Gramática da linguagem Português resumo
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Gramática da linguagem Português resumo
PORTUGUÊS
ESTRUTURA SINTÁTICA
A ORAÇÃO
Todo enunciado que apresenta verbo é uma oração. Logo, o verbo é o núcleo de qualquer estrutura oracional. Por conseguinte, a análise sintática de uma oração exige que partamos do verbo. Ora os verbos apresentam complementos verbais, ora não apresentam complementos verbais. São complementos verbais: objeto direto e objeto indireto. O estudo dos complementos verbais é chamado de predicação verbal.
Os auditores analisaram os balancetes.
O exemplo acima é uma oração, pois foi empregado o verbo analisar. É a expressão de uma ação. Está flexionado no pretérito perfeito simples do modo indicativo. Contextualiza-se, portanto, a prática de uma ação, o tempo em que essa ação ocorreu, o agente da ação e o referente passivo à ação executada pelo sujeito agente.
O fiscal está apurando as denúncias.
Temos também uma oração. Trata-se do verbo apurar na forma composta. “está” é o seu auxiliar. E “apurando” é o verbo principal no gerúndio. Trata-se de uma locução verbal.
Os relatórios que foram analisados comprometem a candidatura de Luíza.
Cada verbo é uma oração. Temos acima duas orações. Os termos grifados constituem a primeira oração, com um verbo na forma simples. O termo em negrito constitui a segunda oração. Nesta, o verbo analisar está na forma composta, ou seja, verbo auxiliar + verbo principal no particípio. A oração em negrito integra o sujeito do verbo “comprometem”.
A PREDICAÇÃO VERBAL
Há orações que apresentam complemento verbal (objeto direto e objeto indireto). Transitivos são os verbos que trazem complemento. A transitividade direta ocorre quando entre o verbo e seu complemento não houver preposição, embora haja casos de objeto direto preposicionado. Já a transitividade indireta se caracteriza pelo emprego de preposição entre o verbo e seu complemento. Havendo objeto direto e objeto indireto, temos a transitividade direta e indireta.
E os verbos intransitivos? Intransitivos são os que não trazem complementos verbais. CUIDADO: Existem verbos intransitivos que apresentam preposição, não para formar objeto indireto, mas para compor adjunto adverbial. Observem os exemplos que seguem:
- Os cientistas descobriram plausíveis soluções.
Sujeito v.t.d. Objeto direto
* Observe que o verbo em uso é transitivo, ou seja, apresenta complemento. Os cientistas descobriram algo. “plausíveis soluções” complementa o verbo DESCOBRIR. Como o complemento não apresenta preposição, a relação entre verbo e complemento se mostra direta. É bom ressaltar que o sujeito praticou a ação de descobrir e “plausíveis soluções” recebeu a ação. Todo complemento verbal direto, ou seja, todo objeto direto tem valor passivo.
- Os cientistas necessitam de novos dados.
Sujeito v.t.i. objeto indireto
* Já nesse exemplo, o verbo vai buscar complemento com o apoio de uma preposição. A preposição “de” caracteriza uma transitividade indireta. Quem necessita, necessita de algo. Justifica-se, assim, a transitividade indireta, pois entre o verbo e seu complemento existe conectivo prepositivo.
- As provas trouxeram complexidades aos candidatos
Sujeito v.t.d.i. obj. dir. obj. indir.
* O que o contexto verbal nos revela? “As provas” trouxeram algo a alguém. Dois são os complementos verbais. Temos o objeto direto e o objeto indireto. O objeto direto é “complexidades” ; o objeto indireto é “aos candidatos”. Verifique, candidato(a), que o objeto indireto está constituído por três classes de palavras: preposição, artigo e substantivo. A preposição “a” e o artigo masculino/plural “os” se aglutinam.
- Luciano viajou.
v.i.
* A intransitividade se justifica pela ausência de complemento verbal. O prefixo “in” comunica a não transitividade verbal, isto é, o verbo não vai buscar complemento verbal. Intransitivo, portanto, é o verbo que não apresenta complemento verbal ( objeto direto e/ou objeto indireto ).
- A polícia chegou ao morro.
v.i. adjunto adverbial de lugar
- Ela assiste em Olinda.
v.i. adjunto adverbial de lugar
* Os dois exemplos acima demonstram que, às vezes, a palavra verbal traz preposição. Todavia, esse conectivo prepositivo não constitui complemento verbal. A preposição “a” do verbo CHEGAR e a preposição “em” do verbo ASSISTIR ( no sentido de morar, residir ) proporcionam a composição de adjuntos adverbiais de lugar. É mister esclarecer que também é comum um verbo apresentar preposição para constituir adjuntos adverbiais. Com isso, podemos concluir que nem sempre a preposição vinda do verbo gera complemento verbal indireto. É como se o verbo chegasse à sua estabilidade com o apoio do adjunto adverbial.
A TRANSITIVIDADE VERBAL E A INTRANSITIVIDADE VERBAL EM ORAÇÕES RELATIVAS
Após a visão básica de transitividade e intransitividade verbal, como aproveitar essa revisão de predicação verbal para aplicá-la em provas públicas? É comum solicitarem transitividade e intransitividade verbal em períodos compostos que tragam pronomes relativos.
Toda oração que apresentar pronome relativo é subordinada adjetiva. Por conseguinte, essas orações também são chamadas de orações relativas. E, ao se usar uma oração relativa, é necessário observar se antes do pronome relativo o emprego de preposições é oportuno ou não à norma culta do idioma. Para tanto, basta estar atento na predicação do verbo que estiver integrando a oração subordinada adjetiva. Temos como pronomes relativos: QUE/ QUEM/ QUAL/ ONDE/ CUJO. Confira:
- O livro de que necessito proporciona novos conhecimentos.
que
* O correto é “... de que necessito...” , pois quem necessita, necessita de algo. Como o verbo necessitar pede a preposição “de”, devemos deslocá-la para antes do pronome relativo “que”. Trata-se de pronome relativo, visto que esse conectivo está sendo usado, de fato, para substituir o substantivo empregado anteriormente. A função do pronome relativo é justamente substituir um termo empregado anteriormente ( geralmente um substantivo ou um outro pronome ). Sua função, portanto, é um recurso gramatical que evita a pobreza de vocabulário, ou seja, impede a repetição literal do termo utilizado anteriormente. No exemplo acima, se o concurso público exigir a função sintática do pronome relativo “que”, devemos afirmar ser objeto indireto, pois a preposição exigida pelo verbo NECESSITAR se desloca para sinalizar seu objeto indireto.
- O cargo o qual me referi traz conforto.
ao qual
* “O cargo ao qual me referi traz conforto” é a estrutura que atenda à norma culta da Língua. Assim, o pronome relativo “qual” exerce a função de objeto indireto, tendo a preposição “a” a função de materializar a transitividade indireta exigida pelo verbo pronominal REFERIR-SE.. Esse pronome “se” deve ser lido como pronome integrante ao verbo.
- Os diretores a quem aludiram são corruptos. { correta a regência da oração relativa }
Objeto indireto
PARTICULARIDADE DO PRONOME RELATIVO “ONDE”
É comum afirmarem que a diferença entre “onde” e “aonde” é que “onde” não indica movimento, e “aonde” indica movimento. Não é bem assim que devemos ler! O “a” aglutinado à forma “onde” é justamente a preposição. Então, se houver necessidade do emprego da preposição “a” na oração subordinada adjetiva, vinda da predicação verbal, que se desloque esse conectivo prepositivo para antes do pronome relativo “onde”. Em “onde”, “aonde”, “donde” e “por onde” não há diferença. Nas quatro exposições temos o único emprego da forma ONDE: só que nas três últimas exposições existem preposições em uso explícito. Acompanhe os exemplos que seguem:
- A casa onde irei é tranqüila.
aonde
* “... aonde irei...” é a forma correta, pois o verbo IR pede a preposição “a”, para constituir seu adjunto adverbial de lugar.
- A casa aonde moro é tranqüila
onde
* Morar não pede a preposição “a” . Assim, como poderia usar “aonde” no exemplo acima? A forma correta é “... onde moro...” Ressaltemos, inclusive, que podemos substituir “onde” por “em que” . Morar solicita a preposição “em”. Como a preposição “em” está inclusa no pronome relativo “onde”, reafirmamos que a substituição de “onde” por “em que” tem procedência.
l) A casa donde vim é tranqüila
onde
* Quem vem, vem de algum lugar. Então, “... donde vim...” é a forma correta. Poderíamos empregar “... por onde vim...” , pois quem vem, vem por algum lugar, também.
APLICAÇÃO
Proposição única: Julgue as estruturas que seguem, empregando V ou F.
- Os relatórios a que aspiro desapareceram da pasta. [ V – F ]
b) As fichas as quais aludiram provam que Murilo é incapaz. [ V – F ]
- Renato encontrou as irmãs em quem confiamos [ V – F ]
- Há drogas aonde ele se hospedou. [ V – F ]
- O apartamento no qual chegamos há pinturas raras. [ V – F ]
- Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. [ V – F ]
- O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. [ V – F ]
- O bairro de onde vim não proporciona segurança. [ V – F ]
- O bairro onde moro não proporciona segurança. [ V – F ]
- O bairro aonde andei não proporciona segurança. [ V – F ]
RESPOSTA:
- V
- F ( “...às quais...” )
- V
- F ( “...onde ele...)
- F ( “ No apartamento ao qual chegamos há pinturas raras” ) * O verbo CHEGAR pede a preposição “a” para constituir seu adjunto adverbial de lugar “aonde” . Outrossim, também se deve verificar a composição da oração principal, ou seja, a oração que não apresenta pronome relativo, pois a irregularidade gramatical pode estar presente. Verifica-se erro ao não se empregar a preposição “em” fundida com o artigo masculino/singular que antecede o substantivo “apartamento”.
- V
- V
- V
- V
- F ( “ ... onde andei...) / ( “... por onde andei...”) * Ambas corretas ao lado.
VERBO DE LIGAÇÃO
Sua função é ligar o sujeito ao predicativo do sujeito, sem expressar ação. Geralmente o predicativo comunica uma “qualidade” ou um “estado” do sujeito. Os principais verbos de ligação são: SER / ESTAR / FICAR / PERMANECER / CONTINUAR / PARECER ... Todavia, é bom ressaltar que verbo de ligação exige o emprego do sujeito e do predicativo do sujeito, sem expressar ação verbal. Se não houver sujeito ou predicativo do sujeito, o verbo passa a ser intransitivo. CUIDADO: Não é o verbo de ligação que expressa “estado”ou “qualidade”. Tais idéias surgem do predicativo.
a) Sílvia está animada. b) Gustavo está animado
c) Tânia continua ansiosa. d) Lula está apreensivo.
e) Marieta ficou doente. f) As crianças ficaram doentes.
* Os verbos destacados acima são de ligação. Há sujeito e predicativo empregados nas estruturas frasais. Os predicativos são os núcleos de cada predicado, caracterizando o predicado nominal. Portanto, quem configura o predicado nominal é o predicativo. Cabe apenas aos verbos em uso a função de ligar o sujeito ao estado ou à qualidade atribuídos. Todavia, existem predicativos que não expressam qualidade ou estado.
g) As crianças ficaram na sala. h) Mônica trabalhou preocupada.
i) Paulo está no quarto. j) São seis horas.
l) É noite. m) Hoje é 25 de junho de 2002.
- Em “As crianças ficaram na sala”, o verbo não é de ligação. Não existe predicativo, embora haja sujeito. Assim, o verbo FICAR passa a ser intransitivo.
- Em “Mônica trabalhou preocupada”, embora haja predicativo e sujeito, o verbo TRABALHAR não é de ligação, pois expressa ação. E o verbo de ligação não pode expressar ação. O predicativo do sujeito pode ser empregado com verbos intransitivos e transitivos. Só não haverá predicativo do sujeito se o verbo na frase for impessoal, ou seja, se a oração apresentar sujeito inexistente. Temos, portanto, “Mônica” sendo sujeito; “trabalhou” como verbo intransitivo e “preocupada” sendo predicativo do sujeito.
- Em “ Paulo está no quarto”, o verbo é intransitivo. O adjunto adverbial “no quarto” auxilia a intransitividade verbal. Como poderia ser de ligação o verbo da oração, se não existe predicativo? Assim como o verbo ASSISTIR ( no sentido de morar, residir ) pede a preposição “em” para constituir seu adjunto adverbial, o verbo ESTAR alcança sua intransitividade.
DICA: Os comuns verbos de ligação, quando perdem essa propriedade natural, passam a ser intransitivos.
- O verbo SER ao indicar tempo/hora é impessoal. Sendo impessoal, perdem a identidade de verbo de ligação. Adquirem a intransitividade verbal, mantendo relação com seu adjunto adverbial de tempo. “Seis horas”, “noite” e “hoje” / “25 de junho de 2002 são adjuntos adverbiais de tempo.
EXERC ÍCIO DIDÁTICO
01. Classifique, quanto à predicação, os verbos das orações de 1 a 12:
- “A dissonância será bela.
- “ Eu vejo um novo começo de era.”
- “Hoje o tempo voa, amor.”
- A noite oferece todos os sonhos aos jovens.
- A natureza estava tão triste.
- “ O bicho estava perto.”
- “O tempo trouxe a sua ação benéfica ao meu coração.”
- “... pensei no seminário...”
- “Ouvimos passos no corredor...”
- Todos viviam muito cansados naquela época.
- “Vivo à margem da vida.”
- Mandei recado a sua mãe agora mesmo.
Gabarito: 01. VL / 02. VTD / 03. VI / 04. VTDI / 05. VL / 06. VI / 07. VTDI / 08. VTI / 09. VTD / 10. VL 11. VI / 12. VTDI
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
São os termos que acompanham determinadas estruturas para torná-las completas. Ei-los: Objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva.
OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO
- Examinei o relógio de parede.
objeto direto
- Distribuí alegria a todos os convidados.
obj. dir. objeto indireto
- Desejo que ela seja feliz.
objeto direto oracional
* O complemento verbal será oracional, quando apresentar estrutura verbal em sua composição. Temos uma oração subordinada substantiva objetiva direta, sendo “que” a conjunção subordinada integrante. Em período, iremos esclarecer essa classificação da oração no exemplo acima.
- Vi as crianças que estavam brincando no quintal.
* Lembra da oração com pronome relativo? Observe que a oração em negrito acima traz o pronome relativo “que” ( conectivo usado para substituir o termo “as crianças” ). Como se classifica essa oração? Oração subordinada adjetiva é sua classificação. Há dois tipos de orações adjetivas: restritiva ( não apresenta sinais de pontuação ) e explicativa ( apresenta sinais de pontuação: vírgula ou travessão ). Como não há pontuação antes do pronome relativo “que”, a oração em negrito acima é subordinada adjetiva restritiva. Se puséssemos uma vírgula ou um travessão antes do pronome relativo, ela passaria a ser explicativa. É comum em provas públicas “eles” lançarem a hipótese do emprego ou não emprego da vírgula antes do pronome relativo, questionando o candidato se haveria ou não existiria mudança de sentido. Como a idéia ou sentido das adjetivas está enraizado em sua classificação, com vírgula sua idéia é explicar e, sem o sinal de pontuação, sua idéia ou carga semântica é restringir. Portanto, a alteração de sua pontuação acarretaria em mudança de sentido, não sendo optativa a vírgula, enfim.
- Dependo de maiores informações.
objeto indireto
- Obedecemos aos antigos costumes.
objeto indireto
- Confiamos nos investigadores.
objeto indireto
- Preciso de orientações que assegurem sólidos resultados.
Nota: Toda oração que apresentar pronome relativo é subordinada adjetiva. Exerce a função de adjunto adnominal. Veremos que os adjuntos adnominais estão sempre contidos em um outro termo sintático. Assim sendo, a oração relativa em negrito acima é adjunto adnominal oracional do núcleo do objeto indireto do verbo PRECISAR. Todas as vezes que empregarem uma oração relativa, ela será subconjunto do termo sintático que apresenta o substantivo ou pronome absorvido pelo pronome relativo. Digamos que seja uma maneira regular de “elastecer” o termo sintático anteposto ao pronome relativo acima. Então, o objeto indireto do verbo PRECISAR é “ de orientações que assegurem sólidos resultados” , sendo “orientações” o núcleo do objeto indireto, e “que assegurem sólidos resultados” é o adjunto adnominal oracional do núcleo do objeto indireto.
- Os fiscais a quem confiaram as investigações solicitaram mais documentos.
* Todo o termo grifado é o sujeito do verbo SOLICITAR, sendo “fiscais” o núcleo do sujeito e, de fato, “os” e “a quem confiaram as investigações” adjuntos adnominais. Trata-se de um adjunto adnominal não oracional e um adjunto adnominal oracional, respectivamente. A oração relativa em negrito é restritiva, mas se fosse explicativa exigiria vírgulas ou travessões após “fiscais” e antes de “solicitaram”. Essa pontuação à qual fazemos alusão hipoteticamente acarretaria em mudança de sentido e, por conseguinte, não deveria ser lida como pontuação facultativa.
- Obedeço às normas que disciplinam o exercício dos bons costumes.
* “...normas...” = núcleo do objeto indireto.
“... que disciplinam o exercício dos bons costumes.” = oração subordinada adjetiva. Logo, adjunto adnominal do núcleo do objeto indireto.
“... às normas que disciplinam o exercício dos bons costumes.” é todo o objeto indireto do verbo OBEDECER.
- Nas repartições públicas onde Silveira e Antunes trabalham, de fato, há crimes.
* Sendo “Nas repartições públicas” um termo que indica lugar, temo-lo como adjunto adverbial de lugar. Porém, ao se perceber o emprego do pronome relativo “onde”, faz-se necessário estender a leitura do adjunto adverbial de lugar até a palavra “trabalham”, pois a oração subordinada adjetiva está contida no adjunto adverbial, uma vez que exerce a função de adjunto adnominal oracional. Como o adjunto adnominal sempre está integrado a um outro termo sintático, o adjunto adverbial é definitivamente “Nas repartições públicas onde Silveira e Antunes trabalham”.
OS PRONOMES PESSOAIS E A FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO E INDIRETO
Pronomes Pessoais são conectivos usados para substituírem substantivos. Em exames públicos é comum o emprego acentuado de pronomes em textos.
O uso de pronomes possibilita questões de semântica, de emprego e de colocação pronominal. Vejamos:
Leia o texto que segue para responder às questões 01 e 02/
A rotina e a quimera
Sempre se falou mal de funcionários, inclusive dos que passam a hora do expediente escrevinhando literatura. Não sei se esse tipo de burocrata-escritor existe ainda. A racionalização do serviço público, ou o esforço por essa racionalização, trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições, e é de crer que as vocações literárias manifestadas à sombra de processos se hajam ressentido desses novos métodos de trabalho. Sem embargo, não se terão estiolado de todo, tão forte é, no escritor, a necessidade de exprimir-se, dentro da rotina que lhe é imposta. Se não escrever no espaço de tempo destinado à produção de ofícios, escreverá na hora do sono ou da comida, escreverá debaixo do chuveiro, na fila, ao sol, escreverá até sem papel – no interior do próprio cérebro, como os poetas prisioneiros da última guerra, que voltaram ao soneto como uma forma que por si mesma se grava na memória.
E por que se maldizia tanto o literato-funcionário? Porque desperdiçava os minutos do seu dia, reservado aos interesses da Nação, no trato de quimeras pessoais. A Nação pagava-lhe para estudar papéis obscuros e emaranhados, ordenar casos difíceis, promover medidas úteis, ouvir com benignidade as “partes”. Em vez disso, nosso poeta afinava a lira, nosso romancista convocava suas personagens, e toca a povoar o papel da repartição com palavras, figuras e abstrações que em nada adiantam à sorte do público.
É bem verdade que esse público, logo em seguida, ia consolar-se de suas penas na trova do poeta ou no mundo imaginado pelo ficcionista. Mas, sem gratidão especial ao autor, ou talvez separando neste o artista do rond-de-cuir, para estimar o primeiro sem reabilitar o segundo.
O certo é que um e outro são inseparáveis, ou antes, este determina aquele. O emprego do Estado concede com que viver, de ordinário sem folga, e essa é condição ideal para bom número de espíritos: certa mediania que elimina os cuidados imediatos, porém não abre perspectiva de ócio absoluto. O indivíduo tem apenas a calma necessária para refletir na mediocridade de uma vida que não conhece a fome nem o fausto; sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar; o papel barra-lhe a vista dos objetos naturais, como uma cortina parda. É então que intervém a imaginação criadora, para fazer desse papel precisamente o veículo de fuga, sorte de tapete mágico, em que o funcionário embarca, arrebatando consigo a doce ou amarga invenção, que irá maravilhar outros indivíduos, igualmente prisioneiros de outras rotinas, por este vasto mundo de obrigações não escolhidas. (...)
Carlos Drummond de Andrade. Passeios na ilha. In: Poesia completa e prosa Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 841.
QUESTÃO 01
Julgue os itens a seguir.
1- No fragmento “que voltaram ao soneto” (linha.7), o vocábulo “que “ tem como referente “última guerra” (linha.7).
2- Em “A Nação pagava-lhe para estudar papéis” (linha.10), o vocábulo “lhe” tem como referente “o literato-funcionário” (linha.9).
3- Em “ouvir com benignidade as ‘partes’ “(linha.11), o vocábulo “partes” tem como referente “quimeras pessoais”( linha.10).
4- O vocábulos “primeiro” (linha.16) e “segundo” (linha.16) tem como referentes “poeta” (linha.14) e “ficcionista” (linha.15), respectivamente.
5- O vocábulos “este” e “aquele” (linha.17) tem como referentes “rond-de-cuir” (linha.15) e “artista” (linha.15), respectivamente.
QUESTÃO 02
Quanto à correção da substituição do fragmento sublinhado por pronome, apresentada no trecho em negrito, julgue os seguintes itens.
1- “A racionalização do serviço público (...) trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições” (linha.2-3) / A racionalização do serviço público ( ...) trouxe-lhas
2- “Porque desperdiçava os minutos do seu dia, reservado aos interesses da Nação, no trato de quimeras pessoais” (linha.9-10) / Porque os desperdiçava no trato de quimeras pessoais
3- “e toca a povoar o papel da repartição com palavras”(linha.12) / e toca a povoá-lo com palavras
4- “É bem verdade que esse público, logo em seguida, ia consolar-se de suas penas na trova do poeta” (linha.14) / É bem verdade que esse público, logo em seguida, ia consolar-se delas na trova do poeta
5- “sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar” (linha.20-21) / sente-lhe o peso
RESPOSTA:
1: E C E E C
2: C C C C E
Enquanto os pronomes pessoais do caso reto, geralmente, exercem a função de sujeito, os pronomes pessoais do caso oblíquo funcionam como complementos verbais. Os pronomes oblíquos o / a / os / as / me / te / se / nos / vos podem funcionar como objeto direto. Porém, o pronome “lhe(s)” funciona como objeto indireto. Os pronomes em negrito s também podem exercer a função de objeto indireto, dependendo da regência do verbo.
- Encontrei-as ao passar pela esquina. [ objeto direto ]
- Vi-os preocupados. [ objeto direto ]
- Não lhe disseram a verdade. [ objeto indireto ]
- Obedeço-te. [ objeto indireto ]
e) Vi-te. [ objeto direto ]
- Deu-se ares de imponente. [ objeto indireto ]
- Ele feriu-se. [ objeto direto ]
- Vi o rapaz que saiu cedo. [ Vi-o ] * O pronome em negrito no colchete representa o termo grifado.
- Ofereci o livro ao amigo. [ Ofereci-o ao amigo ]
- Ofereci o livro ao amigo. [ Ofereci-lhe o livro ]
- Ofereci o livro ao amigo. [ Ofereci-lho ] * O pronome em negrito representa os termos grifados
OBJETO DIRETO INTERNO
Denominação dada ao complemento representado por uma palavra que possui o mesmo radical do verbo ou apresenta a mesma característica significativa:
- Morreu morte natural.
* A espontaneidade do verbo MORRER é ser intransitiva. Todavia, por termos empregado o substantivo “morte” – que traz a idéia já contida na palavra verbal – o verbo MORRER deixa de ser intransitivo e, de fato, passa a ser transitivo direto. Todas as vezes que um verbo intransitivo apresentar um substantivo que expresse a idéia que o próprio verbo já comunique, não teremos mais uma intransitividade, mas uma transitividade direta, constituindo um pleonasmo na estrutura sintática do período.
- Dormiu o sono dos justos e corajosos.
- Chorava lágrimas de felicidade.
- Ventava o vento da morte.
OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICOS
É a dupla ocorrência da função sintática dos complementos verbais na mesma oração, a fim de enfatizar o significado do termo em referência.
- As crianças, amo-as bastante.
* O segundo termo em negrito é o pleonasmo. Temos um objeto direto pleonástico, pois o pronome oblíquo representa “As crianças” – que já exerce a função de objeto direto. O pleonasmo é usado para destacar o objeto direto que o emissor usara.
- Ao pobre, não lhe devo.
- Ao comerciante, paguei-lhe a dívida.
- Ao diretor a quem me referi, à semana passada, dei-lhe as devidas atenções.
COMPLEMENTO NOMINAL
Completa advérbio, predicativo, substantivos vindos de verbos transitivos indiretos, substantivos vindos de verbos transitivos diretos ( desde que apresentem valor passivo), substantivos abstratos.
- Não às determinações inflexíveis.
Complemento nominal [ completa advérbio ]
- Ela é fiel a seus pais.
Compl. nominal [ completa o predicativo do sujeito ]
- Sou-lhe grato. [ O sujeito está implícito; “grato” é o predicativo do sujeito implícito; o pronome grifado complementa o predicativo. Logo, “lhe” é complemento nominal por completar o predicativo do sujeito. Como o predicativo do sujeito está constituído por um adjetivo, podemos argumentar morfologicamente, dizendo que o pronome grifado é complemento nominal por complementar um adjetivo ].
- A necessidade de orientações. [ complemento nominal ]
e) Necessitar de orientações [ complemento verbal / objeto indireto ]
* “Necessitar é um verbo transitivo indireto, sendo “de orientações” objeto indireto; “necessidade” é substantivo vindo de verbo transitivo indireto. Portanto, quando um substantivo vier de um verbo transitivo indireto, teremos complemento nominal.
f) A dependência de drogas proporcionou ao infeliz rapaz amarga existência.
[ complemento nominal ]
g) A produção de leite trouxe expressivo lucro ao fazendeiro.
Produzir leite foi oportuno ao fazendeiro.
- Quando um substantivo vier de verbo transitivo direto, haverá complemento nominal se existir valor passivo; havendo valor ativo, teremos adjunto adnominal. No exemplo acima, “de leite” é complemento nominal, pois mantém relação com um substantivo vindo de um verbo transitivo direto ( produzir ) e o valor é passivo ( Leite é produzido por alguém ).
h) O consumo de drogas nas favelas garantiu a violência a todos os moradores. [ compl. nominal ]
i) Tenho medo de fantasmas. [ complemento nominal ]
j) De que os policiais federais, garantiu o porta-voz da presidência, estão preocupados com os crimes acentuados nas fronteiras, não há dúvida. [ O termo grifado é complemento nominal oracional, sendo o termo regente a palavra “dúvida”; o termo em negrito é complemento nominal, sendo o termo regente o predicativo “preocupados”. ]
k) A necessidade de obediência às normas de proteção às terras é expressiva.
- “de obediência” é complemento nominal, sendo o termo regente “necessidade”
- “às normas de proteção” é complemento nominal, sendo o termo regente “obediência”
- “às terras” é complemento nominal, sendo o termo regente “proteção”
O livro de cuja necessidade tenho custa caro. [ complemento nominal ]
- O pronome relativo “cuja” no exemplo acima dá início à composição de uma oração subordinada adjetiva restritiva. Lendo a oração relativa, temos: um sujeito implícito para o verbo “tenho”; “necessidade” é o objeto direto do verbo “tenho”; “de cuja” é complemento nominal, sendo seu termo regente a palavra “necessidade” ( ... tenho necessidade do livro ).
- Assim, além da comum função sintática de adjunto adnominal, o pronome relativo “cujo” pode exercer a função de complemento nominal.
VOZES VERBAIS E O AGENTE DA PASSIVA
- voz ativa = sujeito pratica a ação
- voz passiva = sujeito sofre a ação
- voz reflexiva = sujeito pratica e sofre a ação ao mesmo tempo
- voz recíproca = há correspondência de ações verbais
Exs.:
- Eu reconheci os criminosos. [ voz ativa ]
2. Os criminosos foram reconhecidos por mim. [ voz passiva analítica ]
3. Reconheceram-se os criminosos. [ voz passiva sintética ]
4. Paulo feriu-se. [ voz reflexiva ]
5. Lourdes e Gustavo se amam. [ voz recíproca ]
Obs.: A voz passiva pode ser sintética e analítica. Havendo pronome apassivador, temos a voz passiva sintética ( v.t.d. + se / v.t.d.i + se ). Já a voz passiva analítica não apresenta partícula apassivadora.
- Comunicaram os fatos ao diretor. [ voz ativa ]
7. Comunicaram-se os fatos ao diretor. [ voz passiva sintética ]
8. Os fatos foram comunicados ao diretor. [ voz passiva analítica ]
9. O que se vê é um poço sem fim, o mal em estado puro.
* Todas as vezes que encontrarmos “o” antes do conectivo “que”, podendo substituir “o” por “aquele” ou “aquilo” , “o” é pronome demonstrativo e “que” é pronome relativo. No exemplo acima, “o” é pronome demonstrativo, pois podemos substituí-lo por “aquilo”. Sendo “que” pronome relativo, temos o início da oração subordinada adjetiva, visto que toda oração subordinada adjetiva é iniciada por pronome relativo. Trata-se a oração grifada acima de uma oração subordinada adjetiva restritiva. Sua voz verbal é passiva sintética ( verbo transitivo direto acompanhado da partícula apassiva “se” ). Já a oração principal “O ... é um poço sem fim, o mal em estado puro” não apresenta voz verbal, pois temos verbo de ligação em sua estrutura. Como teríamos voz verbal se verbo de ligação não expressa ação?
TESTE:
01. Tendo por parâmetro o texto original, julgue o período reescrito quanto à manutenção de sentido na nova versão.
Texto original: A racionalização do serviço público, ou o esforço por essa racionalização trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições.
Versão: Modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições foram trazidas pela racionalização do serviço público, ou pelo esforço por essa racionalização.
- No texto original temos o emprego da voz ativa; na versão se empregou a voz passiva analítica. Verifica-se que o sujeito da ativa ( “A racionalização do serviço público, ou o esforço por essa racionalização ) passou a ser agente da passiva, e o objeto direto da ativa ( “modificações sensíveis” ) passou a ser sujeito da passiva. Com isso, não há na versão mudança de sentido e não existe na transformação da ativa para a passiva impropriedade gramatical. É comum em provas públicas eles exigirem o tópico SEMÂNTICA, mudando um determinado fragmento do texto de ativa para passiva ou de passiva para ativa.
02. Em “ O volume de contrabando que está ingressando no país...” está na voz ativa. Passando para a voz passiva, não haverá mudança de sentido. V - F
- Falso. Não se passa para a passiva estrutura oracional ativa que não apresenta objeto direto. Só podemos passar uma oração na voz ativa para a voz passiva, se houver objeto direto, pois todo objeto direto tem valor passivo. Passar para a passiva nunca acarreta mudança de sentido. Todavia, tem-se como falso o julgamento da proposição, pois não se pode passar para a passiva a estrutura oracional. Trata-se o termo grifado ( “está ingressando”) de uma locução verbal intransitiva, sendo “no país” o adjunto adverbial de lugar.
03. Quanto à correção da substituição do fragmento sublinhado por pronome, apresentada no trecho em negrito, julgue os seguintes itens.
1 - 1 “A racionalização do serviço público (...) trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições” / A racionalização do serviço público (...) trouxe-lhas. [V – F ]
* Verdadeiro. Todo o termo grifado representa o objeto direto e o objeto indireto do verbo trazer. Ora, sendo “modificações” o núcleo do objeto direto e “ambiente” o núcleo do objeto indireto, temos a contração do pronome “lhe” ( pronome que representa o objeto indireto ) com o pronome “as” ( pronome que representa o objeto direto ).
2 - 2 “Porque desperdiçava os minutos do seu dia, reservado aos interesses da Nação, no trato de quimeras pessoais” / Porque os desperdiçava no trato de quimeras pessoais. [ V – F ]
* Quem desperdiça, desperdiça algo. Desperdiçar traz sua transitividade direta no exemplo acima. O termo grifado é o objeto direto do verbo desperdiçar. O núcleo do objeto direto é “minutos”, enquanto “os”, “do seu dia” e “reservado aos interesses da Nação” são adjuntos adnominais. Este último termo ( “reservado aos interesses da Nação ) é o adjunto adnominal oracional, pois a oração é subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Como apenas o núcleo dos termos sintáticos são representados sintaticamente, temos o pronome “os” proclítico ao verbo corretamente empregado para substituir todo o termo grifado na proposição.
3 - 3 “...sente o peso dos regulamentos, que lhe compete observar ou fazer observar” / sente-lhe o peso. [ V – F ]
* Falso. O pronome “lhe” precisa receber a desinência de número /s/ para que represente o substantivo núcleo “regulamentos”. Sua função sintática é de adjunto adnominal. Nem sempre o pronome “lhe” exerce a função de objeto indireto: o verbo SENTIR pede apenas objeto direto. O termo sintático “que lhe compete observar ou fazer observar” é o adjunto adnominal oracional do adjunto adnominal ( “dos regulamentos”) do núcleo do objeto direto do verbo sentir, ou seja, o substantivo “peso”.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
São aqueles que vão acompanhar substantivos, pronomes ou verbos, informando alguma característica ou circunstância. Ei-los: aposto, adjunto adnominal e adjunto adverbial.
APOSTO
Sua finalidade é explicar, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou simplesmente apontar algo, alguém ou um fato.
APOSTO EXPLICATIVO:
Sônia, a tia de meu tio, viajou.
Marília e Dirceu, os noivos da Inconfidência, eram Maria Dorotéia e Tomás Antônio Gonzaga.
APOSTO ENUMERATIVO:
Víamos somente três coisas: vales, montanhas, campinas.
APOSTO RESUMITIVO:
Os pais, os avós, os tios, todos, foram a Portugal.
Amor, dinheiro, fama, tudo, passam.
APOSTO COMPARATIVO:
Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo.
APOSTO ESPECIFICATIVO:
O poeta Manuel Bandeira proporcionou inovações literárias a nós.
O rio Beberibe está sujo.
O Estados Unidos é um mau exemplo.
APOSTO DISTRIBUTIVO:
Separe duas folhas: uma para o texto e a outra para as perguntas.
APOSTO ORACIONAL:
Gritou a verdade a todos: que Lourdes é a criminosa.
ADJUNTO ADNOMINAL ( perto, perto, perto do substantivo )
Termo que mantém relação com o substantivo. O substantivo é a classe gramatical que tem precedência em relação às demais palavras, pois é quem dá nome aos seres. Assim sendo, as demais classes gramaticais estão subordinadas ao substantivo. Geralmente exercem a função de adjunto adnominal o adjetivo, o numeral, o pronome e o artigo.
- Os simpáticos rapazes voltaram do clube.
Sujeito : “Os simpáticos rapazes”
Núcleo do sujeito: “rapazes”
Adjuntos adnominais do sujeito: “Os” , “simpáticos”
Adjunto adverbial: “do clube”
Núcleo do adjunto adverbial: “clube”
Adjunto adnominal do núcleo do adjunto adverbial: o artigo “o” que está aglutinado com a preposição “de”
- Todo sábado, estudamos alguns tópicos, caro amigo.
Adjunto adverbial de tempo: “Todo sábado”
Núcleo do adjunto adverbial de tempo: “sábado”
Adjunto adnominal do núcleo do adjunto adverbial de tempo: “Todo”
Objeto direto do verbo “estudamos”: “alguns tópicos”
Núcleo do objeto direto: “tópicos”
Adjunto adnominal do núcleo do objeto direto: “alguns”
Vocativo: “caro amigo”
Núcleo do vocativo: “amigo”
Adjunto adnominal do núcleo do vocativo: “caro”
- A pessoa que estuda vence expressivas fronteiras.
Sujeito: “A pessoa que estuda”
Núcleo do sujeito: “pessoa”
Adjuntos adnominais do núcleo do sujeito: “A” e “que estuda” ( trata-se de uma oração subordinada adjetiva. Como toda oração subordinada adjetiva exerce a função de adjunto adnominal, temos um adjunto adnominal oracional restritivo, sendo “que” o pronome relativo que exerce a função de sujeito do verbo “estuda”. Os adjuntos adnominais estão sempre “dentro”, ou melhor, integrando o termo sintático que o apresenta. )
Objeto direto: “expressivas fronteiras”.
Núcleo do objeto direto: “fronteiras”
Adjunto adnominal do núcleo do objeto direto: “expressivas”
- Vi as provas que Sônia fez, à semana passada.
O objeto direto do verbo VER é “as provas que Sônia fez, à semana passada”. Observe que o núcleo do objeto direto é o substantivo “provas”, o artigo que está anteposto ao substantivo “provas” é adjunto adnominal do núcleo do objeto direto. Todavia, não existe apenas um adjunto adnominal, pois o termo grifado é uma oração que apresenta pronome relativo ( “que” substitui o substantivo “provas” ). Lembra? Toda oração que apresentar pronome relativo é subordinada adjetiva, exercendo a função de adjunto adnominal oracional. Como todo adjunto adnominal está contido em uma função sintática maior, devemos incluir a oração subordinada adjetiva como termo sintático que constitui também o objeto direto do verbo VER.
- João Paulo II, que é o Papa, está doente.
O termo em negrito acima é adjunto adnominal oracional do núcleo do sujeito do verbo ESTAR. Temos uma oração subordinada adjetiva explicativa. Cuidado: Não é difícil encontrar em questões do provas públicas impropriedade gramatical no emprego da pontuação das orações adjetivas. No exemplo acima, a oração em negrito só pode ser explicativa, pois seu valor é absoluto. Como pensar em restrição, se apenas uma pessoa assume o papado. Toda oração subordinada adjetiva com valor absoluto só pode ser explicativa, devendo ser pontuada com vírgulas ou travessões.
ADJUNTO ADVERBIAL
Termo representado por advérbios, relacionando-se com o verbo, o adjetivo ou com outro advérbio. São classificados pela idéia que comunicam.
- Paulo emprestou o dinheiro sábado passado. [ adjunto adverbial de tempo ]
- Onde a marcha alegre se espalhou? [ adjunto adverbial de lugar ]
- Como acabou o dia? [ adjunto adverbial de modo ]
- Almoçou pouco. [ adjunto adverbial de intensidade ]
- Por que ele tremia? De medo. [ adjunto adverbial de causa ]
- Venha jantar comigo. [ adjunto adverbial de companhia ]
- Com a máquina conseguiu fazer todo o trabalho. [adjunto adverbial de instrumento]
- Talvez ele chegue mais cedo. [ adjunto adverbial de dúvida ]
- Vivia para o trabalho. [ adjunto adverbial de finalidade ]
- Viajou de avião. [ adjunto adverbial de meio ]
- Falávamos sobre produtos importados, à mesa. [ adjunto adverbial de lugar ]
- Não permitirei a sua dispensa. [adjunto adverbial de negação ]
- Descendia de nobres. [ adjunto adverbial de origem ]
- Sairia sim, naquela manhã. [ adjunto adverbial de afirmação ]
- Comprou um relógio de ouro. [ adjunto adverbial de matéria ]
- A camisa custou vinte reais. [ adjunto adverbial de valor ou de preço ]
- Andava a cavalo, tranqüilamente. [ adjunto adverbial de meio ]
- Trocou uma caneta por um lápis. [ adjunto adverbial de permuta ]
- Sobre a mesa, Senhores e Senhoras, há suficientes provas. [ adjunto adverbial de lugar ]
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Sujeito e predicado são, no geral, os termos essenciais da oração. No geral, pois existe oração sem sujeito. Ao sujeito se atribui a prática da ação, na maioria das vezes. O predicado é tudo menos o sujeito.
SUJEITO
- Sujeito determinado simples – Quando empregado na oração, apresentando um núcleo.
Ex.: Antônio continua inquieto.
- Sujeito determinado composto – Há mais de um núcleo.
Ex.: Regina e Roberto estão inquietos.
- Sujeito indeterminado – verbo na 3ª pessoa do plural sem referenciar o sujeito; verbo no infinitivo sem referenciar o sujeito; v.t.i. + se / v.i. + se / v. de ligação + se
Exs.:
Estudam Matemática e Língua Portuguesa, todos os dias.
* Verbo na 3a pessoa do plural, sem indicar quem pratica a ação espelha um sujeito indeterminado. Contudo, se o contexto comunicar ou revelar o sujeito, passamos a ter um sujeito implícito. Ou seja, em “Lúcia e Paula foram à praia. Beberam água de coco.” Para o verbo BEBER o sujeito está implícito .
Aspira-se a cargos públicos. [ verbo transitivo indireto + índice de indet. do sujeito ]
Está-se orgulhoso. [ verbo de ligação + índice de indeterminação do sujeito ]
Trabalha-se bastante, naquele escritório. [ verbo intransitivo + índice de indet. do sujeito ]
* Nos três exemplos acima, o sujeito está indeterminado. Cuidado com os concursos públicos, pois é comum flexionarem os verbos em negrito s, pondo-os na 3a pessoa do plural. Verbo intransitivo, transitivo indireto ou verbo de ligação seguido do pronome “se” não recebe flexão verbal. Flexioná-los seria erro de concordância verbal.
Reviver boas ações é oportuno ao homem.
- “Reviver boas ações” é o sujeito oracional do verbo SER
- “boas ações” é o objeto direto do verbo REVIVER.
- “Reviver boas ações”, por ser uma oração com o verbo no infinitivo sem referenciar o agente da ação traz um sujeito indeterminado.
- Sujeito acusativo – Quando o sujeito exerce a função de objeto direto, também. Ocorre apenas com os verbos MANDAR, DEIXAR, FAZER, OUVIR, SENTIR e VER + o termo que será o sujeito acusativo + verbo no infinitivo ou no gerúndio.
Mandar
Deixar
Fazer + Substantivo ou pronome + verbo no infinitivo ou no gerúndio
Ouvir
Sentir
Ver
Exs.:
Vi o rapaz cantar (vi-o cantar) * O termo grifado é o sujeito acusativo, pois exerce a função de objeto direto do verbo VER e a função de sujeito do verbo CANTAR.
Não o deixei dormindo. * o termo grifado é sujeito acusativo oracional.
Ouvi pessoas trabalhar. * O sujeito acusativo é representado pronominalmente por pronomes pessoais do caso oblíquo. Assim, o pronome em negrito ao lado representa o substantivo grifado “pessoas”. Se usássemos “Ouvi elas trabalhar” haveria erro quanto ao emprego de pronomes.
Ouvi-as trabalhar.
Percebi eles chegando à porta [ correto ]
Percebi-os chegando à porta [ errado, pois não temos sujeito acusativo ]
* O sujeito acusativo, ou seja, o sujeito objetivo direto só ocorre com os verbos selecionados acima [ mandar/deixar/fazer/ouvir/sentir/ver ]. Em latim, o nosso objeto direto é chamado de acusativo. Logo, sujeito acusativo é o sujeito do infinitivo ou do gerúndio que exerce a função do objeto direto dos verbos selecionados acima. Sua representação pronominal é com os oblíquos. Não havendo sujeito acusativo, o termo referenciado ( o substantivo contextualizado ) deve ser substituído por pronome pessoal do caso reto.
- Sujeito oracional – Quando o núcleo do sujeito for constituído por um verbo.
Exs.:
Estudar todo o programa é necessário.
Quem estuda edifica castelos.
* CUIDADO: O uso de vírgula entre o sujeito oracional e seu verbo diretamente empregados é comum. Logo, “Quem estuda, edifica castelos” apresenta erro de pontuação.
Comunicar os fatos que nos circundam aos leitores que nos acompanham proporciona conforto.
- Todo o termo em negrito acima é o sujeito oracional do verbo “proporciona”. Os dois termos grifados são respectivamente objeto direto e objeto indireto. Existem orações subordinadas adjetivas ( adjuntos adnominais oracionais ) integrando os complementos verbais. Só o ponto final no período estaria correto. Todavia, se o emissor quiser, pode tornar as orações subordinadas adjetivas restritivas em orações subordinadas adjetivas explicativas. Para tanto, bastaria pontuar com vírgulas ou travessões as orações adjetivas. Vejamos:
- 1) Comunicar os fatos, que nos circundam, aos leitores, que nos acompanham, proporciona conforto;
- 2) Comunicar os fatos - que nos circundam - aos leitores – que nos acompanham – proporciona conforto;
- 3) Comunicar os fatos, que nos circundam, aos leitores que nos acompanham proporciona conforto ( apenas a primeira oração subordinada adjetiva é explicativa );
- 4) Comunicar os fatos que nos circundam aos leitores , que nos acompanham, proporciona conforto. ( apenas a segunda oração adjetiva é explicativa).
- Sujeito Inexistente
São estruturas que não apresentam sujeito:
- Verbo “haver” no sentido de “existir”.
- Verbo “fazer” indicando tempo.
- Verbos que expressam fenômenos naturais.
- Verbo “ser” indicando tempo / hora.
Exs.:
Haveria reuniões, se...
Há de haver dificuldades.
- O verbo HAVER no sentido de existir é impessoal, ou seja, a oração é sem sujeito. Deve ser empregado sempre na 3a pessoa do singular. Os concursos públicos geralmente solicitam a concordância verbal. Logo, é oportuno ressaltar que o verbo HAVER nesse caso ( no sentido de EXISTIR ) não se flexiona. Quanto à predicação, deve ser lido como transitivo direto. Em “Haveria reuniões, se...”, “reuniões” é objeto direto. Como verbo não concorda com complemento verbal, use o verbo na 3a pessoa do singular, sempre. Em “Há de haver dificuldades”, observe que o verbo auxiliar da locução verbal permanece na 3a pessoa do singular. Portanto, também está correta a concordância verbal, não havendo impropriedade gramatical na estrutura frasal.
São quatro horas.
* Trata-se de uma oração sem sujeito. Mesmo assim, o verbo está com propriedade no plural. É que o verbo SER deve manter concordância com o núcleo do adjunto adverbial de tempo. Sintaticamente, “quatro horas” é adjunto adverbial de tempo, sendo “horas” o núcleo do adjunto adverbial de tempo, e “quatro” é adjunto adnominal do adjunto adverbial de tempo. Embora haja literaturas dizendo que “quatro horas” é predicativo, leia “quatro horas” como adjunto adverbial de tempo. Outrossim, ressaltemos que o verbo SER não está concordando com o número de horas. Em verdade, o verbo SER está concordando com o núcleo do adjunto adverbial de tempo, visto que o substantivo tem precedência, sendo o numeral seu adjunto adnominal. Assim, se encontrar em uma prova a afirmação de que em “São quatro horas” não há impropriedade gramatical, pois o verbo SER está concordando com o número de horas, julgue como incorreta tal argumentação.
Faz duas semanas, apenas.
* FAZER, indicando tempo, também é impessoal. Deve ser empregado na 3a pessoa do singular. Cuidado para não confundir com o verbo FALTAR. Este é pessoal. Assim, devemos escrever, por exemplo, “FALTAM DUAS SEMANAS, APENAS” e FAZ DUAS SEMANAS, APENAS. Na primeira estrutura, “DUAS SEMANAS” é sujeito, enquanto na segunda oração, de fato, “DUAS SEMANAS” é adjunto adverbial.
Choveu pouco, ontem.
Choveram conflitos durante o jantar.
* Os verbos que expressam fenômenos naturais apresentam oração sem sujeito, permanecendo na 3a pessoa do singular. Contudo, em “Choveram conflitos durante o jantar”, temos a flexão na concordância, pois está no sentido figurado.
Faz / Fazem dois anos, deixando-nos convictos que os amamos, os gêmeos. ( Use o verbo no plural, pois “os gêmeos”é o sujeito do verbo FAZER.
PREDICADO
É o que se diz quanto ao sujeito. Tudo menos o sujeito é o predicado. E se a oração não apresentar sujeito, teremos apenas predicado. Neste último caso, predicado já não será o que se diz sobre o sujeito. Classifica-se em predicado nominal, verbal, verbo-nominal. Quem caracteriza o predicado verbal é o verbo principal ( v.t.d./ v.t.i. / v.t.d.i. / vi ); quem caracteriza o predicado nominal é o predicativo do sujeito. Havendo verbo principal e predicativo, temos predicado verbo nominal.
- Luciana trabalhou pouco. [ predicado verbal ]
- Hortência está animada. [ predicado nominal ]
- Hortência jogou animada. [ predicado verbo nominal ]
- São duas horas. [ predicado verbal ]
- Elas permanecem na sala. [ predicado verbal ]
- Elas viraram freiras. [ predicado nominal ]
- Elas estão na sala preocupadas. [ predicado nominal ]
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
- Classifique sintaticamente os termos sublinhados:
- Insisti no oferecimento da madeira, e ele estremeceu. A nossa conversa era seca.
“no oferecimento” .............................................
“da madeira” ............................................
“A nossa conversa” ...........................................
“seca” ...........................................
- Relativamente aos limites, julgo que podemos resolver isso depois, com calma.”
“aos limites” ........................................
“isso” ........................................
“depois” .......................................
“com calma” ......................................
- O termo sublinhado nas frases abaixo deve ser classificado de acordo com o seguinte código:
[ 1 ] sujeito [ 2 ] predicativo [ 3 ] objeto direto [ 4 ] objeto indireto
[ 5 ] complemento nominal [ 6 ] adjunto adnominal
- [ ] Os homens se enganam no conhecimento das coisas visíveis.
- [ ] Uma coisa preferem os melhores a tudo: a glória eterna.
- [ ] Se todas as coisas se tornassem fumaça, conhecer-se-iam com as narinas.
- [ ] É cansativo servir e obedecer aos mesmos senhores.
- [ ] Não confio suficientemente na compreensão dos leitores.
- [ ] Foi lá que me ofereceram certa vez um raio de sol.
- [ ] ... passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal.
- [ ] ... dava-lhe uma estranha sensação de orfandade.
- [ ] E agora lhe vinha uma súbita e enternecida saudade do pai.
- [ ] Há homens que nasceram talhados para o sacrifício.
- [ ] Eu não tenho vocação para mártir.
- [ ] ... que com freqüência vinha ao semblante das mulheres do Rio Grande: o medo ancestral da guerra.
- [ ] Não era um triunfo que ela julgasse digno de si.
- [ ] Não era um triunfo que ela julgasse digno de si a torpe humilhação dessa gente ante sua riqueza.
- [ ] Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, um simples lenço.
- [ ] ... e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes.
- [ ] Mal os Carapicus sentiram a aproximação dos rivais...]
- [ ] Cada qual correu a casa em busca do ferro, do pau e de tudo que servisse para resistir.
- [ ] ... e todos tiveram confiança nele.
- [ ] As navalhas, traziam-nas abertas e escondidas na palma das mãos.
- [ ] As navalhas, traziam-nas abertas...
x) [ ] Verias, então, a sombra da tua forma anterior a ti mesma.
z) [ ] Quisera dar-te também o mar onde nadei menino.
GABARITO:
- a)
no oferecimento: objeto indireto
da madeira : compl. nominal
a nossa conversa: sujeito
seca: predicativo
b)
aos limites : compl. nominal
isso: objeto direto
depois: adj. Adv. de tempo
com calma: adj. Adv. de modo
02.
- 5
- 1
- 2
- 4
- 6
- 6
- 6
- 5
- 5
- 5
l) 5
- 5
- 5
- 5
- 6
- 6
- 6
- 5
- 5
- 3
- 2
x) 5
- 2
SIMULADO I
- Numa oração, o predicado pode ser: 1) nominal, 2) verbal, 3) verbo-nominal
Use esse código nos parênteses e assinale a série obtida.
( ) Pois para mim esta sua idéia é novidade.
( ) ...tornar a língua portuguesa odiosa.
( ) A recepção do Aston vivia sempre cheia de gente.
( ) As palavras significam pouco.
( ) Alguém já me escreveu.
a) 1 – 3 – 1 – 2 – 1 b) 3 – 1 – 1 – 2 – 2 c) 1 – 3 – 1 – 2 – 2
d) 2 – 3 – 1 – 1 – 2 e) 3 – 2 – 1 – 1 – 2
- O termo sublinhado não é sujeito em:
a) Se o leitor conhece um homem forte, mas muito forte mesmo, imagine uma pessoa duas vezes mais forte.
b) ... e encaminha-lo ao hotel, onde lhe fora reservado um apartamento.
c) Que o Santa Cruz me perdoe, mas era um caso de vida ou de morte.
d) Ora, se meu amigo de fato era meio ruivo, seu jeitão era mineiro.
e) Ninguém está com relógio nesta casa.
- Só não é predicativo o termo sublinhado em:
a) Parecia feliz em sua casa.
b) Assim, vendo o passarinho encorujado a um canto, decidimos doá-lo.
c) Este refrão me deixa meio esquisito.
d) Era um canário ordinário.
e) O garoto ficou firme.
- Objeto indireto é o complemento verbal introduzido por preposição exigida pelo verbo. Há objeto indireto em:
- O primeiro não agüentou a crise da puberdade.
- Nós o amávamos desse amor vagaroso e distraído.
- Não importa, conseguiu depressa um lugar em nossa afeição.
- Às crianças, aqui de casa tocaram um bicudo e um canário.
- O choro da menina se desfez em uma gargalhada cheia de lágrimas.
- “Vai-te embora, canarinho, que não te quero mais.” Os termos sublinhados são, respectivamente:
- objeto direto / objeto direto
b) objeto indireto / objeto direto
c) palavra de realce / objeto direto
d) objeto direto / palavra de realce
e) palavra de realce / palavra de realce
- Há complemento nominal em:
- Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
- ... embora fosse quase certa a sua possibilidade de ganhar a vida.
- Ela estava na janela do edifício.
- ... sem saber ao certo se gostávamos dele.
- Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho de cinema.
- Diz-se impessoal o verbo que não tem sujeito. Não ocorre verbo impessoal em:
- Em São Paulo, há 7 anos, nasceu também uma criança assim.
- Vamos supor que tenha nascido às cinco da tarde.
- Há esperança de bonde em todos os postes.
- Ainda é noite dentro do quarto fechado.
- Quando tem comida para levar, eu almoço. Quando não tem, não tem.
- Em que caso o SE funciona como pronome apassivador?
- ... a rua inteira, atravancada, sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco.
- Moleques de carrinho corriam em todas as direções, atropelando-se uns aos outros.
- ... melancias rolavam, tomates esborrachavam-se.
- Os grupos divergentes chocavam-se.
- Mas a mulher já se trancara lá dentro.
- É adjunto adnominal o termo sublinhado em:
- Lá em baixo todo o mundo carrega o coração dentro do peito.
- Tinha o coração fora do peito, como se fora um coração postiço.
- Menino do coração fora do peito, você devia cá fora receber o beijo da madrugada.
- Se ele ficar fora do peito é logo ferido e morto.
- O anjinho está no céu.
- “Os anjinhos estavam cada vez mais espanados. Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho de cinema, e aí, acabou a história. Porém, o menino estava aborrecido, foi dormir. Deixa o anjinho dormir sono sossegado, Dr. Cláudio.”. Não funciona como sujeito:
- os anjinhos
b) a história
c) o menino
d) o anjinho
e) Dr. Cláudio.
GABARITO:
01.c 06. b
02. a 07. b
03. d 08. a
04. d 09. c
05. c 10. e
SIMULADO II
Nas questões de 01 a 04, marque o item sublinhado que apresenta erro de estrutura sintática ou de propriedade vocabular.
01. Ao falarmos em [a] inspeção pericial, para fins [b] de perícia da Justiça do trabalho, é necessário que se faça [c], primeiramente, uma rápida recapitulação do histórico da legislação no que [d] tange à [e] doenças ocupacionais.
a) A b) B c) C d) D e) E
02. Para o desempenho de suas funções, pode o perito e assistente técnico utilizar-se [a] de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte ou em repartições públicas, bem como [b] instruir o laudo com plantas, desenhos e quaisquer outras peças. O artigo 429 se aplica, por exemplo, aos locais em que a obra está concluída, não mais havendo ali trabalhadores em exercício. Então, baseados [c] nesse artigo, podemos realizar a inspeção pericial em outra obra, desde que mantido [d] as mesmas condições técnicas de trabalho do tempo em que [e] o reclamante ali trabalhava.
a) A b) B c) C d) D e) E
03. A Justiça do Trabalho custará R$ 3 bilhões em 1999. Essa importância não seria excessiva se acaso viesse [a] sendo acionada unicamente em casos relevantes e inevitáveis, após falharem[ b] todas as tentativas de prevenção e solução dos conflitos diretamente pelas partes. A vulgarização do Judiciário, talvez estimulada pela inexistência de custos, não deveria contribuir para projetar imagem negativa do País, desencorajando a geração de empregos. Se desejamos ampliar e modernizar o mercado, é indispensável colocarmos o dedo na ferida, procurando saber as razões por que [c], à medida que[d] aumentam o desemprego e as relações informais de trabalho, o País se converte em fonte inesgotável de reclamações trabalhistas, sem que disso resultem[e] a elevação do padrão de vida dos assalariados.
- A b) B c) C d) D e) E
04. As reações inflamatórias brônquicas nas broncopneumonias ocupacionais (BPO) são menos [ a ] claras, ou, pelo menos, não estão conceituadas com a mesma firmeza que [b ] as broncoespásticas. A não ser a bronquiolite dos enchedores de silo, causada pela exposição aguda a [c ] gases de N2, as demais inflamações brônquicas têm sua relação com a exposição ocupacional insuficientemente comprovada. Morgan, o principal estudioso desse assunto, tem, porém, desde 1978, uma posição favorável à [d] hipótese que [e] a exposição ocupacional a poeiras possa causar sintomas respiratórios.
a) A b) B c) C d) D e) E
05. Assinale a opção em que o(s) fragmento( s) sublinhado(s) está(ão) substituído(s) incorretamente por pronome(s).
a) Quando peço a observância da lei, é justamente porque a lei é o abrigo da tolerância e da bondade. / Quando peço a sua observância, é justamente porque ela é o abrigo da tolerância e da bondade.
b) (...) aquela que consiste na distribuição da justiça, isto é, no bem distribuído aos bons (...) / (...) aquela que consiste na distribuição da justiça, isto é, no bem distribuído-lhes(...)
c) Há algum chefe de partido (...) que não goze de prerrogativas especiais? / Há algum chefe de partido (...) que não goze delas?
d) Nas poucas vezes em que me atrevo a perturbar a serenidade absoluta deste recinto e a contrariar os sentimentos dos meus honrados colegas, tenho consciência, Sr. Presidente, de ter-me colocado sempre em um plano, que não se opõe nem à tolerância nem à paz (...) / Nas poucas vezes em que me atrevo a perturbá-la e a contrariá-los, tenho consciência, Sr. Presidente, de ter-me colocado sempre em um plano, que não se opõe nem à tolerância nem à paz (...)
e) (...) o único terreno em que nós, todos nós poderíamos aproximar e dar-nos as mãos (...) / (...) o único terreno onde nós todos nos poderíamos aproximar dar-no-las (...)
06. Observando a sintaxe de determinados fragmentos, assinale a opção que apresenta a associação incorreta entre a(s) expressão(ões) ou o(s) termo(s) sublinhado(s) e a respectiva função sintática.
a) A paz! Não a vejo. Não há, como não pode existir, senão uma, é a que assenta na lei. [ predicativo ]
b) ...a paz que nenhuma criatura humana pode tolerar sem abaixar a cabeça envergonhada. [ objeto direto ].
c) ... a paz que nenhuma criatura humana pode tolerar sem abaixar a cabeça envergonhada. [ predicativo do objeto direto ]
- Porventura temos sido nós iguais perante a lei, neste regime, nestes quatro anos de Governo, especialmente? [ adjuntos adverbiais ]
- ... o único terreno em que nós todos nos poderíamos aproximar e dar-nos as mãos. [ objeto indireto]
07. Marque o texto que contém erro de estrutura sintática.
- A partir deste ano, as empresas serão obrigadas a fazer a declaração de ajuste do Imposto de Renda por via magnética ( disquete ou internet ).
- O trabalho da Receita será simplificado, mas o Fisco ainda não tem idéia do impacto em que a medida pode causar nas 900 mil empresas que, no ano passado, declararam imposto por meio de formulário impresso.
- As declarações de pessoa jurídica em 1997, referentes ao ano base 1996, totalizaram três milhões.
- Só estão livres da obrigação as microempresas que optaram pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições Simples.
- Deste total, dois milhões foram entregues à Receita em disquete e outras 100 mil, via Internet; o restante optou pelo tradicional formulário de papel.
08. Marque o texto que contém erro de estrutura sintática.
a) Os profissionais liberais têm-se mostrado conscientes e dispostos a participar do movimento pela reforma da sociedade.
b) O Secretário solicita a essas pessoas que recorram a profissionais credenciados para obter esclarecimentos.
- Cidadãos e governo colocaram-se frente a frente e finalmente entraram em acordo sobre a reforma tributária.
d) Para diminuir a sonegação fiscal, o governo concede anistia a quem apresentar a retificação de sua declaração de renda.
e) Devido a necessidade de tornar a tarefa política mais ética e saudável, tem havido significativa mobilização.
Leia o texto que segue para responder a questão 09.
Ocorre que o contribuinte, ao ingressar no Refis, pode ter, pendente de decisão judicial, pretensão à restituição de tributo que tenha pago indevidamente. Nesse caso, a questão que se coloca é a de saber se a Fazenda Pública, afinal vencida na ação de repetição do indébito, poderá exercer o direito à compensação, deduzindo simplesmente o valor, a cuja restituição foi condenada, do valor do débito consolidado no Refis.
09. Marque a alternativa que não é verdadeira.
a) Em “... a questão que se coloca é a de saber se a Fazenda Pública...” (linhas 2 e 3 ) pode-se suprimir “a de” sem prejuízo da correção do enunciado.
b) Em “tenha pago” ( linha 2 ) pode-se usar também o particípio passado regular.
c) “pendente de decisão judicial” ( linha 01 ) refere-se à “pretensão à restituição do tributo” ( linha linha 02 )
d) “indébito”( linha 04 ) é o mesmo que dívida.
e) Em “a cuja restituição foi condenada”( linhas 04 e 05 ) a preposição é indispensável porque está introduzido o objeto indireto da forma verbal passiva “foi condenada” ( linha 05 ).
10.Transpondo para a voz passiva a frase “Eles não me dão prazer algum”, resultará a forma verbal
- tem dado
- é dado
- tem sido dado
- teriam dado
- foi dado
GABARITO
01. E
02. D
03. E
04. E
05. B
06. C
07. B
08. E
09. D
10. B
SINTAXE DE PERÍODO E O ESTUDO DAS CONJUNÇÕES
O período pode ser simples ou composto. Simples, quando houver apenas uma oração. Neste caso, temos oração absoluta. Composto, quando existir mais de uma oração.
Quando período composto, temos por subordinação e por coordenação. A subordinação é caracterizada por existir dependência sintática entre as orações; a coordenação não apresenta dependência sintática.
I - ORAÇÕES SUBORDINADAS são classificadas em:
- Substantivas objetiva direta
objetiva indireta
completiva nominal
apositiva
subjetiva
predicativa
- Adjetivas adjunto adnominal
Restritiva = não é pontuada
Explicativa = é pontuada
- Adverbiais adjunto adverbial [ causal, temporal, final, proporcional, concessiva, comparativa, condicional, consecutiva e conformativa.
As orações subordinadas substantivas são as orações que exercem as funções sintáticas de objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto, sujeito e predicativo. Em “Desejo que você participe” é um período composto por subordinação. A primeira oração é a que não está sublinhada; a segunda oração está grifada. Observe que a segunda oração completa a primeira oração, exercendo a função sintática de objeto direto. Quando uma oração exercer a função sintática de objeto direto, devemos classificá-la de oração subordinada substantiva objetiva direta. Eis a classificação da segunda oração. O conectivo em negrito é a conjunção subordinada integrante. Só existe conjunção subordinada integrante nas orações subordinadas substantivas.
As orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjunto adnominal. A maneira mais fácil de reconhecer uma oração subordinada adjetiva é identificar o pronome relativo no período composto. Toda oração subordinada adjetiva apresenta pronome relativo. É no pronome relativo que se inicia a oração subordinada adjetiva. Quanto à sua classificação, temos as subordinadas adjetivas restritivas e explicativas. Aquelas, quanto à pontuação, não recebem pontuação; estas recebem vírgula ou travessão.
Em “Luciano que é o coordenador do projeto está viajando”, há pronome relativo na oração grifada, iconizando ser subordinada adjetiva. O não emprego da pontuação comunica sua idéia de restrição. Se empregarmos as duas vírgulas ou travessões, ela passa a ser explicativa. As vírgulas, portanto, são facultativas, já que usando ou deixando de empregar não há impropriedade gramatical quanto à pontuação? Não. É comum em provas públicas afirmarem ser facultativo o uso das vírgulas para que você julgue se verdadeira ou falsa a afirmação. Claro que a resposta é falsa. Não se trata de um caso facultativo, pois há mudança de sentido. Com vírgula, a adjetiva expressa a idéia de explicação; sem a vírgula ou travessão, a idéia ou o sentido da oração adjetiva é de restrição. Em “João Paulo II, que é o Papa, está doente”, temos a oração grifada como subordinada adjetiva explicativa. Se retirarmos as vírgulas haverá mudança de sentido? Não! Cuidado com as orações explicativas que não podem ser restritivas. Impossível o valor de restrição no contexto, uma vez que apenas uma pessoa assume o papado. Não há liberdade contextual para se pensar em restrição. As orações com valores absolutos só podem ser explicativas. Toda explicativa em sua naturalidade não pode ser explicativa, mas toda explicativa pode ser restritiva, basta retirar a pontuação. São mais alguns exemplos de orações subordinadas adjetivas que só podem ser explicativas: A Constituição Federal do Brasil, que é a Carta Magna, está sempre revisada por um grupo de professores. / He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn – que são gases nobres – estão sempre estudados pelo professor Reinaldo Xavier. / Joaquim José da Silva Xavier, que é o mártir da Inconfidência Mineira, é sempre lembrado por nós.
As orações subordinadas adverbiais exercem a função de adjunto adverbial. Como os adjuntos adverbiais são classificados pela idéia que cada um comunica, temos oração subordinada adverbial temporal, causal, condicional, concessiva, conformativa, final, proporcional, consecutiva, comparativa e comparativa. Em “Saí para comprar chocolate”, a oração grifada expressa finalidade, sendo classificada como subordinada adverbial final. Quando ao conectivo em negrito , trata-se de uma conjunção subordinada adverbial final. Vejamos outro exemplo: Quando me chamaram, entrei com a confiança que eu tinha. A oração sublinhada é subordinada adverbial temporal, sendo “Quando” a conjunção subordinada adverbial temporal; o termo em negrito é pronome relativo, dando início à oração subordinada adjetiva restritiva; a oração principal das duas orações é “entrei com a confiança”. Eis as principais conjunções subordinadas adverbiais:
- proporcionais: à proporção que, à medida que, na medida em que...
- finais: a fim de que, para que, para, que...
- temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que...
- concessivas: embora, se bem que, ainda que, mesmo que, conquanto...
- conformativas: como, conforme, segundo...
- comparativas: como, que, do que...
- consecutivas: que ( precedida de tão, tal, tanto ), de modo que, de maneira que...
- condicionais: se, caso, contanto que...
- causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como...
II – ORAÇÕES COORDENADAS são orações independentes quanto à estrutura sintática, ou seja, as orações não desempenham funções sintáticas ao se relacionarem com as demais orações do período. Classificam-se em assindéticas e sindéticas. As assindéticas não apresentam conjunção; as sindéticas apresentam conjunção. As principais conjunções coordenadas são:
- aditivas: e, nem, mas também, mas ainda
- adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto
- alternativas: ou, ora... ora, ou... ou, já... já, quer... quer
- explicativas: pois ( quando anteposta ao verbo ), porque, que
- conclusivas: pois ( quando posposta ao verbo ), logo, portanto, então
Exs.: 1. Ele trabalhou durante todo o mês, e não recebeu seu salário.
[ Or. coord. Sindét. Adversativa ]
- Luciana trabalha e estuda. [ or. coord. Sindét. Aditiva ]
- Ou Renata estuda, ou Renata trabalha. [ orações coord. Sindét. Alternativas ]
- Fez sozinho toda a planta do prédio. Sabe, pois, senhores, todos os riscos.
[ or. Coord. Sindét. Conclusiva ].
5. Ela não irá à festa, pois seu pai não permite. [ or. Coord. Sindét. Explicativa ]
* As orações não sublinhadas acima são coordenadas assindéticas, pois não apresentam conjunções. Segue, abaixo, mais alguns períodos compostos por coordenação, por subordinação e por coordenação e subordinação ( período misto ).
a) Confirmo que Sebastiana conhece o rapaz . * Observe que o verbo da oração principal
Or. princ. Or. Subord. Subst. Objtiva. direta. é transitivo direto, solicitando objeto direto.
b) Quando a encontrei sozinha, beijei-lhe as faces, deixando-a trêmula.
Or. subord. Adverbial temp. or. Princ. Or. Subord. Adverbial consecutiva
- A necessidade de que ela aprove o projeto é imensa.
Or. subord. Substantiva completiva nominal
d) Apresentaram-me a verdade à qual Mércia aludiu: que Simone está grávida.
Or. subord. Adjetiva Or. subord. Subst. apositiva
e) Fiz o que me solicitaram: arrumar o quarto cuja poeira estava se alastrando pelo
corredor.
Oração principal : “Fiz o” . O termo grifado ao lado é pronome demonstrativo. No período acima, podemos substituir “o” por “aquilo”. É comum em concurso público afirmarem que o “o” é artigo. Assim, não se trata de artigo.
Oração subordinada adjetiva restritiva : “que me solicitaram.
Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo: “arrumar o quarto”
Oração subordinada adjetiva restritiva: “cuja poeira estava se alastrando pelo corredor”.
- Gostaria de que ela mostrasse os problemas, de que propusesse mudanças e de que ela
X Y Z
apresentasse convicção no que disser.
- São orações subordinadas substantivas objetivas indiretas: X, Y e Z
- Quero que Aurélio seja feliz. [ oração subordinada substantiva objetiva direta ]
- Se ela sobreviveu, ignoro. [ Oração subordinada substantiva objetiva direta ]
* A conjunção em negrito não é condicional; temos uma conjunção subordinada integrante, pois a oração subordinada é substantiva. Nas orações subordinadas substantivas, os conectivos são conjunções subordinadas integrantes, apenas.
- Ela confia no que lhe digo. ( o termo grifado é a contração da preposição “em” + o pronome demonstrativo “o”, exercendo a função sintático de objeto indireto. Já o termo oracional grifado é a oração subordinada adjetiva restritiva, sendo “que” seu pronome relativo que exerce a função sintática de objeto direto do verbo “digo”)
- Revelaram aos interessados que aguardavam por respostas: que ele não sobreviveu.
Oração principal: “Revelaram aos interessados”
Oração subordinada adjetiva restritiva: “que aguardavam por respostas
Oração subordinada substantiva objetiva direta: “que ele não sobreviveu”
- Mesmo não tendo estudado, foi aprovado no concurso. [ or. subord. Adverbial concessiva ]
- Fui à feira para comprar frutas. [ oração subordinada adverbial final ]
- Conforme ficou claro, as ações de Pedro não foram agressivas. [ oração subordinada adverbial conformativa ]
CONCORDÂNCIA VERBAL
A concordância verbal é marcada pela relação, em geral, entre o verbo e o sujeito. É o verbo que se desloca, mantendo relação com o sujeito. Temos três tipos de concordância verbal: a concordância lógica ( contato físico, corpóreo, material, empírico, morfológico com todos os núcleos do sujeito), a concordância atrativa ( concordância com o termo mais próximo) e a concordância lógica ( concordância com a idéia que o termo expressa). Das três concordância, a concordância lógica é a concordância precedente. Mas o verbo também mantém contato com termos que não exercem a função de sujeito. Iniciemos os estudos de concordância.
- REGRA GERAL: Verbo concorda com o sujeito
- Sujeito composto anteposto ao verbo = Verbo no plural, relacionando-se com todos os núcleos. * Se os núcleos forem sinônimos, podemos usar a concordância com o núcleo mais próximo ( concordância atrativa ).
- Sujeito composto posposto ao verbo = verbo concorda com todos os núcleos ou concorda com o mais próximo. Neste último caso, não precisam ser sinônimos os núcleos.
Obs.: Se os núcleos forem antônimos, o verbo será usado sempre no plural.
Ex.;
- Honestidade e sabedoria fortalecem todos nós.
- Escárnio e sarcasmo estão/está em seu semblante.
- Amor e ódio estão em suas ações.
- Existe(m) bondade e sabedoria em seus gestos.
- Existem alegria e tristeza em seus gestos.
- Sujeito + adjunto adverbial de companhia = verbo concorda apenas com o sujeito ou verbo concorda com os dois termos sintáticos. Se o adjunto adverbial estiver virgulado, verbo concorda apenas com o sujeito.
Exs.:
- Sandra com seu pai foi/foram à praia.
- Sandra, com seu pai, foi à praia.
- Os rapazes, com o pai de Laura, viajaram.
- Sujeito formado por coletivo + determinante = verbo concorda com o coletivo, indo para o singular ou verbo concorda com o determinante. Porém, se o primeiro elemento não for coletivo, verbo não concorda com o determinante.
Exs.:
- A maioria dos presentes não gostou/ gostaram do evento.
- Boa parte dos brasileiros ignora(m) os fatos.
- Uma chuva de torcedores acredita na seleção
- * O povo foi às ruas. Pediu/Pediram mudanças.
- Têm-se/Tem-se resolvido uma porção de questões.
- Sujeito formado por número decimal ou fracionário seguidos de determinante = Verbo concorda com o número inteiro ou com o numerador. A concordância com o determinante também é correta.
Exs.:
- 1,2% do público pagou os impostos.
- 2,1% do público pagou/pagaram os impostos.
- 1/3 dos brasileiros compareceu(compareceram) às urnas.
- 1,2 milhão foi entregue aos cofres públicos.
- 1/3 do brasileiro exige mudanças.
- Os verbos EXISTIR / CONSTAR / RESTAR/ BASTAR/ FALTAR/ OCORRER/ SURGIR pedem sujeito, concordando com o sujeito.
Exs.
- Ocorreu / Ocorreram, depois que os fiscais entregaram as provas, surpresa e satisfação por parte dos candidatos.
- Faltam dois meses, apenas.
- Falta, amigos, as provas entregar.
- Verbos que expressam fenômenos naturais, verbo haver no sentido de existir e verbo fazer indicando tempo = São empregados na 3a pessoa do singular.
Exs.:
- Faz dois meses, apenas.
- Choveu muito, ontem.
- * Choveram discórdias durante a sessão.
- Haveria dificuldades, se...
- V.T.I + SE / V.I + SE / V. de Lig. + SE = O “SE” é índice de indeterminação do sujeito, sendo usado na 3a pessoa do singular, apenas.
V.T.D + SE / V.T.D.I + SE = O “SE” é partícula apassivadora. A concordância verbal será com o sujeito.
Exs.:
- Têm-se anunciado conclusões inéditas.
- Aspira-se a títulos acadêmicos.
- Reconheceu-se/ Reconheceram-se, de fato, o erro e a ignorância do réu.
- É-se calmo.
- Dorme-se pouco, naquela casa.
- Os erros, aos quais há de se chamar de incipientes atitudes, foram compreendidos por todos da sala.
- QUE X QUEM = Quando pronomes relativos.
Exs.:
- Foram eles quem determinou/determinaram as regras do jogo.
- Foram eles que determinaram as regras do jogo.
* No primeiro exemplo acima, sendo “quem” pronome relativo, temos a oração grifada subordinada adjetiva em relação à oração principal “Foram eles”. Ora, qual a função do pronome relativo “quem”? Substituir o pronome pessoal do caso reto “eles”, que exerce a função de sujeito do verbo “Foram” ( verbo SER ). Mas quem é o sujeito da oração subordinada adjetiva? O pronome relativo “quem”. Portanto, ou você, caro leitor, utiliza a concordância lógica, fazendo com que o verbo da oração subordinada adjetiva concorde com o próprio pronome relativo, ficando na 3a pessoa do singular, ou você emprega a concordância ideológica, ou seja, apresenta a concordância do verbo DETERMINAR com a idéia que o pronome relativo traz, utilizando o verbo na 3a pessoa do plural. Ambas estruturas ou flexões verbais corretas, enfim. Já com o emprego do pronome relativo “que”, só podemos usar a concordância ideológica.
- Sujeito constituído por elementos gradativos = verbo no singular ou no plural. Todavia, se houver quebra da gradação, verbo no plural.
Exs.:
- Um mês, um ano, uma década marca/marcam nossa história.
- Um dia, uma semana, um ano, um mês documentam nossos interesses.
- Sujeito formado por pronomes pessoais distintos: a concordância será respeitando a precedência dos pronomes pessoais. Temos apenas três pronomes pessoais do caso reto: EU/ TU/ ELE. O plural do pronome “eu” é “nós”, o plural do pronome “tu” é “vós” e o plural do pronome “ele” é “eles”. No exemplo “Tu, eu e ela iremos ao clube”, o sujeito está constituído por três pronomes pessoais. Sendo “eu” o pronome de primeira pessoa do singular, terá precedência, proporcionando a flexão do verbo na 1a pessoa do plural . Todavia, no último exemplo abaixo, a flexão do verbo na 2a pessoa do plural também é correta, gramaticalmente, embora seja norma popular ou coloquial culta. Geralmente em concursos públicos, o enunciado da questão exige apenas o uso da norma culta.
Exs.;
- Tu, eu e ela iremos ao clube.
- Irá/Iremos ela e eu ao clube.
- Ele e tu ireis/irão ao clube.
- “Mais de um(a)” integrando o sujeito = faça a concordância com o núcleo do sujeito.
- Mais de uma menina morreu.
- Mais de um menino, mais de uma garota morreram.
- Fugiu/Fugiram mais de um preso, mais de um suspeito.
- Mais de um grupo de crianças correu/correram.
- Mais de um jogador abraçaram-se / abraçou-se com a taça.
- “Um dos que/Uma das que” = verbo no singular ou no plural.
- Ela foi uma das que gritou/gritaram.
- Virgínia é uma das que acredita/acreditam no projeto.
- Verbo “SER” :
- Ao indicar tempo/hora, a flexão do verbo SER será com o núcleo do adjunto adverbial de tempo. Mas se usarem os termos “cerca de”, “perto de”, “próximo de”, a flexão no singular – relacionando o verbo com essas expressões – também é prudente gramaticalmente.
- Ao empregar o verbo SER indicando data, a concordância será com o núcleo do adjunto adverbial de tempo que comunica a data da semana, ou seja, com a palavra “dia” que geralmente fica implícita. Ou você a considera implícita antes do n umeral, ou você a considera implícita após o numeral. Todavia, para o primeiro dia do mês não use numeral cardinal; use apenas ordinal.
- Quando o verbo SER estiver relacionado a substantivo e a pronome pessoal do caso reto, a precedência será com o pronome relativo, impedindo a concordância com o substantivo.
- É uma hora.
- São seis horas.
- Devem ser três horas.
- É /São cerca de quatro horas.
perto de
próximo de
- Hoje é 29 de julho de 2002. / Hoje são 29 de julho de 2002.
- Alegria somos nós.
- Eu não sou ele.
- Ele não sou eu.
- Ele é ele.
- Os brasileiros somos nós.
- Tudo é / são flores. [ ambas flexões verbais corretas ]
- Sujeito constituído por termos pluralícios : Os termos grifados nos exemplos abaixo são pluralícios, ou seja, usados apenas no plural. É comum encontrar registros dizendo que o verbo concorda com o artigo. Tal argumento está incorreto. Artigo se relaciona com substantivo, estabelecendo concordância nominal. No primeiro exemplo abaixo, o sujeito do verbo “participaram” é “Os Estados Unidos”, sendo “Estados Unidos” o núcleo. Ora, nada mais coerente que o verbo ir para o plural, concordando com o núcleo do sujeito. Já no segundo exemplo, há um termo implícito: “país”. Portanto, o verbo “participou”está concordando com o núcleo do sujeito que é a palavra implícita “país”. Quanto ao artigo explícito, trata-se do adjunto adnominal do sujeito, cujo núcleo já verificamos que está implícito. E quanto ao termo pluralício “Estados Unidos”? Este é o aposto. Temos em uso do aposto especificativo ( substantivo comum seguido de substantivo próprio ). É o único aposto que não recebe pontuação. Na terceira exemplificação abaixo, o sujeito está completamente implícito, ficando apenas explícito o aposto especificativo “Estados Unidos” . E quando o sujeito for constituído por um termo pluralício que constitui o nome de uma obra artístico-literária? No quanto exemplo, empregue o verbo na terceira pessoa do plural, tendo “Os Sertões” como sendo sujeito, ou use o verbo PARTICIPAR na terceira pessoa do singular, tendo o termo “Os Sertões” como sendo aposto. Neste último caso, o sujeito está completamente implícito ( a obra, o texto, o livro ).
- Os Estados Unidos participaram.
- O Estados Unidos participou.
- Estados Unidos participou.
- Os Sertões refletem/reflete valores do nordeste.
- Os Alpes proporcionam riquezas.
- Minas Gerais é rica.
- “Cada um(uma)” = Verbo no singular, quando não repetido; verbo no plural, quando repetido. É que o termo “Cada um(a)” expressa a individualização de ações. Quando o termo estiver repetido, leva-se em consideração a soma de individualizações de ações.
- Cada um dos curiosos permaneceu na rua.
- Cada um dos diretores, cada um dos professores pediram ajuda aos discentes.
- Sujeito formado por pronome indefinido + determinante = Se o pronome indefinido estiver no singular, verbo no singular, concordando com o pronome indefinido. Porém, se o pronome indefinido estiver no plural, o verbo concorda com o pronome indefinido, ou o verbo concorda com o determinante.
- Alguns de nós escolherão/escolheremos os anúncios que...
- Algum de nós escolherá os anúncios que...
- HAJA VISTA
- Haja vista os crimes cometidos, é necessário... [ V ]
- Hajam vista os crimes cometidos, é necessário... [ V ]
- Haja vista aos crimes cometidos, é necessário... [ V ]
- Hajam vista aos crimes cometidos, é necessário... [ F ]
- Haja visto os crimes cometidos, é necessário... [ F ]
- Após “haja vista” a preposição “a” é optativa.
- Usando a preposição, “haja vista” não varia.
- Não empregando a preposição, ou se flexiona o primeiro elemento, ou permanece invariável todo o termo em estudo ( haja vista )
- “vista” nunca varia.
APLICAÇÀO
Leia o texto a seguir para responder à questão 1.
Texto 1
Por último, afirmam-se que os episódios envolvendo os policiais militares de Minas, que desencadearam um “efeito dominó” em vários Estados, e as exibições de delitos graves, que chocaram a opinião pública nacional e internacional, como os casos da favela Naval e de Cidade de Deus, motivaram o governo federal e o Congresso a estabelecer um amplo debate sobre modificações das polícias no Brasil, que até agora se mostrou infrutífero.
A proposta de emenda constitucional elaborada pelo governador Mário Covas, que unificava as funções de polícia, nem sequer foi discutida naquele momento, e algumas questões pontuais também deixaram de constar da agenda política federal.
A resistência a mudanças estruturais nas polícias e a falta de uma política nacional de segurança pública também alimenta a violência. A questão é: quem quer um novo modelo de polícia?
- Benedito Domingos Mariano, sociólogo
1. Julgue os itens a seguir.
( ) O verbo “motivaram” [ linha 4 ] concorda com o sujeito composto.
( ) Em vez de “... motivaram o governo federal e o Congresso a estabelecer...” [ linha 4 ], também estaria correto: “... motivaram o governo federal e o Congresso a estabelecerem...”
( ) Em “... quem quer um novo modelo de polícia?” [ linhas 10,11], o verbo concorda com a terceira pessoa do singular em virtude de o sujeito estar indeterminado.
( ) Em “... e algumas questões pontuais também deixaram de constar da agenda política federal” [ linhas 7,8], o verbo também poderia concordar com o termo “agenda política federal”[ linha 8 ]
( ) No trecho “A resistência a mudanças estruturais nas polícias e a falta de uma política nacional de segurança publica também alimenta a violência”[ linhas 9,10], a concordância verbal está correta.
( ) Em “,,, afirmam-se que os episódios envolvendo os policiais militares de Minas(...) motivaram...” [ linhas 1 a 4 ], a concordância do verbo destacado está incorreta.
CONCORDÂNCIA NOMINAL : Consiste no estudo de relações entre adjetivo e substantivo, pronome e substantivo, artigo e substantivo, numeral e substantivo. É ,enfim, a relação entre nomes.
Condição Geral:
01. O nome impõe seu gênero e seu número a seus determinantes e aos pronomes que o substituem.
- Meu irmão, minhas irmãs, dois reis, duas rainhas, este tronco, estas árvores.
- Comprei alguns livros e já os li.
02. Um determinante se referindo a mais de um substantivo
- Quando o determinante vem depois dos substantivos: A concordância do adjetivo é com o substantivo mais próximo, sendo adjunto adnominal; a concordância será com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos, sendo o adjetivo predicativo.
- Ele se perdeu em bosques e vales escuros.
- Ele se perdeu em florestas e cavernas escuras
- Ele se perdeu em florestas e vales escuros
- Ele se perdeu em vales e florestas escuras
- Comprei um livro e uma revista importados
- Comprei um livro e uma revista importada
- Quando o determinante vem antes dos nomes: a concordância será com o substantivo mais próximo. Todavia, se os substantivos forem nomes de pessoa, o adjetivo concorda com todos os núcleos, apenas.
- Sua mulher e filhos tinham viajado.
- Você escolheu má hora e lugar para o nosso encontro
- Você escolheu mau lugar e hora para o nosso encontro.
- Os destemidos César e Napoleão...
- Um determinante [ predicativo do sujeito ] : observe a concordância verbal e acompanhe com a concordância nominal.
- O clima e a água eram ótimos.
- Eram ótimos o clima e a água.
- Era ótimo o clima e a água.
- Era ótima a água e o clima.
- Um determinante [ predicativo do objeto ]: a concordância será com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos. Porém, se o contexto não permite a concordância com todos os núcleos, claro que a concordância será apenas com o mais próximo ( exemplo “c” ).
- Considero o chapéu e o colete supérfluo(s)
- Considero a gravata e a blusa supérflua(s)
- Comi uva e carne frita
- Considero supérflua(os) a gravata e o terno.
05. Um substantivo para mais de um adjetivo: se o substantivo estiver no plural, não use artigo ou qualquer adjunto adnominal antes do segundo adjetivo; se o substantivo estiver no singular, é necessário o emprego de artigo ou de qualquer adjunto adnominal antes do segundo adjetivo, pois será o ícone a deixar implícito o substantivo antes empregado no singular.
- Ele conhece bem as línguas grega e latina
- Ele conhece bem a língua grega e a latina
06. Embora o predicativo deva concordar com o sujeito, há casos em que isso não ocorre, assumindo o gênero masculino. Aparentemente, porque, na realidade, trata-se de uma reminiscência do gênero neutro em latim. Isso ocorre quando a palavra feminina aparece sem nenhuma determinação, tomando um sentido vago, abstrato. Assim:
- Pinga não é bom para a saúde.
- É proibido entrada.
- Cerveja é permitido.
- É necessário coragem.
Tão logo esses substantivos recebam uma determinação, a concordância passa a ser com o gênero do substantivo.
- A cerveja é boa
- Esta pinga não é boa para a saúde.
- É ardida a pimenta.
07. O particípio concorda com seu substantivo
- Estabelecidas essas premissas, vamos à conclusão.
- Postos estes fundamentos, pode-se afirmar que...
Todavia, se o particípio integrar uma locução vergal, apenas se flexiona o particípio na voz passiva analítica.
- Ele tem participado
- Eles têm participado
- Têm-se entregue os materiais
- Estão sendo elaborados os dados
08. ANEXO / INCLUSO / APENSO / JUNTO
Concordam com quem se relacionam. Porém, ANEXO precedido da preposição EM não varia.
- As estatísticas vão anexas ao relatório.
- Os gráficos inclusos esclarecem a tese.
- O formulário e a carta estão apensos.
- À ficha está anexo o ofício.
- As fichas seguem em anexo
09. MEIO
Pode ser substantivo, adjetivo, numeral e advérbio. Só não se flexiona quando advérbio.
- O que ela disse é apenas meia verdade.
- Ela ficou meio tonta.
- Ao meio-dia e meia, saímos.
- Ao meio-dia e meio defronte à farmácia, ficamos.
- Meias palavras bastam
- Bebi meia chávena de café.
10. MENOS / PSEUDO / A OLHOS VISTOS são sempre invariáveis
- Há menos pessoas aqui.
- Ela é uma pseudo-advogada
- A crianças continuam a olhos vistos
11. TAL ... QUAL: “tal” concorda com o substantivo posposto imediatamente a ele; “qual” concorda com o substantivo posposto imediatamente a ele.
- Tal pai, qual filho
- Tal pai, quais filhos
12. OBRIGADO / GRATO / AGRADECIDO concordam com o emissor.
- “Obrigada!” – disse Eliane aos coordenadores.
- - Nós estamos gratos.
- “Obrigados!” – falaram os convidados.
- Agradecidos estão Lourdes e Marcos.
13. SÓ / SÓS / A SÓS
- Só estamos nós. ( invariável, pois o termo grifado é advérbio )
- Sós, estamos nós. ( o termo grifado é predicativo do sujeito, concordando com o sujeito )
- Elas estão sós. ( trata-se de um adjetivo, concordando com seu sujeito )
- Elas estão a sós.( a locução “a sós” não se flexiona )
- Só estudamos Contabilidade. ( trata-se de um advérbio de limitação, não se declinando )
- Sós, estudamos Contabilidade. ( flexiona-se, pois é adjetivo/predicativo do sujeito )
14. MAL / MAU :
MAL: Advérbio ( invariável ) * O advérbio mantém relação com um verbo, com um adjetivo ou com outro advérbio )
Conjunção subordinada adverbial temporal ( invariável )
Substantivo ( variável ) * O mal / os males
MAU : Adjetivo ( variável: mau/má/maus/más )
- Mal chegamos, pediram satisfações. [ conjunção subordinada adverbial temporal ]
- Conduzimos mal os trabalhos. [ advérbio ]
- Ele é mau. [ adjetivo ]
- Ela é má. [ adjetivo ]
- Más pessoas assaltaram aquele homem idoso. [ adjetivo ]
- O mal destrói o homem; o bem edifica-o [ substantivo ]
15. QUITE / ALERTA
* QUITE varia em número , apenas. * ALERTA só varia quando for substantivo
- Ela está quite, mas nós não estamos quites.
- Ela está alerta.
- Elas estão alerta.
- Alerta e preocupadas continuam as garotas.
- Os americanos estão alerta aos alertas.
16. CARO / BARATO
- Quando advérbios, invariáveis; quando adjetivos, flexionam-se.
- As laranjas custaram caro. [ V / F ] * Verdadeiro
- As cebolas foram caras. [ V / F ] * Verdadeiro
- Aquelas caras mangas custaram barato, naquela outra loja. [ V / F ] * Verdadeiro
- Champanhe é caro, amigo.[ V / F ] * Verdadeiro
17. O PRONOME RELATIVO “CUJO” : Flexiona-se em gênero e número.
- O livro cuja as páginas me referi está sobre a mesa. [ V / F ] * Falso. Correção: O livro a cujas páginas me referi está sobre a mesa.
- A revista cujo textos li ontem sumiu. [ V / F ] * Falso. Correção: A revista cujos textos li ontem sumiu.
- A menina de cuja beleza aludiram com entusiasmo viajou. [ V / F ] * Falso. Correção: A menina a cuja beleza aludiram com entusiasmo viajou.
- Não use artigo após o pronome relativo “cujo”.
- O pronome relativo “cujo” concorda nominalmente com o substantivo que o segue.
- Caso a oração que apresente o pronome “cujo” peça preposição, use-a antes do pronome relativo.
EXERCÍCIO
Leia o texto a seguir para responder à questão 01
Faz dois anos que Madalena morreu, dois anos difíceis. E quando os amigos deixaram de vir discutir política, isto se tornou insuportável.
Foi aí que me surgiu a idéia esquisita de, com o auxílio de pessoas mais entendidas que eu, compor esta história. A idéia gorou, o que já declarei. Há cerca de quatro meses, porém, enquanto escrevia a certo sujeito de Minas, recusando um negócio confuso de porcos e gado zebu, ouvi um grito de coruja e sobressaltei-me.
Era necessário mandar no dia seguinte Marciano ao forro da igreja.
De repente voltou-me a idéia de construir o livro. Assinei a carta ao homem dos porcos e, depois de vacilar um instante, porque nem sabia começar a tarefa, redigi um capítulo.
Desde então procuro descansar fatos, aqui sentado à mesa da sala de jantar, fumando cachimbo e bebendo café, à hora em que os grilos cantam e a folhagem das laranjeiras se tinge de preto.
Às vezes entro pela noite, passo tempo sem fim acordando lembranças. Outras vezes não me ajeito com esta ocupação nova.
- Graciliano Ramos
01. Julgue os itens que seguem
( ) Se reconstruíssemos a frase “... isto se tornou insuportável” [ linha 2 ] e obtivéssemos “... a discussão e a política se tornaram insuportável” , a concordância do termo em destaque estaria correta em virtude de este estar concordando estilisticamente com o elemento mais próximo.
Resp.: Falso
( ) Flexionando-se no plural o período “Era necessário mandar no dia seguinte Marciano ao forro da igreja”[ linha 7 ], obtém-se “Eram necessários mandar nos dias seguintes Marciano aos forros das igrejas. Resp.: Falso
02. Faça a devida correção, observando a concordância.
FALTAS DO CANDIDATO NA PROVA DE DIREÇÃO VEICULAR, CATEGORIAS B, C, D e E
Existe motoristas que, sem o devido cuidado, entra na via preferencial, ocasionando acidentes.
Grande parte dos condutores de veículos também sobe na calçada destinada ao trânsito de pedestres ou estaciona. Haviam, na década de 70, os que morriam por excederem a velocidade indicada para a via. 2,1% do motorista brasileiro deixam de usar o cinto de segurança. Humberto é um dos que fazem incorretamente a sinalização devida ou deixam de fazê-la. Mais de uma pessoa usam a contramão de direção. Essas imprudências são chamadas de faltas graves. Todavia, verifica-se faltas médias: Tânia com sua irmã fazem conversão com imperfeição; algum dos meus colegas usam a buzina sem necessidade ou em local proibido; surge amadores que trafega em velocidade inadequada para as condições da via, a olhos visto. Fui eu e minha avó quem recebemos uma falta média, há dois minutos, na João de Barros, por utilizar incorretamente os freios. Já minha filha é mais prudente. Geralmente, recebe faltas leves. Quando desengrenou o veículo em um declive – recebendo uma falta média – ficou meia preocupada. Renatinha, minha filha, é quem melhor dirige.
Fazem três anos apenas que senta ao volante. Suas mais comuns faltas leves ocorre por apoiar o pé no pedal da embreagem com sua Brasília engrenada e em movimento; engrenar as marchas de maneira incorreta; provocar movimentos irregulares, sem motivo justificado. Raras são as vezes, mas ajusta incorretamente o
banco do veículo destinado ao condutor. Essas suas faltas leves tem uma freqüência menor que as provocadas por Alberto, professor de Informática. O Estados Unidos apresentam, como falta grave mais acentuada, usar a contramão de direção.
O aproveitamento do candidato na prova prática de direção veicular deverá ser avaliado em função da pontuação negativa por faltas cometida no percurso.
CORREÇÃO DO TEXTO SUPRA
FALTAS DO CANDIDATO NA PROVA DE DIREÇÃO VEICULAR, CATEGORIAS B, C, D e E
Existem motoristas que, sem o devido cuidado, entram na via preferencial, ocasionando acidentes. Grande parte dos condutores de veículos também sobe na calçada destinada ao trânsito de pedestres ou estaciona. Havia, na década de 70, os que morriam por excederem a velocidade indicada para a via. 2,1% do motorista brasileiro deixam de usar o cinto de segurança.
Humberto é um dos que fazem incorretamente a sinalização devida ou deixam de fazê-la. Mais de uma pessoa usa a contramão de direção. Essas imprudências são chamadas de faltas graves. Todavia, verificam-se faltas médias: Tânia com sua irmã fazem conversão com imperfeição; algum dos meus colegas usa a buzina sem necessidade ou em local proibido; surgem amadores que trafegam em velocidade inadequada para as condições da via, a olhos vistos. Fui eu e minha avó quem recebemos uma falta média, há dois minutos, na João de Barros, por utilizar incorretamente os freios. Já minha filha é mais prudente. Geralmente, recebe faltas leves. Quando desengrenou o veículo em um declive – recebendo uma falta média – ficou meio preocupada. Renatinha, minha filha, é quem melhor dirige. Faz três anos apenas que senta ao volante. Suas mais comuns faltas leves ocorrem por apoiar o pé no pedal da embreagem com sua Brasília engrenada e em movimento; engrenar as marchas de maneira incorreta; provocar movimentos irregulares, sem motivo justificado. Raras são as vezes, mas ajusta incorretamente o banco do veículo destinado ao condutor. Essas suas faltas leves têm uma freqüência menor que as provocadas por Alberto, professor de Informática. O Estados Unidos apresenta, como falta grave mais acentuada, usar a contramão de direção.
O aproveitamento do candidato na prova prática de direção veicular deverá ser avaliado em função da pontuação negativa por faltas cometidas no percurso.
SINTAXE DE REGÊNCIA
A sintaxe de regência verbal consiste em reconhecer no contexto o sentido do verbo, para o emprego correto da predicação verbal ou o não uso de preposição entre o verbo e seu complemento. Desta forma, temos o emprego do complemento verbal como conseqüência de uma análise semântica. É mister reconhecer a polissemia dos principais verbos em concurso público. Também, há casos que exigem a substituição do complemento verbal por pronomes. O verbo ASSISTIR, por exemplo, no sentido de ver, presenciar, caro leitor, não aceita o uso do pronome LHE. Em “Assisti ao jogo”, o termo grifado não aceita o pronome LHE. Assim, “Assisti –lhe” é incorreto. O modo correto é escrever: “Assisti a ele”. Observe que a regência verbal também nos orienta quanto ao emprego de pronomes. Eis os principais verbais e suas respectivas regências:
- ASPIRAR: Cheirar, absorver o ar = v.t.d.
Desejar = v.t.i.(a) * Não admite o pronome LHE
- VISAR: Apontar, mirar ou rubricar, dar visto = v.t.d.
Desejar = v.t.i. (a) * Não admite o pronome LHE
- PREFERIR: v.t.d.i. * Não é necessário usar os dois complementos. O objeto indireto expressa o que não se prefere, constituído com a preposição “a”.
- ASSISTIR: Ver, presenciar = v.t.i. (a) *Não admite o pron. LHE
Socorrer, dar assistência = v.t.d ou v.t.i. (a) * A transitividade indireta é a norma culta.
Residir = v.i. (em), apresentando o adjunto adv. de lugar.
Caber, pertencer = v.t.i. (a) * Admite o pronome “lhe”
Exs.:
- Aspiramos conquistas heróicas. [F] / Aspiro a conquistas heróicas. [V]
- Você aspira a / à rosa, às suas mãos, lembrando-se do rapaz. [ Ambas corretas. Todavia, há mudança de sentido, não caracterizando caso facultativo de crase ].
- Você aspira àquela vaga, mas eu não aspiro a ela. [V]
- O cargo que / à que ela visa, Rogério, Luciana não aspira a ele. [Ambas incorretas. Correção: Ao cargo a que ela visa, Rogério, Luciana não aspira a ele]
- A informação que / à que eles aspiram, Lúcio, eu prefiro aludir a guardar em meu silêncio. [ Use o acento grave antes do pronome relativo “que” e o período deve ser iniciado por acento grave ( À informação... ), pois “à informação será objeto indireto do verbo “aludir” ]
- Prefiro a viver na inércia aventuras que liberem adrenalina. [V]
- Assistimos ao filme, mas Paulo não assistiu a ele.[V]
- O médico assistiu o enfermo / O médico assistiu ao enfermo. [ De acordo com a norma culta, apenas a segunda versão está correta. Todavia, “o médico assistiu o enfermo é norma popular ]
- O resultado da sentença assiste ao Juiz Leopoldo. [V]
- O apartamento em que você assiste há drogas. [F] Correção: No apartamento em que você assiste há drogas.
- INFORMAR, AVISAR, CERTIFICAR, CIENTIFICAR, ACONSELHAR, PREVENIR, ADVERTIR: v.t.d.i. *São pronominalizados apenas os complementos constituídos por “pessoa”.
Exs.:
- Avisei o chefe do fato.
Avisei-o do fato
- Avisei o fato ao chefe.
Avisei-lhe o fato.
- Certificamo-lo do fato [ V]
Certificamos-lhe o fato [V]
- Advertiram-no das conseqüências [V]
Advertiram-nos as conseqüências. [V]
- CHAMAR: Mandar vir = v.t.d.
Rogar = v.t.i. (por)
Cognominar, dizer algo a respeito de alguém ou de algo = Use a transitividade direta ou a indireta. Além do complemento verbal, o verbo exige o emprego do predicativo (preposicionado ou não preposicionado)
Exs.:
- Chamei o soldado. Como ele não compareceu, chamei pelo soldado. [V]
- Chamaram aquela terra de paraíso. / Chamaram aquela terra paraíso. [ V]
- Chamaram àquela terra de paraíso. / Chamaram àquela terra paraíso. [V]
- Todos os rapazes, conforme registros pelos feitos, que veio a se chamar heróis receberam medalhas. [F] Correção: “... que vieram a se chamar heróis...”
- Todos os rapazes, conforme registros pelos feitos, a que vieram a se chamar heróis receberam medalhas. [F] Correção: “... a que veio a se chamar heróis...”
- LEMBRAR e ESQUECER = v.t.d.
* Quando pronominais, use a transitividade indireta. Também é bom ressaltar que LEMBRAR pode ser transitivo direto e indireto.
- QUERER: Desejar = v.t.d. Quero alguns anúncios em locais estratégicos.[V]
Gostar, estimar = v.t.i. (a) As crianças a quem quero estão dormindo.[V]
- SIMPATIZAR: v.t.i. (com) * Não pode ser usado pronominalmente
Simpatizei com você, Dulcinéia.[V]
- PAGAR = v.t.d.i. Paguei a taxa ao cartório
Paguei o banco. / Paguei ao banco. [ A forma correta é “Paguei ao banco”]
- CHEGAR: v.i. * Não admite o uso da preposição “em”
Cheguei o clube / Cheguei ao clube. [ A forma correta é “Cheguei ao clube”]
Cheguei do clube.
- ALUDIR: v.t.i. (a) O resultado a que aludimos não foi lícito.. [V]
- CUSTAR: Acarretar = v.t.d.i.
Relacionado a preço = v.i.
Demorar, ser difícil = v.t.i. (a) e pede sujeito oracional.
Exs.:
- Lembrei que ela é culpada. [V]
- Lembrei-me de que ela é culpada. [ V]
- Esqueci você, ontem. / Esqueci-me de você, ontem.[V]
- Esqueci as informações, mas não me esqueci de você.[V]
- Quero meus avós com intensidade.[F] * Quero a meus avós com intensidade.
- Paguei à universidade, mas não paguei o colégio.[F] * ... não paguei ao colégio.
- Simpatizei-me com suas idéias, Leandro.[F] * Simpatizei com suas idéias, Leandro.
- O fato a que aludiram nos jornais locais não é tão grave.[V]
- Sua má participação custou danos às filiais.[V]
- A camisa custou vinte reais.[V]
- Custou-me dividir os pertences.[V]
- Custou-me reconhecer os criminosos.[V]
- Eu custei a responder a prova.[F] * Custou-me perceber os erros na planilha
- Esqueci de alguns livros que Marcus aludiu, ontem, como indispensáveis ao entendimento da metafísica. Sinceramente, prefiro aos presentes os substanciosos ensinamentos socráticos que possibilitam valores e conhecimentos densos, alimentando-nos em completude.[F] * Esqueci alguns livros ( ou “Esqueci-me de alguns liv ros...” ) a que Marcus aludiu, ontem, como...
- Posso informar aos senhores de que ninguém ousou aludir a tão delicado assunto.[F]
* Posso informar os senhores de que ninguém ousou aludir a tão delicado assunto / Posso informar aos senhores que ninguém ...
- Lembrou-lhe que precisava voltar ao trabalho.[V]
- Elas custaram para entender todas as situações.[F] * Custou-lhes entender todas as situações.
- As informações que dispomos não são suficientes para esclarecer o caso.[F] * As informações de que dispomos não são suficientes para esclarecer o caso.
CRASE
PLANO BÁSICO
A + A = À
A + AQUELA = ÀQUELA
A + AQUELE = ÀQUELE
A + AQUILO = ÀQUILO
LEITURA DO PLANO BÁSICO: Observe que a crase ocorre da fusão entre a preposição “A” e o artigo “A”. Logo, o acento grave surge de termos sintáticos que apresentam preposição. Assim sendo, quais os termos sintáticos que trazem preposição? Objeto indireto, complemento nominal e adjunto adverbial. Portanto, use o acento grave apenas em adjunto adverbial, complemento nominal e objeto indireto, desde que os núcleos sejam palavras femininas e definidas ou masculinas, quando precedidas do pronome demonstrativo “aquele”.
- Os colegas foram a praia, as pressas, a vontade, as 8 horas. [ Use acento grave em todos os termos em negrito s, pois são adjuntos adverbiais, os núcleos são constituídos por palavras femininas e definidas ]
- A amiga Luciana, durante a reunião , os diretores fizeram alusão. [ Use acento grave no termo em negrito . Trata-se de complemento nominal, tendo “alusão” como termo regente ]
- Obedeço às normas tradicionais. [O emprego do acento grave é correto, pois termos objeto indireto]
- Irei a alguma praia. [embora seja adjunto adverbial o termo grifado, não é correto o uso do cento grave, pois o substantivo “praia” está indefinido]
- Aludiram a Roma. [ V]
- Aludiram a Roma de César. [F]
- Vi os meninos a distância. [V]
- Vi os meninos a distância de dois metros. [F]
- Cheguei a casa.[V]
- Cheguei a casa de meus avós. [F]
- Os marinheiros desceram a terra, após meses de explorações marítimas.[V]
- Após duas semanas, desceu a terra, reconfortando-se com os seus.[F]
* No item 12, o erro está na ausência do acento grave antes da palavra “terra” . O termo grifado é uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de gerúndio. Sua forma desenvolvida seria: “...onde se estava reconfortando com os seus / na qual se estava reconfortando com os seus / em que se estava reconfortando com os seus”. Ora, se a oração é subordinada adjetiva, exerce a função de adjunto adnominal ( sintaticamente ) e morfologicamente tem valor de adjetivo . Eis o determinante, então. Resta-nos, enfim, o emprego do acento grave no item 12.
Obs.: Com as palavras “Roma”, “Terra”, “Distância” e “Casa”, exercendo os valores sintáticos de objeto indireto, complemento nominal e adjunto adverbial, apenas use o acento grave quando acompanhadas de um determinante.
- A menina a quem ofereceram rosas viajou, novamente. [nunca use acento grave antes do pronome relativo “quem”, pois se trata de um pronome relativo indefinido ]
- Daqui a uma hora, amigos, partiremos. [como a hora não está definida, não use o acento grave ]
- Cheguei a colinas barrocas.[ não se usa o acento grave, quando o “a” estiver no singular e o substantivo estiver no plural, pois fica evidente que não existe artigo. E se não há artigo, o substantivo está indefinido, sendo o “a” apenas a preposição ]
- Cheguei as colinas barrocas. [F]
- Dei o material a Sérgio.[ não há crase, pois “Sergio” é uma palavra masculina]
- Ela usa sapatos à Luís XV. [Use acento grave, pois existe implícita a palavra “moda”]
- Viso aquele emprego, Amélia. [Falso, pois falta o acento grave. A preposição vinda da regência verbal irá se aglutinar com o “a” do pronome demonstrativo “aquele”. De fato, temos acento grave diante de palavra masculina]
- Prefiro isto aquilo. [F]
- Estou a analisar processos. [nunca use acento grave antes de palavra verbal]
Nota: Não se emprega acento grave diante de palavras de gênero masculino, exceto quando precedidas do pronome demonstrativo “aquele”.
- Fiz referências a algumas propostas oportunas. [V]
- A beleza a que me referi lembra quadros simbolistas. [F]
- As propostas a que aspiro eles não estão bem certos de que são benéficas. [V]
- As propostas as quais aspiro eles não estão bem certos de que são benéficas.[F]
- A diretora a quem entreguei os projetos continua ansiosa por mudanças.[V]
Nota: Usar-se acento grave antes do pronome relativo “QUE”, quando ele representar palavra feminina/definida e, claro, a Or. Subord. Adjetiva exigir em sua regência a preposição “A”. [23]
Mesmo sendo representação de palavra feminina/definida, não haverá acento grave antes do pron. Relativo “QUE”, caso o termo anterior ao pronome relativo esteja no plural. [24]
Use acento grave antes do pronome relativo “QUAL”, quando substituir palavra definida/feminina, desde que haja regência oportuna na or. Adjetiva. [25]
Não se emprega acento grave diante do pronome relativo “QUEM”, por ser indefinido. [26]
- As 18 horas, nós estaremos viajando. [F]
- Elas saíram da sala, Sônia, a uma, as 20 horas. [F]
- Saímos a uma da tarde.[F]
- A carta a cuja mensagem fui grata guardo com carinho.[antes do pronome relativo “cuja” não use o acento grave]
- Fui a Bahia. [F]
- Fui a Salvador [V]
- Irei a Portugal. [ V]
* Fui à Bahia / Voltei da Bahia ( ao inverter a ação verbal, percebam que a preposição “de” se fundiu com o artigo. Logo, em “Fui à Bahia” empregue o acento grave. Porém, se na inversão verbal, não ocorrer a fusão da preposição “de” com o artigo “a”, não use o acento indicativo de crase. É que o substantivo próprio não aceita o emprego do artigo.
- Dei os relatórios a sua amiga. [ caso facultativo ]
- Dei os relatórios a suas amigas. [ o acento grave não pode ser usado ]
- Forneci os dados a minha colega, mas não os dei a sua. [F] * Se o pronome possessivo não estiver seguido de substantivo, o acento grave passa a ser obrigatório, desde que haja a preposição “a” precedendo o pronome, claro.
- Chegaremos até a esquina. [V]
- Comuniquei as mudanças a Helena.[V]
- Aludiram a Joana D`Arc.[V]
Nota: O acento grave é facultativo diante do pronome possessivo feminino/no singular, após a palavra “ATÉ” e diante de nome de mulher (subst. Próprio) quando não conhecida publicamente. É facultativo antes de pronome possessivo feminino no singular, pois a opção de uso é do artigo.
- Chamei as meninas de tolas, apesar de não serem. [ caso facultativo ]
- A enfermeira assistiu a enferma com amor. [V]
- Aspiro à rosa / Aspiro a rosa.[ embora corretas as duras versões, mas não temos caso facultativo, pois há mudança de sentido ]
- Haja vista a nova informação, é melhor. [ caso facultativo ]
- Assisti a novela o cravo e a rosa, mas minha amiga não assistiu a ela. [F]
Obs.: Não use acento grave diante de sujeito e objeto direto.
Não use acento grave diante de pronomes de tratamento, exceto Senhora, Senhorita, Dona e Madame.
Definiu-se a distância de quatro metros. [V]
Vendi a casa de meus avós.[V]
Ofereci livros a V. Sa. e a senhora Lourdes, mas a Senhora Lourdes não quis.[F]
EXERCÍCIO - CRASE
01. Indique a seqüência que preenche corretamente as lacunas:
|
A exegese que se vem impondo nesta Casa, acerca do assunto, decorre da análise conjunta de três elementos que lhe dão lastro. São eles: ---- notória especialização da contratada; ----singularidade do objeto, examinada sempre, em relação --- existência no mercado de muitos profissionais na área, aptos --- desenvolverem os mesmos serviços com ---- mesma qualidade; --- inviabilidade de competição, descaracterizada em face de se ver prejudicada --- singularidade do objeto, porquanto, uma vez que várias empresas podem realizá-lo, não existem motivos para que não haja --- competição. Esta interpretação, que vem sendo efetuada no texto da lei, leva-nos quase que --- idéia de exclusividade da contratada, ou seja, o objeto só será singular se apenas uma empresa for capaz de realizá-lo. (Adaptado de Eduardo Bittencourt Carvalho) |
a) |
a, a, a, a, à, a, à, a, a |
b) |
a, à, a, a, à, a, a, a, à |
c) |
a, a, à, a, a, a ,a ,a, à |
d) |
a, a, à, a, a, à, a, a, a |
e) |
a, a, à, à, a, a, a, a, a |
02- Marque a opção que preenche corretamente as lacunas.
Completamente excluídos das engrenagens de desenvolvimento da sociedade, os miseráveis são reduzidos _____ uma condição subumana. Seu único horizonte passa ____ ser ____ luta feroz pela sobrevivência. No lixão do Valparaíso, ____ poucos quilômetros de Brasília, ____ gente disputando os restos com os animais. (Fonte: Revista VEJA, edição 1735)
a) à, a, a, há, há
b) a, à, à há, a
c) a, a, a, a, há
d) à, a, a, à, há
e) a, à, à, há, a
03. CRASE - “Lá vinha ele trotando à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.”
Na frase acima e na frase “Enquanto Pedro se dedicava à oração, os outros viviam apenas para as farras e as diversões profanas”, o sinal indicativo da crase foi usada pela mesma razão.
[ V – F ]
04. As provas ...... quais eles se submeteram foram entregues ...... coordenação ..... dezesseis horas.
a) as - à - as
b) às - à - as
c) às - a - às
d) às - à - às
e) as - a – às
05. Uso ou omissão do sinal indicativo da crase no Texto 1.
V |
F |
|
0 |
0 |
Em "Às vezes, de tão descrente, tinha vontade de contar a Mira", usou-se o sinal indicativo de crase por se tratar de uma locução adverbial de que participa uma palavra feminina. |
1 |
1 |
Em "Apenas espaçou as idas à casa de Mira e..." o sinal indicativo de crase está errado, porque "casa" significa "lar", "residência própria". |
2 |
2 |
Em "... deixou de ir ao Logrador, até dar à luz um menino bem feitinho de corpo...", o sinal indicativo de crase foi usado corretamente porque o termo antecedente exige a preposição "a" e o termo conseqüente admite o artigo feminino "a". |
3 |
3 |
Em "Ana, numa última homenagem àquele que em tão curto espaço de tempo recompensara-lhe os desprazeres vividos...", o sinal indicativo de crase deveria ter sido omitido, porque "aquele" é sujeito de "recompensara". |
4 |
4 |
Se em "Floriam os campos agora bem visíveis aos seus olhos", substituíssemos "aos seus olhos" por "a toda hora", haveria necessidade de usar o sinal indicativo de crase, porque o termo antecedente exige a preposição "a" e o termo conseqüente admite o artigo feminino "a". |
GABARITO DO TESTE ( CRASE ) :
01. C 02. C 03. F 04. D 05. V/F/F/F/F
SINTAXE DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL.
Próclise = Pronome oblíquo antes do verbo.
Ênclise = Pronome oblíquo após o verbo.
Mesóclise ou Tmese = Pronome oblíquo entre o verbo.
Obs.: A próclise pode ser empregada, desde que não inicie orações. Todavia, existindo termo atrativo, a próclise deve ser usada.
São termos atrativos:
Advérbio; Palavras negativas;
Pronome demonstrativo; Pronome relativo;
Conjunção Subordinada; A palavra “ambos”;
Frases optativas; Pronome indefinido;
Frases exclamativas; Frases interrogativas.
Verbos no gerúndio precedido da prep. “em”
Exs.:
- Não se mostrou animado com as novidades que se firmaram através da imprensa.
mostrou-se [ F ] que firmaram-se [F]
Alguém o considerou hermético. Em se tratando de opacidade, ninguém o precede.
considerou-o [F] tratando-se [F] precede-o [F]
- Em todos os casos acima, temos o uso da próclise, em virtude do emprego de termos atrativos.
- Ela se inquietou quando a chamaram de inconseqüente. Os que lhe lançaram
julgamentos não maduros serão repreendidos, de fato. [V]
- Em “Ela se inquietou”, temos o uso da próclise, embora devemos usar a próclise. Com isso, não tenhamos a próclise como erro gramatical. É que a precedência é do pronome enclítico. Quando o termo não for atrativo, próclise e ênclise estão corretas, mas a ênclise tem precedência em relação à próclise, pois a ênclise demonstra a ordem direta, que tem precedência em comparação com o uso da próclise, que demonstra o uso da ordem inversa. Assim, em concurso público, se afirmarem que em “Ela se inquietou”, temos o uso da próclise, mas podemos usar a ênclise, está incorreta a afirmação. O que fundamenta erro é que não podemos usar a ênclise, mas devemos usar a ênclise.
- Bons ventos o levem. [V] * A frase optativa é a expressão de um desejo, cabendo ao sujeito
levem-no [F] a opção em realizar a ação.
- Receptivo ao convite, o juiz se entregou à polícia Federal. A operação Moréia foi um sucesso. [ V] * Como “juiz” não é termo atrativo, também estaria correto “.. entregou-se”
- Eu te amo!
amo-te! [ F] * A frase é exclamativa.
- Eu te amo. [ V] Como pronome pessoal não é termo atrativo, ambos corretos, embora a ênclise te-
amo-te [ V] nha precedência.
- Comprei o livro que ofereceram-me. [F] * pronome relativo é termo atrativo.
me ofereceram [V]
- Quero que se esqueçam de tudo. [ V ] * Conjunção subordinada é termo atrativo.
esqueçam-se [ F ]
- Nada incomoda-me [ F ]
me incomoda [ V ]
- Não te devolver [ V ] o material é a única alternativa que me resta.[ V ]
devolver-te [V ] resta-me. [ F ]
Obs.: Mesmo existindo termo atrativo, se o verbo estiver no infinitivo, devo empregar a Próclise, mas posso usar a ênclise.
- Se não se envolvesse com drogas, estaria vivo. [ V ]
Se se não envolvesse [ F ]
Se não envolvesse-se [ F ]
Obs.: Existindo mais de um termo atrativo, o pronome oblíquo deve ser usado após o último termo atrativo.
- Quando me chamarem, entregar-lhe-ei as provas do crime que... [ V ]
chamaram-me, entregarei-lhe [ F ]
lhe entregarei [ F ]
Obs.: Usar-se-á a mesóclise com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, desde que não haja termo atrativo.
- Se se preocupasse com todos, dir-nos-ia a verdade. [ V ]
diria-nos [ F ]
- Ninguém me forneceria as provas, se Leandro não autorizasse. [ V ]
fornecer-me-ia [ F ]
forneceria-me
TOPOLOGIA PRONOMINAL EM LOCUÇÃO VERBAL
Não devo-lhe dizer. (F ) * Como há termo atrativo, corrija usando o pronome proclítico ao auxiliar.
Devo-lhe dizer. ( V )
Dever-lhe-ia dizer. ( V ) * Como o auxiliar está no futuro do pretérito, está correta a mesóclise.
Não devo lhe dizer. ( F ) * Como há termo atrativo, corrija usando o pronome proclítico ao auxiliar.
Devo lhe dizer. ( V )
Deveria dizer-lhe. ( V ) * Está correta a estrutura. Apenas o particípio não aceita pronome posposto.
Não lhe devo dizer. ( V )
Lhe devo dizer. ( F ) * Não se inicia oração com pronome oblíquo.
Não dever-lhe-ia dizer. ( F ) * Está incorreta, pois a mesóclise não pode ser usado quando houver termo atrativo.
Não devo dizer-lhe. ( V ) * Mesmo existindo termo atrativo, mas o verbo principal está no infinitivo. É a única condição de se ignorar um termo atrativo, caso o emissor queira.
Devo dizer-lhe. ( V )
Alguém me tem dito. ( V ) * O pronome indefinido atrai o pronome oblíquo.
Tem-me dito. ( V )
Alguém ter-me-ia dito. ( F ) * Como empregar a mesóclise com termo atrativo? Impossível.
Alguém tem-me dito. ( F )
Tem me dito. ( V )
Ter-me-ão falado. ( V )
Alguém tem me dito. ( F ) * O pronome indefinido atrai o pronome oblíquo.
Me tem dito. ( F ) * Não se inicia oração com pronome oblíquo.
Ter-se-lhe-ia entregue o livro. ( V )
Alguém tem dito-me. ( F ) * Particípio não aceita a ênclise
Tem dito-me.( F ) * Particípio não aceita pronome oblíquo posposto a ele.
Teria devolvido-lhe o livro. ( F )
PONTUAÇÃO
01. Os clientes solicitaram acentuados descontos ao comerciante .
02. Prefiro a salgados alguns doces.
Nota: Não use vírgula entre sujeito e verbo, entre verbo e complemento verbal, entre objeto direto e objeto indireto, entre objeto indireto e objeto direto. Haverá momentos em que existirá uma pausa na oralidade, mas não empregue a vírgula entre esses termos sintáticos, quando diretamente ligados.
03. À noite, Luciana escreveu a carta
04. Luciana, à noite, escreveu a carta.
05. Luciana irá à praia.
Nota: Mesmo deslocado, se o adjunto adverbial não for oracional, a vírgula é optativa. Todavia, se a preposição do adjunto adverbial vier do termo anterior a ele, a vírgula é inaceitável. O emprego da vírgula nos casos 03 e 04 apenas dão destaque a idéia expressa pelo adjunto adverbial.
06. Se ela estivesse aqui, dar-lhe-ia uma rosa.
07. Dar-lhe-ia uma rosa, se ela estivesse aqui.
Nota: Se o adjunto adverbial for oracional, quando deslocado, a vírgula é obrigatória. A vírgula nesse caso estará justapondo as orações do período. Porém, não estando deslocada, a vírgula passa a ser optativa, pois a conjunção subordinada do adjunto adverbial oracional tem a função de justapor as orações do período. Se usar a vírgula, estaremos apenas dando destaque ao adjunto adverbial oracional.
08. O homem, que é animal racional, edifica sonhos.
09. João Paulo II, que é o papa, está doente.
10. A manga que estava madura sumiu.
Nota: Nos itens 08 e 09, a pontuação é mister. As orações subordinadas adjetivas explicativas são demarcadas por vírgula ou travessão. Representam valores absolutas, não havendo espaço para restrição. Não se restringe valores absolutos. Já no item 10, virgular a oração em negrito é opção do emissor.
Caso queira torná-la explicativa, a vírgula concretiza essa idéia. Como a idéia ou carga semântica de uma oração está alicerçada em sua classificação, pondo as vírgulas na oração em negrito, haverá mudança de sentido.
11. Gustavo, o presidente do clube, reconhece seus erros.
12. O presidente do clube, Gustavo reconhece seus erros.
13. Renata, Leandro chegou à sala
14. Leandro, Renata, chegou à sala.
15. Leandro chegou à sala, Renata.
Nota: Aposto e vocativo são demarcados por pontuação. Os termos em negrito representam o aposto e os termos grifados espelham o vocativo. Iniciando a estrutura oracional, use a vírgula após; no final da frase, use vírgula antes e, por fim, no “meio” da oração , use-os entre vírgulas. Não obstante, é bom ressaltar que o aposto no final da oração pode vir sinalizado por dois-pontos, travessão ou vírgula; no “meio” da oração pode ser pontuado por travessão. Também ha o caso do aposto especificativo, ou seja, substantivo comum seguido de substantivo próprio. Neste último caso, o aposto não será demarcado por pontuação ( O gerente Lúcio Almeida saiu ). “Lúcio Almeida” é aposto. Se colocássemos entre vírgulas, ele passaria a ser vocativo.
16. Li romances, contos, novelas .
17. Li romances, novelas e contos.
18. Li romances e novelas e contos e bíblias e teses e ensaios.
Nota: Use vírgula para justapor termos sintáticos iguais ( item 16 ), caracterizando uma figura de construção chamada assíndeto. No item 17, se antes do último elemento em seqüência usarmos a conjunção : “e”, esta substitui a vírgula. E no item 18 temos a figura de construção chamada polissíndeto, que na composição de um texto dissertativo não deve ser empregada. Todavia, não caracteriza erro gramatical. Outrossim, gostaria de ressaltar que, no item 18, a vírgula anteposta aos conectivos aditivos não seria erro gramatical.
19. Construí prédios, aumentei o número de galerias, refiz plataformas.
Nota: Use vírgula para justapor orações.
20. Alberto elaborou projetos, e Sérgio ergueu pontes.
Nota: Quando a conjunção aditiva “e” ligar oração com sujeitos distintos, a vírgula antes da conjunção é obrigatória.
21. Comeu bastante, e continua faminto.
Nota: Sendo “e” conjunção adversativa, embora o sujeito seja o mesmo referente, a vírgula antes da conjunção é necessária.
22. Construí, caro amigo, prédios; aumentei, senhoras, o número de galerias; refiz, meu povo, plataformas.
Nota: As vírgulas acima foram empregadas para demarcar o vocativo. O ponto-e-vírgula deve ser usado para justapor orações que já apresentem vírgula em suas estruturas internas. O emprego do ponto também estaria correto, substituindo o ponto-e-vírgula.
23. O mal destrói o homem; o bem edifica-o.
Nota: Use ponto-e-vírgula para justapor orações que apresentam idéias opostas. O emprego do ponto substituindo o ponto-e-vírgula também estaria correto.
24. São condições necessárias no ato da inscrição: ter curso superior; ser brasileiro; falar língua estrangeira; estar com os compromissos tributários atualizados.
Nota: Empregue ponto-e-vírgula para justapor citações. Se antes da última citação for empregada a conjunção aditiva “e”, esta substitui o ponto-e-vírgula.
25. Recife, 05 de agosto de 2000. * A vírgula ao lado está justapondo termos sintáticos iguais.
26. Preocupados, os rapazes estão.
27. Preocupados estão os rapazes.
Nota: Se o predicativo do sujeito estiver deslocado, use vírgula para demarcar o termo deslocado [ 26 ] . Todavia, se for empregado verbo de ligação entre o sujeito e o predicativo, este – mesmo deslocado – não recebe vírgula [ 27 ] .
28. Quem gerencia seus dias vence alguns dos obstáculos que lhe chegam à frente.
* Sendo “Quem gerencia seus dias” sujeito oracional do verbo vencer, não podemos usar uma vírgula após a palavra “dias”. Mas, caso o emissor queira, ele pode usar uma vírgula após a palavra “obstáculos”. Não se trata de um caso facultativo, pois “que lhe chegam à frente” é uma oração subordinada adjetiva.
Pondo a vírgula, temo-la como oração subordinada adjetiva explicativa; não escrevendo a vírgula antes do pronome relativo, passamos a ter uma oração subordinada adjetiva restritiva. Portanto, não temos um caso facultativo de vírgula nas orações subordinadas adjetivas, pois haveria mudança de sentido.
29. Falar a verdade a todos os circundantes é necessário a todos os seres humanos quando se deseja o reconhecimento do exercício da ética e da moral.
Nota: A oração grifada é subordinada adverbial temporal. A vírgula antes da conjunção subordinada temporal “quando” é optativa, visto não está deslocada.
30. À noite, às escondidas, com meus filhos assisti a jogos esportivos.
Nota: As duas vírgulas acima estão justapondo termos sintáticos iguais. Não use vírgula antes do termo grifado, pois complemento verbal seguido por seu predicativo não admite vírgula. Caso você queira, pode usar uma vírgula após a palavra “filhos”, dando destaque ao adjunto adverbial de companhia “com meus filhos”.
31. Os curiosos, que, à semana passada, foram àquela praia, voltaram surpresos com a situação presente.
Nota: As vírgulas acima na oração subordinada adjetiva não são facultativas: a oração em negrito é subordinada adjetiva explicativa com as vírgulas antes do pronome relativo e após a palavra “praia”. Ambas se relacionam. Se retirarmos as vírgulas, a oração passaria a ser restritiva. Também é oportuno observar que na estrutura interna da oração subordinada adjetiva há um adjunto adverbial de tempo não oracional. Logo, as vírgulas desse adjunto adverbial são optativas. Usando-as, passa o adjunto adverbial a ser destacado. O termo grifado exerce a função de complemento nominal, sendo impossível o uso da vírgula após a palavra “surpresos”, pois não se emprega vírgula entre o termo regente e seu complemento nominal, quando diretamente ligados. Se o concurso público disser que a substituição das vírgulas da oração adjetiva por travessão teria precedência, estaria correta a afirmação, visto já existir vírgula na estrutura interna da adjetiva explicativa. Vejamos, por fim, as quatro maneiras de pontuar o período supra:
- Os curiosos que à semana passada foram àquela praia voltaram surpresos com a situação presente.
- Os curiosos, que à semana passada foram àquela praia, voltaram surpresos com a situação presente.
- Os curiosos que, à semana passada, foram àquela praia voltaram surpresos com a situação presente.
- Os curiosos, que, à semana passada, foram àquela praia, voltaram surpresos com a situação presente.
EXERCÍCIOS
01. IDENTIFIQUE O ITEM EM QUE A PONTUAÇÃO ESTÁ CORRETA
- Sobre a sociedade, acima das classes, o aparelhamento político – uma camada social, comunitária embora nem sempre articulada – impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando. Esta camada, que não representa a nação, quando forçada pela lei do tempo, renova-se e substitui velhos por moços, inaptos por aptos, num processo que cunha e nobilita os recém-vindos, imprimindo-lhes os seus valores.
- Sobre a sociedade acima das classes, o aparelhamento político – uma camada social, comunitária embora nem sempre articulada; impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando. Esta camada, que não representa a nação, quando forçada pela lei do tempo, renova-se e substitui velhos por moços, inaptos por aptos, num processo que cunha, e nobilita os recém-vindos, imprimindo-lhes os seus valores.
- Sobre a sociedade, acima das classes, o aparelhamento político: uma camada social, comunitária embora nem sempre articulada – impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável, de comando. Esta camada, que não representa a nação, quando forçada pela lei do tempo, renova-se e, substgitui velhos por moços, inaptos por aptos, num processo que cunha e nobilita os recém-vindos, imprimindo-lhes, os seus valores.
- Sobre a sociedade acima das classes, o aparelhamento político; uma camada social, comunitária embora nem sempre articulada; impera, rege e governa em nome próprio, num círculo impermeável, de comando. Esta camada, que não representa a nação, quando forçada pela lei do tempo, renova-se e substitui, velhos, por moços, inaptos por aptos num processo que cunha e nobilita, os recém-vindos, imprimindo-lhes os seus valores.
- Sobre a sociedade acima das classes o aparelhamento político. Uma camada social, comunitária embora nem sempre articulada – impera rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando. Esta camada, que não representa, a nação quando forçada pela lei do tempo renova-se e substitui velhos por moços, inaptos por aptos, num processo que cunha, e nobilita os recém-vindos, imprimindo-lhes os seus valores. [ Raymundo Faoro – Os Donos do Poder ]
02. Assinale a frase em que a pontuação está incorreta.
- E ficou de olhos abertos, concentrado esperando, que o dia nascesse e seus mortos, partissem.
- Tomado de surpresa, fico imóvel, e somos como um feliz, ainda que insólito, casal de namorados.
- O escuro da garagem reteve-as por alguns momentos, até que a vencedora emergiu, vagarosa, arquejante.
- É bom que um homem, vez por outra, deixe o litoral misterioso e grande, querendo contemplar uma lagoa.
- Pegou o telefone, deu instruções à companhia, acrescentando com meio desprezo: o que tem mais aqui é livro.
03.Assinale a frase em que faltam vírgulas.
- Quem sabe se os dois tinham uma receita de felicidade?
b) Seria inútil explicar-lhe que um celeiro de brejo não tem preço.
- Boa distração a gente sonhar construir castelos arquitetar episódios romanescos.
- As pessoas distantes atingiram essa altura desolada em que papel e tinta nada significam.
e) A lembrança dele é grata aos que conheceram os últimos dias de glória dos teatros do interior.
04. Leia o texto com a finalidade de pontuá-lo corretamente.
“Diz a sabedoria popular chinesa (1) que toda marcha (2) por mais longa (3) e importante que seja (4) começa (5) com o primeiro passo. Dar (6) esse primeiro passo (7) às vezes (8) exige (9) grande determinação (10) esforço monumental e ( 11) muita coragem . Principalmente se o passo (12) for em direção (13) a um caminho desconhecido (14) com o qual ( 15) não estamos acostumados a lidar por conta dos vícios adquiridos.”
( Revista Veja )
Os números que devem ser substituídos por vírgulas são
- 2 – 4 – 7 – 8 – 10 – 14 d) 1 – 2 - 3 – 4 – 7 – 10 - 12
- 1 – 4 – 5 – 9 – 11 – 14 e) 2 – 3 – 4 – 7 – 9 – 13 - 15
- 3 – 5 – 6 – 8 – 10 – 12
GABARITO: 01. A 02. A 03. C 04. A
COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAL
Nas questões 02 e 03, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e coerente e, depois, indique a seqüência numérica correta.
02- |
( ) |
Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do capitalismo desalmado. |
|
( ) |
Durante décadas, Friedman – que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da Universidade de Chicago – foi visto como uma espécie de pária brilhante. |
|
( ) |
Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do século. |
|
( ) |
Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra Mundial. |
|
( ) |
Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o 'excesso de intervenção governamental.' (Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998) |
a) |
4, 2, 5, 1, 3 |
b) |
1, 2, 5, 3, 4 |
c) |
3, 1, 5, 2, 4 |
d) |
5, 2, 4, 1, 3 |
e) |
2, 5, 4, 3, 1 |
03- |
( ) |
Na verdade, significa aquilo que um liberal americano descreveria (sem estar totalmente correto, porém) como conservadorismo. |
|
( ) |
Nos Estados Unidos, liberalismo significa a atuação de um governo ativista e intervencionista, que expande seu envolvimento e as responsabilidades que assume, estendendo-os à economia e à tomada centralizada de decisões. |
|
( ) |
A guerra global entre estado e mercado contrapõe ‘liberalismo’ a ‘liberalismo’. |
|
( ) |
No resto do mundo, liberalismo significa quase o oposto. |
|
( ) |
Esta última definição contém o sentido tradicional dado ao liberalismo. |
|
( ) |
Esse tipo de liberalismo defende a redução do papel do Estado, a maximização da liberdade individual, da liberdade econômica e do papel do mercado. (Exame, 1/7/1998) |
a) |
1, 5, 3, 4, 2, 6 |
b) |
3, 1, 4, 5, 6, 2 |
c) |
2, 4, 5, 3, 6, 1 |
d) |
4 , 2, 1, 3, 6, 5 |
e) |
1, 3, 2, 6, 5, 4 |
04- Numere o segundo conjunto de sentenças de acordo com o primeiro, de modo que cada par forme uma seqüência coesa e lógica.
(1) |
A experiência mundial produziu uma ordem razoavelmente depurada de radicalismos ideológicos neste fim de século. |
(2) |
As reformas tributária, da legislação trabalhista e da previdência são necessárias à consolidação de uma economia de mercado com altas doses de investimento e de geração de empregos. |
(3) |
O Plano Real interrompeu a ciranda de preços e, com isso, erradicou o imposto inflacionário. |
(4) |
Um fator crítico para consolidar a moeda forte é um banco central independente. |
(5) |
Os governos nacionais que compreendem a lógica da economia de mercado implementam políticas públicas compatíveis com a nova ordem em formação. (Baseado em Paulo Guedes, Exame, 1/7/1998) |
( ) |
Este era politicamente ilegítimo (uma taxação sem legislação) e socialmente injusto. |
( ) |
Ele remeteria ao Congresso o ritual de aprovação de despesas e arrecadação de impostos, o que poderia aumentar a transparência da atuação do Estado. |
( ) |
Os que não a compreendem, quer por preconceitos ideológicos, quer por motivos religiosos, quer por ignorância, cavam um fosso no qual aprisionam populações inteiras. |
( ) |
Mas elas precisam ser transmitidas em linguagem cotidiana para que ‘globalização’ não signifique ‘desnacionalização industrial somada a ciranda financeira internacional’. |
( ) |
Seus alicerces são sistemas políticos democráticos, economias de mercado em processo de globalização, ação social descentralizada por parte de governos nacionais e a consolidação de moedas fortes. |
A seqüência numérica correta é:
a) |
5, 4, 2, 3, 1 |
b) |
3, 4, 5, 2, 1 |
c) |
1, 5, 3, 4, 2 |
d) |
2, 1, 4, 5, 3 |
e) |
4, 2, 5, 1, 3 |
05- Assinale o segmento que apresenta erro de concordância.
a) |
As empresas estrangeiras registram o capital que investe no país como empréstimos feitos pela matriz para poder remeter os juros às matrizes sem pagar imposto de renda. Há muitas propostas para reduzir a evasão fiscal no país. Uma delas é a cobrança de imposto sobre o faturamento das empresas. |
b) |
No sistema financeiro, 34% dos débitos reconhecidos com a Receita estão com o pagamento suspenso por causa de liminares. As empresas deixaram de pagar cerca de 12 bilhões de reais em impostos nos últimos cinco anos, dos quais 3,5 bilhões seriam devidos pelos bancos. |
c) |
O motivo: a Lei no 8200, de 1991, permitiu a correção monetária das despesas nos balanços, mas não fez o mesmo com as receitas. Boa parte dos dólares aplicados por investidores estrangeiros no país seria de brasileiros. O dinheiro, depositado em paraísos fiscais, retorna ao país sob a forma de investimento em ações e em aplicações de renda fixa, sem identificação do titular da conta, e sai sem pagar imposto algum. |
d) |
As empresas acumulam prejuízos de 183 bilhões de reais e querem transformá-los em créditos com o Fisco. Desse total, 23 bilhões são perdas contabilizadas por instituições financeiras. Se esse volume de recursos fosse usado de uma só vez, equivaleria a mais de um ano de arrecadação. |
e) |
Das 530 maiores empresas do país, metade não pagou imposto de renda em 1997. O mesmo ocorreu com os bancos. Das 66 maiores instituições financeiras, 42% não recolheram imposto de renda. A Receita tem 115 bilhões de reais a receber em impostos devidos pelas empresas que não foram pagos por causa do que se chamou de “indústria de liminares”. (Exame, 02/06/1999, p.14 e 15, com adaptações) |
06- Assinale a opção em que o texto foi transcrito com erro de concordância verbal.
a) |
Um delegado mal-intencionado pode perse-guir um cidadão ou uma empresa ou, da mesma forma, proteger um sonegador. Por isso, essas indicações sempre foram olimpicamente disputadas pelos partidos. |
b) |
A partir de 1994, a Receita Federal passou a nomear todos os delegados e superinten-dentes do órgão nos Estados, sem nenhuma interferência política. Esses cargos compõe o sistema nervoso da Receita. |
c) |
Há casos de funcionários, como os inspetores alfandegários de aeroportos e portos, que há anos eram escolhidos por políticos. O resultado é que a fiscalização ganhou mais independência. |
d) |
As mudanças surtiram, de imediato, efeitos práticos. O primeiro é que o raio de ação dos fiscais cresceu consideravelmente. |
e) |
Os auditores passaram a visitar empresas e pessoas que antes se sentiam seguras graças às amizades que tinham em determinados postos. (VEJA, Edição 1621 - 27/10/1999) |
07- Os fragmentos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os de forma coesa e coerente e assinale a resposta correta.
A. |
Na sede da entidade, a Receita recolheu para análise dezenas de notas fiscais, comprovantes de pagamentos e livros contábeis. Com base nos documentos, o órgão federal espera esclarecer a questão. O movimento financeiro durante os dez dias da festa é avaliado pelo Sebrae da cidade em R$ 278 milhões. |
|
B. |
Segundo sua análise, o evento reúne 1 milhão de pessoas, com uma média de R$ 278 gastos por freqüentador. Desses R$ 278 milhões, a média de arrecadação é de 3%. Segundo informações obtidas pela Receita, metade desse percentual estaria sendo sonegado - ou seja, R$ 4,17 milhões. Além do clube, devem ser fiscalizados hotéis, restaurantes e a empresa que vende os anúncios da festa. |
|
C. |
A suspeita de sonegação surgiu porque o recolhimento dos tributos por parte de comerciantes e empresários da região, no período da festa, é o mesmo dos outros meses do ano. "Todo mundo diz que o faturamento dobra ou triplica no período da festa, mas o total arrecadado em impostos fica igual", diz o delegado da Receita. O primeiro alvo dos auditores na cidade foi o clube Os Independentes, instituição responsável pela organização da Festa do Peão de Boiadeiro. |
|
D. |
A Receita Federal de Franca está apurando a sonegação de impostos praticada pelas empresas e associações que atuam na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. |
(Rogério Pagnan, Folha de S. Paulo, 15/08/2000, p. F2, com adaptações)
a) |
C, A, B, D |
b) |
D, C, A, B |
c) |
A, B, C, D |
d) |
D, B, C, A |
e) |
B, C, D, A |
PROVA I [ Polícia Rodoviária / 98 ]
"Arrumar o homem"
( Dom Lucas Moreira Neves Jornal do Brasil, Jan. 1997)
Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar. Não posso, porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei e, por isso, tenho-a como verdadeira. Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano: "Se não é verdadeira... é muito graciosa!"
Estava, pois, aquele pai carioca, engenheiro de profissão, posto em sossego, admitido que, para um engenheiro, é sossego andar mergulhado em cálculos de estrutura. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo com perguntas de todo jaez, tentando conquistar um companheiro de lazer.
A idéia mais luminosa que ocorreu ao pai, depois de dez a quinze convites a ficar quieto e a deixá-lo trabalhar, foi a de pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça trazido da última viagem à Europa. "Vá brincando enquanto eu termino esta conta". sentencia entre dentes, prelibando pelo menos uma hora, hora e meia de trégua. O peralta não levará menos do que isso para armar o mapa do mundo com os cinco continentes, arquipélagos, mares e oceanos, comemora o pai-engenheiro.
Quem foi que disse hora e meia? Dez minutos depois, dez minutos cravados, e o menino já o puxava triunfante: "Pai, vem ver!" No chão, completinho, sem defeito, o mapa do mundo.
Como fez, como não fez? Em menos de uma hora era impossível. O próprio herói deu a chave da proeza: "Pai, vocë não percebeu que, atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um homem? Era mais fácil. E quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado!"
"Mas esse garoto é um sábio!", sobressaltei, ouvindo a palavra final. Nunca ouvi verdade tão cristalina: "Basta arrumar o homem (tão desarrumado quase sempre) e o mundo fica arrumado!"
Arrumar o homem é a tarefa das tarefas, se é que se quer arrumar o mundo.
01. Assinale o item cuja afirmativa está de acordo com o primeiro parágrafo do texto:
(A) embora o autor do texto não confie na veracidade da estória narrada, conta-a por seu valor moral;
(B) como o autor do texto confia na pessoa que lhe narrou a estória, ele a transfere para o leitor, mesmo sabendo que não é autêntica;
(C) A despeito de ser bastante graciosa a história narrada, o autor do texto tem certeza de sua inautenticidade ;
(D) O autor do texto nos narra uma história de cuja autenticidade não está certo, apesar de ter sido contada por pessoas dignas de confiança ;
(E) a estória narrada possui autenticidade, veracidade e , além disso, certa graça.
02. O título dado ao texto:
(A) representa a tarefa que deveria ser executada pelo menino;
(B) indica a verdadeira finalidade do jogo de quebra- cabeça;
(C) mostra a desorganização reinante na família moderna;
(D) assinala a tarefa básica inicial para a organização do mundo;
(E) demonstra a sabedoria precoce do menino da estória narrada.
03. Na continuidade de um texto, algumas palavras referem-se a outras anteriormente expressas; assinale o item em que a palavra destacada tem sua referência corretamente indicada:
(A) Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar - refere-se à autenticidade da estória narrada;
(B) Não posso, porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei... - refere-se à veracidade da estória narrada;
(C) ...e, por isso tenho-a como verdadeira. - refere-se a não poder duvidar da veracidade da pessoa que lhe narrou a estória;
(D) ...tenho-a como verdadeira. - refere-se à pessoa que lhe narrou a estória do texto;
(E) Salva-me de qualquer modo, o provérbio italiano. - refere-se à pessoa de cuja veracidade o autor do texto não pode duvidar.
04. O item em que o vocábulo sublinhado está tomado em sentido não- figurado é:
(A) Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória...
(B) Estava, pois, aquele pai carioca ...
(C) ...não cessava de atormentá-lo com perguntas...
(D) ...comemora o pai-engenheiro.
(E) Mas esse garoto é um sábio !
05. ..por nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça...; o substantivo quebra-cabeça forma o plural de modo idêntico a um dos substantivos abaixo:
(A) guarda-chuva;
(B) tenente-coronel;
(C) terça-feira;
(D) ponto-de-vista;
(E) caneta-tinteiro.
06. O item em que o vocábulo destacado tem seu sinônimo corretamente indicado é:
(A) Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano... - citação;
(B) ...com perguntas de todo jaez .. - tipo;
(C) ...tentando conquistar um companheiro de lazer. - aventuras;
(D) ...prelibando pelo menos uma hora... - desejando;
(E) o peralta não levará menos do que isso... - revolucionário.
07. Vá brincando enquanto eu termino esta conta; se fossem dois engenheiros querendo trabalhar e
dois os meninos, esta mesma frase, mantidas as pessoas, deveria ter a seguinte forma:
(A) Vão brincando enquanto nós terminamos esta conta;
(B) Ide brincar enquanto eu termino esta conta;
(C) Vamos brincando enquanto nós terminamos esta conta;
(D) Vadé brincando enquanto eles terminam esta conta;
(E) Vai brincando enquanto nós terminamos esta conta.
08. Basta arrumar o homem (...) e o mundo fica arrumado! A noção expressa pela primeira oração, em relação à segunda é:
(A) concessão;
(B) causa;
(C) tempo;
(D) comparação;
(E) condição.
09. A frase do menino: E quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado! mostra que:
(A) o pai do menino desconhecia a brilhante inteligência do filho;
(B) o menino tinha uma visão critica do mundo bastante apurada;
(C) o menino já havia feito a mesma tarefa antes;
(D) o autor do texto quer mostrar a sabedoria do menino;
(E) o menino descobrira um meio mais fácil de completar a tarefa.
10. Mas esse garoto é um sábio...; esta frase do autor do .texto é introduzida por uma conjunção adversativa que marca, nesse caso, a oposição entre:
(A) a idade e a sabedoria;
(B) a autoridade e a desobediência;
(C) o trabalho e o lazer;
(D) a teoria e a prática;
(E) a ignorância e o conhecimento.
11. O segmento do texto que NÃO apresenta qualquer processo de intensificação vocabular é:
(A) Arrumar o homem é a tarefa das tarefas...;
(B) Em menos de uma hora era impossível.;
(C) Era mais fácil.;
(D) Nunca ouvi verdade tão cristalina;
(E) A idéia mais luminosa que ocorreu ao pai...
12. ... você não percebeu que atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um homem? ...se é que se quer arrumar o mundo ; a palavra mundo nesses dois segmentos:
(A) apresenta significados idênticos;
(B) representa significados opostos;
(C) mostra significados abstratos;
(D) possui alguns traços em comum;
(E) é exemplo de substantivo próprio.
13. ...pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça...; a palavra pôr leva acento gráfico pela mesma razão que nos leva a acentuar:
(A) você;
(B) têm;
(C) pára;
(D) nó;
(E) pôde.
14. "Mas esse garoto é um sábio!", sobressaltei, ouvindo a palavra final. ; a oração reduzida sublinhada só NÃO pode equivaler semanticamente a:
(A) ...porquanto ouvia a palavra final;
(B) ...quando ouvi a palavra final;
(C) ...após ouvir a palavra final;
(D) ...enquanto ouvia a palavra final;
(E) ..depois de ouvir a palavra final.
15..se é quer se quer arrumar o mundo.; a frase final do texto mostra que:
(A) o autor do texto participa do desejo geral de mudar o mundo;
(B) só uma parte da população anseia por mudanças;
(C) o autor do texto faz uma ressalva negativa sobre o desejo das pessoas;
(D) o filho do engenheiro desconfia das reais intenções das pessoas;
(E) só o mundo, por si mesmo, pode salvar-se.
16. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo...; as vírgulas que envolvem o segmento sublinhado:
(A) marcam um adjunto adverbial deslocado;
(B) indicam a presença de uma oração intercalada;
(C) mostram que há uma quebra da ordem direta da frase;
(D) estão usadas erradamente porque separam o sujeito do verbo;
(E) assinalam a presença de um aposto.
Gabarito Oficial - Prova da polícia Rodoviária Federal / 98
01 D
02 D
03 C
04 B
05 A
06 B
07 A
08 Anulada
09 E
10 A
11 B
12 D
13 C
14 A
15 C
16 E
PROVA II [ Polícia Rodoviária / 2002 ]
01. Em 2001, os números de acidentes, mortos e feridos nas rodovias federais do país diminuíram em relação a 2000, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal( PRF) divulgados no dia 21/02/2002.
* Para que sejam preservadas as relações semânticas e a correção gramatical do primeiro período do texto, ao se empregar a expressão “os números” no singular, devem ser feitas as seguintes substituições: “diminuíram”por diminuiu e “divulgados” por divulgado. { C – E }
02. Segundo esse coordenador, o comportamento do motorista brasileiro ainda é preocupante. “As tragédias ocorrem em decorrência da falta de respeito às leis de trânsito”, disse.
* De acordo com os sentidos textuais, a expressão “em decorrência da falta de respeito às leis de trânsito” mantém a coerência e a correção gramatical do texto ao ser substituída por como decorrência do desrespeito às leis de trânsito ou como decorrência de se desrespeitarem as leis de trânsito. { C – E }
TEXTO 01: Hotel incluído
Em viagens acima de 300 km, não vale a pena usar o carro quando se está sozinho. O preço médio da passagem de ônibus entre as cidades de São Paulo e São José do Rio Preto é de R$ 50,00 ( ida e volta ), enquanto, de carro, gasta-se R$ 65,00 só de pedágios ( doze ). Some a esse valor 1,5 tanque de combustível ( R$ 130,00 ) e você terá gasto quatro vezes mais para desfrutar do prazer de dirigir do que gastaria se trocasse a direção por um assento de passageiro. Isso sem falar no desgaste do veículo e na possibilidade de ser multado se a pressa de chegar ao destino reduzir o seu cuidado em dirigir defensivamente.
Ao usar o ônibus, é como se você ganhasse de presente uma diária em um hotel de bom nível na cidade para a qual viaja. Ou, se preferir, todas as refeições do fim de semana incluídas.
03. Como estratégia argumentativa, o leitor do texto ora é referido pelo índice de indeterminação “se”, ora pelo pronome “você”. { C – E }
04. Embora o verbo “usar” não tenha explicitamente sujeito, textualmente pode-se para ele subentender o pronome se . { C – E }
05. O tempo verbal de “terá gasto” indica uma ação que terá sido realizada antes de outra ocorrer no futuro, na hipótese de não se trocar a direção por um assento de passageiro. { C – E }
06. Na linha 5, a conjunção “e” adiciona dois complementos ligados a “falar”( linha 5 ) { C – E }
TEXTO 02: CAPÍTULO XV - DAS INFRAÇÕES
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
(...)
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica: Infração – gravíssima; Penalidade – multa ( cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir; Medidas...
07. As palavras “inobservância( linha 1 ), “indicadas” ( linha 3 ), “influência” ( linha 5 ) apresentam o mesmo prefixo, apesar de pertencerem a classes gramaticais diferentes. { C – E }
08. A coerência do texto e as regras gramaticais seriam respeitadas, caso se inserisse às imediatamente antes de “medidas” ( linha 2 ). { C – E }
09. Para efeito de aplicação das penalidades previstas, a conjunção “ou” ( linha 4 ) deve ser entendida como também inclusiva. { C – E }
TEXTO 03: As ações de respeito para com os pedestres.
> Motorista, ao primeiro sinal do entardecer, acenda os faróis.
Procure não usar a meia-luz.
> Não use faróis auxiliares na cidade.
> Nas rodovias, use sempre os faróis ligados. Isso evita 50% dos atropelamentos. Seu carro fica mais visível aos pedestres.
> Sempre, sob chuva ou neblina, use os faróis acesos.
- Ao se aproximar de uma faixa de pedestres, reduza a velocidade e preste atenção. O pedestre tem a preferência na passagem.
- Motorista, atrás de uma bola vem sempre uma criança.
- Nas rodovias, não dê sinal de luz quando verificar um trabalho de radar da polícia. Você estará ajudando um motorista irresponsável, que trafega em alta velocidade, a não ser punido. Esse motorista, não sendo punido hoje, poderá causar uma tragédia no futuro.
- Não estacione nas faixas de pedestres.
10. Entre os diversos fatores que ampliam as ações de respeito para com os pedestres, está o fortalecimento do conceito de cidadania, marcante na civilização contemporânea. { C – E }
11. Embora o vocativo “Motorista” esteja explícito apenas em dois tópicos do texto, o emprego dos tempos verbais indica que está subentendido em todos os demais. { C – E }
12. As relações semânticas no terceiro tópico permitem subentender a idéia de porque entre “atropelamentos” e “Seu”. { C – E }
13. No quarto tópico, a circunstância “sob chuva ou neblina” tem função caracteristicamente explicativa e, por isso, se for retirada, não se alterarão as condições de uso para “faróis acesos”. { C – E }
14. O sexto tópico, diferentemente dos outros, não explicita a ação do motorista, apenas fornece uma condição para que seja subentendida cautela. { C – E }
TEXTO 04 : Educação para o trânsito: RS, ES e DF integram o Rumo à Escola
Buscando implementar a temática do trânsito nas escolas de ensino fundamental, o Departamento Nacional de Trânsito ( DENATRAN) implantou o projeto Rumo à Escola. Até o momento, 165 escolas das capitais de 11 estados estão integradas ao projeto. Nessa quarta-feira ( 27/2), integram o programa o Rio Grande do Sul e o Espírito Santo. No dia 28, será a vez do DF e, em 14 de março, de São Paulo.
Após sua implementação em São Paulo, o projeto terá concluído a adesão de sua primeira de três etapas. No dia 21 de março, está prevista uma teleconferência nos estados contemplados pelo programa.
15. O gerúndio em “Buscando” inicia uma oração subordinada que mantém com a principal do período um nexo de circunstância causal. { C – E }
16. No texto, a idéia terminativa da ação em “estão integradas” ( linha 3 ), que corresponde, em geral, às formas de pretérito perfeito, opõe-se à idéia não-terminativa do presente em “integram”( linha 3 ), que pode ser interpretada como a ocorrer no futuro. { C – E }
17. Mantém-se a coerência textual, mas altera-se a voz do verbo, de passiva para reflexiva, ao se substituir a construção verbal “está prevista” ( linha 6 ) por prevê-se. { C – E }
TEXTO 05
Os EUA acreditam que o Brasil seja o segundo maior consumidor de cocaína do mundo. Segundo o subsecretário do Escritório Internacional para Assuntos de Entorpecentes, James Mack, estima-se que o país consuma entre 40 e 50 toneladas de cocaína por ano. A estimativa baseia-se na produção e circulação da droga no mundo. Em 2000, foram produzidas 700 toneladas de cocaína, estando 95% da produção concentrada na Colômbia.
Desse total, segundo Mack, 100 toneladas passam pelo Brasil, mas apenas entre 50 t e 60 t chegam à Europa. Os norte-americanos acreditam que a droga que não vai para a Europa é consumida no Brasil. O Brasil só ficaria atrás dos EUA, que, em 2000, consumiram 266t . “Em 1999, 80% da cocaína do mundo foi consumida nos EUA e, em 2000, conseguimos reduzir esse total para menos da metade. O problema é que a droga está indo para outros países, entre eles o Brasil”, disse Mack.
Mack veio ao Brasil, acompanhado de outros especialistas norte-americanos no assunto, para a reunião anual entre o Brasil e os EUA sobre coordenação no combate ao narcotráfico e outros ilícitos, como lavagem de dinheiro, por exemplo.
18. O fato de o Brasil ser “o segundo maior consumidor de cocaína do mundo”( linha 1 ) conservará as mesmas relações de coerência com a argumentação do texto se, em lugar de “acreditam” ( linha 1 ), dor usado sabem, com as devidas alterações sintáticas. { C – E }
19. O emprego de “consuma” ( linha 3 ) indica, sintaticamente, uma ação dependente de outra, ao mesmo tempo que denota uma hipótese, algo de que não se pode afirmar a certeza. { C – E }
20. Mantêm-se as mesmas relações percentuais ao se empregar a preposição em no lugar de “para” na expressão “para menos da metade” ( linha 9 ) . { C – E }
21. Mantêm-se a coerência e a coesão textuais ao deslocar-se a expressão “acompanhado de outros especialistas norte-americanos no assunto” ( linha 11 ) para o início do período ou para imediatamente após “ilícitos” ( linha 12 ). { C – E }
22. Nas linhas 1 e 12, “Brasil” e “EUA” estão sendo utilizados para designar representantes brasileiros e representantes norte-americanos. { C – E }
GABARITO:
01 E 06 C 11 C 16 C 21 E
02 C 07 E 12 C 17 E 22 E
03 C 08 C 13 E 18 E
04 C 09 C 14 C 19 C
05 C 10 C * 15 C 20 E
Fonte do documento: http://www.heidevencer.xpg.com.br/arquivos/Portugues.doc
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Autor do texto: EDVALDO FERREIRA
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