
|||
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES |
|||
serei |
estarei |
terei |
haverei |
serás |
estarás |
terás |
haverá |
será |
estará |
terá |
haverá |
seremos |
estaremos |
teremos |
haveremos |
sereis |
estareis |
tereis |
havereis |
serão |
estarão |
terão |
haverão |
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO |
|||
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido) |
|||
FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES |
|
|
|
seria |
estaria |
teria |
haveria |
serias |
estarias |
terias |
haverias |
seria |
estaria |
teria |
haveria |
seríamos |
estaríamos |
teríamos |
haveríamos |
serieis |
estaríeis |
teríeis |
haveríeis |
seriam |
estariam |
teriam |
haveriam |
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO |
|||
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido) |
|||
PRESENTE SUBJUNTIVO |
|||
seja |
esteja |
tenha |
haja |
sejas |
estejas |
tenhas |
hajas |
seja |
esteja |
tenha |
haja |
sejamos |
estejamos |
tenhamos |
hajamos |
sejais |
estejais |
tenhais |
hajais |
sejam |
estejam |
tenham |
hajam |
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES |
|||
fosse |
estivesse |
tivesse |
houvesse |
fosses |
estivesses |
tivesses |
houvesses |
fosse |
estivesse |
tivesse |
houvesse |
fôssemos |
estivéssemos |
tivéssemos |
houvéssemos |
fôsseis |
estivésseis |
tivésseis |
houvésseis |
fossem |
estivessem |
tivessem |
houvessem |
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO |
|||
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido) |
|||
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO |
|||
tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado, tido, havido) |
|||
FUTURO SIMPLES |
|
|
|
se eu for |
se eu estiver |
se eu tiver |
se eu houver |
se tu fores |
se tu estiveres |
se tu tiveres |
se tu houveres |
se ele for |
se ele estiver |
se ele tiver |
se ele houver |
se nós formos |
se nós estivermos |
se nós tivermos |
se nós houvermos |
se vós fordes |
se vós estiverdes |
se vós tiverdes |
se vós houverdes |
se eles forem |
se eles estiverem |
se eles tiverem |
se eles houverem |
FUTURO COMPOSTO |
|||
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido) |
|||
AFIRMATIVO IMPERATIVO |
|||
sê tu |
está tu |
tem tu |
há tu |
seja você |
esteja você |
tenha você |
haja você |
sejamos nós |
estejamos nós |
tenhamos nós |
hajamos nós |
sede vós |
estai vós |
tende vós |
havei vós |
sejam vocês |
estejam vocês |
tenham vocês |
hajam vocês |
NEGATIVO |
|||
não sejas tu |
não estejas tu |
não tenhas tu |
não hajas tu |
não seja você |
não esteja você |
não tenha você |
não haja você |
não sejamos nós |
não estejamos nós |
não tenhamos nós |
não hajamos nós |
não sejais vós |
não estejais vós |
não tenhais vós |
não hajais vós |
não sejam vocês |
não estejam vocês |
não tenham vocês |
não hajam vocês |
IMPESSOAL INFINITIVO |
|||
ser |
estar |
ter |
haver |
IMPESSOAL COMPOSTO |
|||
Ter sido |
ter estado |
ter tido |
ter havido |
PESSOAL |
|
|
|
ser |
estar |
ter |
haver |
seres |
estares |
teres |
haveres |
ser |
estar |
ter |
haver |
sermos |
estarmos |
termos |
havermos |
serdes |
estardes |
terdes |
haverdes |
serem |
estarem |
terem |
haverem |
SIMPLES GERÚNDIO |
|||
sendo |
estando |
tendo |
havendo |
COMPOSTO |
|||
tendo sido |
tendo estado |
tendo tido |
tendo havido |
PARTICÍPIO |
|||
sido |
estado |
tido |
havido |
CONJUGAÇÕES VERBAIS
INDICATIVO
PRESENTE |
||
canto |
vendo |
parto |
cantas |
vendes |
partes |
canta |
vende |
parte |
cantamos |
vendemos |
partimos |
cantais |
vendeis |
partis |
cantam |
vendem |
partem |
PRETÉRITO IMPERFEITO |
||
cantava |
vendia |
partia |
cantavas |
vendias |
partias |
cantava |
vendia |
partia |
cantávamos |
vendíamos |
partíamos |
cantáveis |
vendíeis |
partíeis |
cantavam |
vendiam |
partiam |
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES |
||
cantei |
vendi |
parti |
cantaste |
vendeste |
partiste |
cantou |
vendeu |
partiu |
cantamos |
vendemos |
partimos |
cantastes |
vendestes |
partistes |
cantaram |
venderam |
partiram |
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO |
||
tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido) |
||
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES |
||
cantara |
vendera |
partira |
cantaras |
venderas |
partiras |
cantara |
vendera |
partira |
cantáramos |
vendêramos |
partíramos |
cantáreis |
vendêreis |
partíreis |
cantaram |
venderam |
partiram |
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO |
||
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido) Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. |
||
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES |
||
cantarei |
venderei |
partirei |
cantarás |
venderás |
partirás |
cantará |
venderá |
partirá |
cantaremos |
venderemos |
partiremos |
cantareis |
vendereis |
partireis |
cantarão |
venderão |
partirão |
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO |
||
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido) Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. |
||
FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES |
||
cantaria |
venderia |
partiria |
cantarias |
venderias |
partirias |
cantaria |
venderia |
partiria |
cantaríamos |
venderíamos |
partiríamos |
cantaríeis |
venderíeis |
partiríeis |
cantariam |
venderiam |
partiriam |
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO |
||
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido) |
||
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO |
||
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido) Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver. |
||
PRESENTE SUBJUNTIVO |
||
cante |
venda |
parta |
cantes |
vendas |
partas |
cante |
venda |
parta |
cantemos |
vendamos |
partamos |
canteis |
vendais |
partais |
cantem |
vendam |
partam |
PRETÉRITO IMPERFEITO |
|
|
cantasse |
vendesse |
partisse |
cantasses |
vendesses |
partisses |
cantasse |
vendesse |
partisse |
cantássemos |
vendêssemos |
partíssemos |
cantásseis |
vendêsseis |
partísseis |
cantassem |
vendessem |
partissem |
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO |
||
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, partido) Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver. |
||
FUTURO SIMPLES |
|
|
cantar |
vender |
partir |
cantares |
venderes |
partires |
cantar |
vender |
partir |
cantarmos |
vendermos |
partimos |
cantardes |
venderdes |
partirdes |
cantarem |
venderem |
partirem |
FUTURO COMPOSTO |
||
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido) |
||
AFIRMATIVO |
IMPERATIVO |
|
canta |
vende |
parte |
cante |
venda |
parta |
cantemos |
vendamos |
partamos |
cantai |
vendei |
parti |
cantem |
vendam |
partam |
NEGATIVO |
||
não cantes |
não vendas |
não partas |
não cante |
não venda |
não parta |
não cantemos |
não vendamos |
não partamos |
não canteis |
não vendais |
não partais |
não cantem |
não vendam |
não partam |
INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
PRESENTE |
|
|
cantar |
vender |
partir |
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO |
||
cantar |
vender |
partir |
cantares |
venderes |
partires |
cantar |
vender |
partir |
cantarmos |
vendermos |
partirmos |
cantardes |
venderdes |
partirdes |
cantarem |
venderem |
partirem |
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL |
||
ter (ou haver), cantado, vendido, partido |
||
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL |
||
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido) |
||
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE |
||
cantando |
vendendo |
partindo |
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO |
||
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido |
||
PARTICÍPIO |
||
cantado |
vendido |
partido |
Formação dos tempos compostos
Com os verbos ter ou haver
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aqueles que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, haver) com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume incluí-los nos próprios paradigmas de conjugação:
MODO INDICATIVO |
||
1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
tenho cantado |
tenho vendido |
tenho partido |
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPERFEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
tinha cantado |
tinha vendido |
tinha partido |
3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
terei cantado |
terei vendido |
terei partido |
4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
teria cantado |
teria vendido |
teria partido |
MODO SUBJUNTIVO |
||
1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
tenha cantado |
tenha vendido |
tenha |
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
tivesse cantado |
tivesse vendido |
tivesse partido |
3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
tiver cantado |
tiver vendido |
tiver partido |
FORMAS NOMINAIS |
||
1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL). Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
ter cantado |
ter vendido |
ter partido |
2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL). Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
ter cantado |
ter vendido |
ter partido |
3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: |
||
tendo cantado |
tendo vendido |
tendo partido |
Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão. |
VERBOS IRREGULARES
DAR
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
MOBILIAR
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
AGUAR
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
MAGOAR
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoaram
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
APIEDAR-SE
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-vos, apiadam-se
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-vos, apiedem-se
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
MOSCAR
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, musquem
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
RESFOLEGAR
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, resfolguem
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece
NOMEAR
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomearam
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
COPIAR
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
ODIAR
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
CABER
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem
O verbo caber não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo
CRER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
Conjugam-se como crer, ler e descrer
DIZER
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Particípio dito
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
PODER
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Gerúndio podendo
Particípio podido
O verbo poder não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo
PROVER
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Gerúndio provendo
Particípio provido
QUERER
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, quisessem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
REQUERER
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, requereram
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, requerereis, requereram
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis, requererão
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem,
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requerem
Gerúndio requerendo
Particípio requerido
O verbo requerer não se conjuga como querer.
REAVER
Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram
Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis, reouvessem
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem
O verbo reaver conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresenta a letra v
SABER
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Gerúndio trazendo
Particípio trazido
VER
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Particípio visto
ABOLIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam
Presente do subjuntivo não há
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo não há
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Infinitivo impessoal abolir
Gerúndio abolindo
Particípio abolido
O verbo abolir é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I.
AGREDIR
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Nas formas rizotônicas, o verbo agredir apresenta o E do radical substituído por I.
COBRIR
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
Particípio coberto
Conjugam-se como cobrir, dormir, tossir, descobrir, engolir
FALIR
Presente do indicativo falimos, falis
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
Presente do subjuntivo não há
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Imperativo afirmativo fali (vós)
Imperativo negativo não há
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Gerúndio falindo
Particípio falido
FERIR
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como ferir: competir, vestir, inserir e seus derivados.
MENTIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Conjugam-se como mentir: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
FUGIR
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Gerúndio indo
Particípio ido
OUVIR
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido
PEDIR
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
POLIR
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
RIR
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Gerúndio rindo
Particípio rido
Conjuga-se como rir: sorrir
VIR
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Gerúndio vindo
Particípio vindo
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como sumir: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
ADVÉRBIO
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstância.
Os advérbios dividem-se em:
- LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avante, através, defronte, aonde, etc.
- TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
- MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
- ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, demasiado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase, apenas, etc.
- AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
- NEGAÇÃO: não.
- DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, provavelmente, etc.
Há Muitas Locuções Adverbiais
- DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entrada, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
- TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
- MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
- MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máquina, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
- AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
- NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, etc.
- DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
Advérbios Interrogativos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Palavras Denotativas
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
- DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
- DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
- DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
- DE DESIGNAÇÃO - eis.
- DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
- DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
Você lá sabe o que está dizendo, homem...
Mas que olhos lindos!
Veja só que maravilha!
NUMERAL
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
O numeral classifica-se em:
- cardinal - quando indica quantidade.
- ordinal - quando indica ordem.
- multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento.
Exemplos:
Silvia comprou dois livros.
Antônio marcou o primeiro gol.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
Algarismos |
Numerais |
||||
Romanos |
Arábicos |
Cardinais |
Ordinais |
Multiplicativos |
Fracionários |
I |
1 |
um |
primeiro |
simples |
- |
II |
2 |
dois |
segundo |
duplo dobro |
meio |
III |
3 |
três |
terceiro |
tríplice |
terço |
IV |
4 |
quatro |
quarto |
quádruplo |
quarto |
V |
5 |
cinco |
quinto |
quíntuplo |
quinto |
VI |
6 |
seis |
sexto |
sêxtuplo |
sexto |
VII |
7 |
sete |
sétimo |
sétuplo |
sétimo |
VIII |
8 |
oito |
oitavo |
óctuplo |
oitavo |
IX |
9 |
nove |
nono |
nônuplo |
nono |
X |
10 |
dez |
décimo |
décuplo |
décimo |
XI |
11 |
onze |
décimo primeiro |
|
onze avos |
XII |
12 |
doze |
décimo segundo |
|
doze avos |
XIII |
13 |
treze |
décimo terceiro |
|
treze avos |
XIV |
14 |
quatorze |
décimo quarto |
|
quatorze avos |
XV |
15 |
quinze |
décimo quinto |
|
quinze avos |
XVI |
16 |
dezesseis |
décimo sexto |
|
dezesseis avos |
XVII |
17 |
dezessete |
décimo sétimo |
|
dezessete avos |
XVIII |
18 |
dezoito |
décimo oitavo |
|
dezoito avos |
XIX |
19 |
dezenove |
décimo nono |
|
dezenove avos |
XX |
20 |
vinte |
vigésimo |
|
vinte avos |
XXX |
30 |
trinta |
trigésimo |
|
trinta avos |
XL |
40 |
quarenta |
quadragésimo |
|
quarenta avos |
L |
50 |
cinquenta |
quinquagésimo |
|
cinquenta avos |
LX |
60 |
sessenta |
sexagésimo |
|
sessenta avos |
LXX |
70 |
setenta |
septuagésimo |
|
setenta avos |
LXXX |
80 |
oitenta |
octogésimo |
|
oitenta avos |
XC |
90 |
noventa |
nonagésimo |
|
noventa avos |
C |
100 |
cem |
centésimo |
|
centésimo |
CC |
200 |
duzentos |
ducentésimo |
|
ducentésimo |
CCC |
300 |
trezentos |
trecentésimo |
|
trecentésimo |
CD |
400 |
quatrocentos |
quadringentésimo |
|
quadringentésimo |
D |
500 |
quinhentos |
quingentésimo |
|
quingentésimo |
DC |
600 |
seiscentos |
sexcentésimo |
|
sexcentésimo |
DCC |
700 |
setecentos |
septingentésimo |
|
septingentésimo |
DCCC |
800 |
oitocentos |
octingentésimo |
|
octingentésimo |
CM |
900 |
novecentos |
nongentésimo |
|
nongentésimo |
M |
1000 |
mil |
milésimo |
|
milésimo |
Emprego do Numeral
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
XX Salão do Automóvel (vigésimo)
VI Festival da Canção (sexto)
lV Bienal do Livro (quarta)
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao emprego do ordinal.
Hoje é primeiro de setembro
Não é aconselhável iniciar período com algarismos
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
ARTIGO
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
Dividem-se em
• definidos: o, a, os, as
• indefinidos: um, uma, uns, umas.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, indeterminado).
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
CONJUNÇÃO
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
Coniunções Coordenativas
- ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
- ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc.
- ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc.
- CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência.
- EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc.
Conjunções Subordinativas
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, etc.
6) INTEGRANTES: que, se, etc.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, etc.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Examinemos estes exemplos:
1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
2º) Os livros ensinam e divertem.
3º) Saímos de casa quando amanhecia.
No primeiro exemplo, a palavra e liga duas palavras da mesma oração: é uma conjunção.
No segundo a terceiro exemplos, as palavras e e quando estão ligando orações: são também conjunções.
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração.
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a conjunção e é coordenativa.
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção quando é subordinativa.
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
Conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas podem ser:
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Os livros não só instruem mas também divertem.
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam as flores.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
Hoje não atendo, em todo caso, entre.
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
Ou você estuda ou arruma um emprego.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
"Já chora, já se ri, já se enfurece."
(Luís de Camões)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
As árvores balançam, logo está ventando.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem causar incêndios.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
Observação: A conjunção a pode apresentar-se com sentido adversativo:
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
(Jorge Amado)
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). Abrangem as seguintes classes:
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: efeito).
Como estivesse de luto, não nos recebeu.
Desde que é impossível, não insistirei.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como).
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."
(Paulo Mendes Campos)
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira)
"E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós)
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não).
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
Beba, nem que seja um pouco.
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas afirmações.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que.
Ficaremos sentidos, se você não vier.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos que os mosquitos se opusessem."
(Ferreira de Castro)
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não são como (ou conforme) dizem.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
(Machado de Assis)
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não).
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Afastou-se depressa para que não o víssemos.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
(Maria José de Queirós)
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc.
Venha quando você quiser.
Não fale enquanto come.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Cavalcânti)
10) Integrantes: que, se.
Sabemos que a vida é breve.
Veja se falta alguma coisa.
Observação:
Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, porém, não consigna esta espécie de conjunção.
Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
1) Aditiva (= e):
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A nós que não a eles, compete fazê-lo.
2) Explicativa (= pois, porque):
Apressemo-nos, que chove.
3) Integrante:
Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva:
Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Onde estavas, que não te vi?
5) Comparativa (= do que, como):
A luz é mais veloz que o som.
Ficou vermelho que nem brasa.
6) Concessiva (= embora, ainda que):
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
Beba, um pouco que seja.
7) Temporal (= depois que, logo que):
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8) Final (= pare que):
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
9) Causal (= porque, visto que):
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo Coaraci)
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pedisse. (sem que = embora não)
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. (sem que = se não,caso não)
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. (sem que = que não)
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
PREPOSIÇÃO
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois termos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o segundo, um subordinado ou consequente.
Exemplos:
Chegaram a Porto Alegre.
Discorda de você.
Fui até a esquina.
Casa de Paulo.
Preposições Essenciais e Acidentais
As preposições essenciais são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre e atrás.
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a outras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc.
INTERJEIÇÃO
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem ser:
- alegria: ahl oh! oba! eh!
- animação: coragem! avante! eia!
- admiração: puxa! ih! oh! nossa!
- aplauso: bravo! viva! bis!
- desejo: tomara! oxalá!
- dor: aí! ui!
- silêncio: psiu! silêncio!
- suspensão: alto! basta!
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo valor de uma interjeição.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
Principais Casos de Concordância Nominal
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em gênero e número com o substantivo.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão normalmente para o plural.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai para o masculino plural.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais próximo:
Trouxe livros e revista especializada.
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o sujeito.
Meus amigos estão atrapalhados.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predicativo no gênero da pessoa a quem se refere.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo vão para o singular ou para o plural.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
Já estudei o primeiro e segundo livros.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
11) As palavras: mesmo, próprio e só concordam com o nome a que se referem.
Ela mesma veio até aqui.
Eles chegaram sós.
Eles próprios escreveram.
12) A palavra obrigado concorda com o nome a que se refere.
Muito obrigado. (masculino singular)
Muito obrigada. (feminino singular).
13) A palavra meio concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica invariável quando é advérbio.
Quero meio quilo de café.
Minha mãe está meio exausta.
É meio-dia e meia. (hora)
14) As palavras anexo, incluso e junto concordam com o substantivo a que se referem.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
A expressão em anexo é invariável.
Trouxe em anexo estas fotos.
15) Os adjetivos alto, barato, confuso, falso, etc, que substituem advérbios em mente, permanecem invariáveis.
Vocês falaram alto demais.
O combustível custava barato.
Você leu confuso.
Ela jura falso.
16) Caro, bastante, longe, se advérbios, não variam, se adjetivos, sofrem variação normalmente.
Esses pneus custam caro.
Conversei bastante com eles.
Conversei com bastantes pessoas.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras.
CONCORDÂNCIA VERBAL
CASOS GERAIS
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
O pessoal ainda não chegou.
A turma não gostou disso.
Um bando de pássaros pousou na árvore.
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em s, o verbo só irá ao plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
Os Estados Unidos são um grande país.
Os Lusíadas imortalizaram Camões.
Os Alpes vivem cobertos de neve.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico.
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferentemente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o sujeito paciente.
Vende-se um apartamento.
Vendem-se alguns apartamentos.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o verbo para a 3ª pessoa do singular.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no singular e o verbo no singular ou no plural.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
Mais de um jurado fez justiça à minha música.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo no singular.
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o sujeito.
Deu uma hora.
Deram três horas.
Bateram cinco horas.
Naquele relógio já soaram duas horas.
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
Ela é que faz as bolas.
Eu é que escrevo os programas.
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é um pronome relativo.
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Fui eu que fiz a lição
Quando a lição é pronome relativo, há várias construções possíveis.
• que: Fui eu que fiz a lição.
• quem: Fui eu quem fez a lição.
• o que: Fui eu o que fez a lição.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a este sua impessoalidade.
Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PARECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
Aquilo é ilusão.
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
Que são florestas equatoriais?
Quem eram aqueles homens?
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com a expressão numérica.
São oito horas.
Hoje são 19 de setembro.
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER fica no singular.
Três batalhões é muito pouco.
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
Maria era as flores da casa.
O homem é cinzas.
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER concorda com o predicativo.
Dançar e cantar é a sua atividade.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER concorda com o pronome.
A ciência, mestres, sois vós.
Em minha turma, o líder sou eu.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente do outro.
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e adjetivos).
Exemplos:
- acesso: a = aproximação - amor: a, de, para, para com
em = promoção - aversão: a, em, para, por
para = passagem
A regência verbal trata dos complementos do verbo.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• pretender (transitivo indireto)
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
2. OBEDECER - transitivo indireto
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
Já paguei um jantar a você.
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Prefiro Comunicação à Matemática.
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Informei-lhe o problema.
7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto
O médico assistiu o doente.
• presenciar, estar presente - objeto direto
Assistimos a um belo espetáculo.
• ser-lhe permitido - objeto indireto
Assiste-lhe o direito.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno.
• considerar, acolher com atenção - objeto direto
Atenderam o freguês com simpatia.
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
A moça queria um vestido novo.
• gostar de, estimar, prezar - objeto indireto
O professor queria muito a seus alunos.
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Todos visamos a um futuro melhor.
• apontar, mirar - objeto direto
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
• pör o sinal de visto - objeto direto
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
Desobedeceram às leis do trânsito.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
• exigem na sua regência a preposição em
O armazém está situado na Farrapos.
Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se com a preposição de.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição a.
O secretário procedeu à leitura da carta.
14. ESQUECER E LEMBRAR
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje.
Lembrei-me da sua fisionomia.
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
• pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pedir - Pedi um favor ao colega.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição com:
O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposição em:
Implicou-se na briga e saiu ferido
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição a:
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer para:
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa como sujeito:
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente dificuldade, será objeto indireto.
Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
Confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas.
Basta verificar a ortografia, acentuação, concordância, regência.
Ex:
Ele moreu honte. (errado)
Ele morreu ontem. (correto)
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as orações no período e os períodos no discurso.
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da ordem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se, apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: (1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é... Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Eliminaram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial (No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construídas com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas: é claro que ele se arrependeu.
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do adjunto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: (Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande homem, um pobre rapaz).
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise, pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos (Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas (Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes); (4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las (Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa (Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o verbo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, contaram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no infinitivo (Não quis incomodar-se).
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a mesóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome, haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanhado de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...). Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.)
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjunções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando.
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos precedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já determinado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral (Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lembrança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses problemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me."
Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava rente ao mar."
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salientem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudaloso" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gelada areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposição, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise -- alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compreensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
Por Cristiana Gomes
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
PRÓCLISE
Usamos a próclise nos seguintes casos:
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.
- Nada me perturba.
- Ninguém se mexeu.
- De modo algum me afastarei daqui.
- Ela nem se importou com meus problemas.
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que.
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
- É necessário que a deixe na escola.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
(3) Advérbios
- Aqui se tem paz.
- Sempre me dediquei aos estudos.
- Talvez o veja na escola.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome.
- Aqui, trabalha-se.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
- Alguém me ligou? (indefinido)
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
(5) Em frases interrogativas.
- Quanto me cobrará pela tradução?
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
- Deus o abençoe!
- Macacos me mordam!
- Deus te abençoe, meu filho!
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
- Em se plantando tudo dá.
- Em se tratando de beleza, ele é campeão.
(8) Com formas verbais proparoxítonas
- Nós o censurávamos.
MESÓCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, …)
- Convidar-me-ão para a festa.
- Convidar-me-iam para a festa.
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
ÊNCLISE
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.
- Tornarei-me……. (errada)
- Tinha entregado-nos……….(errada)
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.
- Entregar-lhe (correta)
- Não posso recebê-lo. (correta)
Outros casos:
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá a próclise:
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.
AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
- Havia-lhe contado a verdade.
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
Infinitivo
- Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- Quero dizer-lhe o que aconteceu.
Gerúndio
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Infinitivo
- Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
Gerúndio
- Não lhe ia dizendo a verdade.
- Não ia dizendo-lhe a verdade.
Figuras de Linguagem
Figuras sonoras
Aliteração
repetição de sons consonantais (consoantes).
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
Assonância
repetição dos mesmos sons vocálicos.
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)
Paranomásia
o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antonio Vieira)
Onomatopéia
criação de uma palavra para imitar um som
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles)
Linguagem figurada
Elipse
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns:
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa?
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me entenda.
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:
Zeugma
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estudam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) - omissão de era
Hipérbato
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolutos.
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato
Anástrofe
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente.
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos.
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
Pleonasmo
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe devo (OI pleonástico)
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)
Assíndeto
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas or. coordenadas.
Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."
Polissíndeto
repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
Anacoluto
termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
Anáfora
repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
Silepse
é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos:
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é lisonjeiro
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
Antecipação
antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar anacoluto.
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
O tempo parece que vai piorar
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
Figuras de palavras ou tropos
(Para Bechara alterações semânticas)
Metáfora
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo.
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Catacrese
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na ausência de termo específico.
Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primitivamente para significar apenas colocar na terra.
Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são considerados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram graças à semelhança de forma existente entre seres.
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
Metonímia
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe - culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela obra - copos).
Antonomásia, perífrase
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão, Escritor Maldito = Lima Barreto
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia
Sinestesia
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato).
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." (Cruz e Souza)
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora
Anadiplose
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no começo de outro membro de frase.
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente condena os motivos dados."
Figuras de pensamento
Antítese
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)
Eufemismo
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado)
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.
Hipérbole
exagero de uma ideia com finalidade expressiva
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos)
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.
Ironia
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico.
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
Gradação
apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente."
Prosopopéia, personificação, animismo
é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados.
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc)
Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.
PROVA SIMULADA I
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
(C) O processo foi julgado em segunda estância.
(D) O problema passou despercebido na votação.
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
(C) A colega não se contera diante da situação.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em conformidade com a norma culta.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do interior da concha de moluscos reúne outras características interessantes, como resistência e flexibilidade.
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria.
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ele está empregado conforme o padrão culto.
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está correta em:
(A) As características do solo são as mais variadas possível.
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de flexão de grau.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá durante as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas palavras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento estatal ciência e tecnologia.
(A) à ... sobre o ... do ... para
(B) a ... ao ... do ... para
(C) à ... do ... sobre o ... a
(D) à ... ao ... sobre o ... à
(E) a ... do ... sobre o ... à
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(A) ao ... a ... à
(B) àquele ... à ... à
(C) àquele...à ... a
(D) ao ... à ... à
(E) àquele ... a ... a
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a norma culta.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso trarão grandes benefícios às pesquisas.
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando com o meio ambiente.
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvolvendo projetos na área médica.
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apresentadas pelos economistas.
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no litoral ou aproveitam férias ali.
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às chuvas.
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos reclamações.
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à cultura.
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da culpa.
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negócios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de seleção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investidores.
(Texto adaptado)
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investidores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(E) seus ... lhes ... eles ... neles
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo com o padrão culto.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto direto e indireto em:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reverendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se programar e participar do referido evento.
Atenciosamente,
ZZZ
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se respeitam as regras de pontuação.
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade Policial, confessou sua participação no referido furto.
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamente, apenas a:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava sobre o balcão.
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a
(A) processo e livro.
(B) livro do processo.
(C) processos e processo.
(D) livro de registro.
(E) registro e processo.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período acima:
I. há, no período, duas orações;
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
(B) III e IV.
(C) I, II e III.
(D) I, II e IV.
(E) I, III e IV.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura pelo Juiz;
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalente ao da palavra mas;
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acórdão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
(B) III e IV.
(C) I, II e III.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e IV.
22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
Ao transformar os dois períodos simples num único período composto, a alternativa correta é:
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraquecidos galhos da velha árvore.
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(A) Quem podou? e Quando podou?
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
(C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Que vizinho? e Que galhos?
(E) Quando podou? e Podou o quê?
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibilidades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontuação em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.
25. Felizmente, ninguém se machucou.
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
Considere:
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de modo;
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
Está correto o contido apenas em
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.
(E) III, IV e V.
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., indicando concessão, é:
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado.
(C) assim que recebeu o prêmio.
(D) porque conseguiu um desconto.
(E) apesar do preço muito elevado.
27. É importante que todos participem da reunião.
O segmento que todos participem da reunião, em relação a
É importante, é uma oração subordinada
(A) adjetiva com valor restritivo.
(B) substantiva com a função de sujeito.
(C) substantiva com a função de objeto direto.
(D) adverbial com valor condicional.
(E) substantiva com a função de predicativo.
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabelecida pelo termo como é de
(A) comparatividade.
(B) adição.
(C) conformidade.
(D) explicação.
(E) consequência.
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos diversificados de acordo com as possibilidades de investimento dos possíveis franqueados.
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(A) digo ... portanto ... mas
(B) como ... pois ... mas
(C) ou seja ... embora ... pois
(D) ou seja ... mas ... portanto
(E) isto é ... mas ... como
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzida, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
(D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tamanho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cidades, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada simples.
Veja, ed. 1735
31. O título dado ao texto se justifica porque:
A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
B) a miséria é culpa da classe dominante;
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da colonização?'':
A) tem sua resposta dada no último parágrafo;
B) representa o tema central de todo o texto;
C) é só uma motivação para a leitura do texto;
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil que ela:
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em outras áreas;
B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes cidades;
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam para a classe dominante;
D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a de outros indicadores sociais;
E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas décadas.
34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros indicadores sociais melhoraram;
B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se mantém onipresente;
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos incompetentes;
D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas, a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da miséria que leva à criminalidade.
35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na quantidade, exceto:
A) frequência escolar;
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil;
D) analfabetismo;
E) desempenho econômico.
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança na América Latina;
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos;
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no cenário exterior;
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficientemente forte para tornar-se líder;
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior.
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora:
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas;
C) esteja escondida dos olhos de alguns;
D) seja combatida pelas autoridades;
E) se torne mais disseminada e cruel.
38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma empreitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma INCORRETA é:
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
D) não é um problema universal = é um problema particular;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver;
B) manter;
C) manterá;
D) manteria;
E) mantenha.
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos abaixo é:
A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
PROTESTO TÍMIDO
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era um menino.
Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abandonado.
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatrulha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém tomava conhecimento da existência do menino.
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acordasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
(....)
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imaginação não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas estamos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, conquistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores. Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi com um monte de lixo.
Fernando Sabino
41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor definição:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bastante variados;
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfeito - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem:
A) do passado para o presente;
B) da descrição para a narração;
C) do impessoal para o pessoal;
D) do geral para o específico;
E) do positivo para o negativo.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste inútil;
C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pessoas.
44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a seguir:
I - Daqui há pouco vou sair.
I - Está no Rio há duas semanas.
III - Não almoço há cerca de três dias.
IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver são:
A) I - II
B) I - III
C) II - IV
D) I - IV
E) II - III
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do texto é:
A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados na crônica;
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é a sujeira;
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o texto;
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma forma que:
A) salvo-conduto;
B) abaixo-assinado;
C) salário-família;
D) banana-prata;
E) alto-falante.
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas;
B) lança mão de vocábulo animalizador;
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
E) usa grande número de termos adjetivadores.
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto significa que:
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava morto;
B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou morto;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava dormindo ou morto;
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento do texto é uma:
A) metonímia;
B) comparação ou símile;
C) metáfora;
D) prosopopeia;
E) personificação.
RESPOSTAS – PROVA I
01. |
D |
11. |
B |
21. |
B |
31. |
D |
41. |
D |
02. |
A |
12. |
A |
22. |
A |
32. |
B |
42. |
B |
03. |
C |
13. |
C |
23. |
C |
33. |
A |
43. |
C |
04. |
E |
14. |
E |
24. |
E |
34. |
A |
44. |
E |
05. |
A |
15. |
C |
25. |
D |
35. |
B |
45. |
A |
06. |
B |
16. |
A |
26. |
E |
36. |
C |
46. |
A |
07. |
D |
17. |
B |
27. |
B |
37. |
C |
47. |
D |
08. |
E |
18. |
E |
28. |
C |
38. |
A |
48. |
C |
09. |
C |
19. |
D |
29. |
D |
39. |
A |
49. |
B |
10. |
D |
20. |
A |
30. |
B |
40. |
B |
50. |
C |
PROVA SIMULADA II
01. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do subjuntivo:
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem
d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam
02. Assinale a alternativa falsa:
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negativo são tempos derivados do presente do indicativo;
b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir;
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos;
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é : ágüe ou agúe;
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver.
03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do indicativo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba?
a ( ) imprimir
b ( ) exprimir
c ( ) tingir
d ( ) frigir
e ( ) erigir
04. Indique onde há erro:
a ( ) os puros-sangues simílimos
b ( ) os navios-escola utílimos
c ( ) os guardas-mores agílimos
d ( ) as águas-vivas aspérrimas
e ( ) as oitavas-de-final antiqüíssimas
05. Marque a alternativa verdadeira:
a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres;
b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos;
c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudando o final em -ã ou -ona;
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos;
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos substantivados terminados em -ista.
06. Identifique onde há erro de regência verbal:
a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons princípios.
b ( ) Esse produto é nocivo à saúde.
c ( ) Este livro é preferível àquele.
d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
07. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida. Ache-a:
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola.
b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
e ( ) A entrega é feita no domicílio.
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula:
a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto;
b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e;
c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado por pronome oblíquo tônico;
d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala;
e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo.
09. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno
10. Identifique onde não ocorre a crase:
a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz.
b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
d ( ) Só visamos à alegria.
e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
11. Assinale onde não ocorre a concordância nominal:
a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
b ( ) Tenho bastante dúvidas.
c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
d ( ) Um e outro candidato virá.
e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
12. Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado:
a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade.
c ( ) Os policiais estão alerta.
d ( ) As cartas foram entregues em mãos.
e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas.
13. Analise sintaticamente o termo em destaque:
"A marcha alegre se espalhou na avenida..."
a ( ) predicado
b ( ) agente da passiva
c ( ) objeto direto
d ( ) adjunto adverbial
e ( ) adjunto adnominal
14. Marque onde o termo em destaque não representa a função sintática ao lado:
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal)
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais)
c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial)
d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto)
15. Ache a afirmativa falsa:
a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas;
b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a mudança de interlocutor;
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas assindéticas de maior extensão;
d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção colocada no meio da oração;
e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases, destacando-as.
16. Identifique o termo acessório da oração:
a ( ) adjunto adverbial
b ( ) objeto indireto
c ( ) sujeito
d ( ) predicado
e ( ) agente da passiva
17. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas?
a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se ligam pelo sentido geral do período;
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou complemento de outra;
c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo com o sentido e com as conjunções que as ligam;
d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou conclusão de um raciocínio;
e ( ) no período composto por coordenação, as orações são independentes entre si quanto ao relacionamento sintático.
RESPOSTAS
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