Iracema resumo
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Iracema resumo
Iracema
I – O Movimento
- Romantismo 1ª Fase: Nacionalista ou Indianista
- Exaltação da natureza
- (Sabiá como símbolo)
- Retorno ao passado
- Herói nacional ( índio )
- Sentimentalismo
- Religiosidade
- Mulher idealizada e inatingível
- Ilogismo
II – O Autor
- Formação literária: amor aos clássicos; leitura dos românticos não o impediu de ver mais longe que seus contemporâneos
- Preocupado com o estilo – conteúdo\forma
- Sua preocupação era criar um estilo brasileiro
- A Arte de narrar consistia em pintar com as palavras: descrição
- Vida primitiva de nossos indígenas – excelente material para romance histórico no Brasil
- Indianismo pouco teria de exato historicamente
- Vida dos selvagens poetizada
- Costumes indígenas deturpados pela imaginação do autor
- Índio como valorizador da nacionalidade
III – Narrador
- Terceira pessoa onisciente
“ O cristão contempla o ocaso do sol. A sombra que desce dos ,montes e cobre o vale, penetra sua alma. Lembra-se do lugar onde nasceu, dos entes queridos que ali deixou.”
- O tom do narrador é o de quem conta uma história que já faz parte da cultura de um povo. É uma lenda, que não se inventa na escrita de um livro.
- Sustentação histórica: baseada na figura de Martin Soares Moreno, que teria sido o verdadeiro fundador do Ceará.
- Índio Poti que teria adotado o nome cristão de Antônio Felipe Camarão
- Em alguns momentos, o narrador arrebatado chega a revelar-se de primeira pessoa: “ O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu.”
IV – Espaço e Tempo
- O cenário é a natureza cearense, em toda sua exuberância.
- As personagens sempre se identificam com elementos da natureza: pássaros, árvores, peixes e outros animais são recursos de comparação para indicar destreza, inteligência, velocidade, força, amor,etc.
- Tempo é rigorosamente cronológico(1608-1611)
- A marcação do tempo no decorrer da narrativa também é bastante preciso e linear, marcados por elementos da natureza
“ Há três sóis partimos para a caça; e, perdido dos meus, vim aos campos dos tabajaras.”
“ A alegria ainda morou na cabana todo o tempo que as espigas de milho levaram a amarelecer.”
V – Personagens
- Iracema- perfeita mulher romântica: bela, frágil, sentimental e sofredora.
“ Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era tão doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem,(...). O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”
- Martin – representante da cultura superior, bom colonizador. Cristão, tem sangue de português, chega avisando que é proprietário das terras e sugere que quer mais. É amado pelos bons índios: Iracema e Poti(tribos inimigas).
“ – Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.”
- Moacir – filho da dor, simboliza a nova civilização
- Poti – guerreiro pitiguara, exemplo do índio aculturado, conquistado pelo colonizador branco, a quem segue como uma sombra.
“ Os dois irmãos encostaram a fronte na fronte e o peito no peito para exprimir que não tinham ambos mais que uma cabeça e um coração.”
“- Como a cobra tem duas cabeças em um só corpo, assim é a amizade de Coatiabo e Poti.”
- Araquém – pai de Iracema, o pajé, guardião das ritos sagrados dos tabajaras.
- Caubi – irmão da protagonista. Inicialmente, ele acolhe o inimigo Martin, depois o combate e afinal perdoa Iracema e a visita em sua nova morada.
- Irapuã – chefe tabajara, impulsivo e intolerante, que quer caçar Martin e Poti a qualquer preço.
- Andira – velho guerreiro, irmão de Araquém
- Ará – pequena jandaia, que é abandonada pela dona por causa de Martin
VI – A Verossimilhança
- Após a primeira edição, Alencar teria sido questionado sobre a possível inexatidão de algumas circunstâncias: a habilidade de Poti flechar um peixe dentro d´água do alto de uma rocha; a jandaia ter viajado uma longa distância, do Ipu a Mecejana; contestação da existência do coqueiro no Brasil no início do século XVI.
VII – O Enredo
- O romance começa pelo fim: 1º Capítulo apresenta Martin, Moacir e o cão Japi deixando o litoral cearense em um jangada.
- A cena será retornada no Capítulo 33 (último).
- História de Iracema: Capítulo 02 a 32.
- Chegada de Martin do RN. à aldeia dos Tabajaras.
- Primeiro contato: estranheza (flecha).
- Quebra da flecha / Condução até a cabana de Araquém.
“- Bem-vindo sejas. O estrangeiro é senhor na cabana de Araquém. Os tabajaras têm mil guerreiros para defendê-lo e mulheres sem conta para servi-lo. Dize, e todos te obedecerão.”
- Martin, apesar do tratamento, revela-se como inimigo.
- Martin percebe uma movimentação na tribo para atacar os pitiguaras e tenta fugir / Interceptado por Iracema.
- Iracema sugere que Martin espere Caubi para que possa acompanhá-lo para lhe dar segurança.
- Iracema sente ciúmes de Martin (Noiva na terra Natal)
“ Quando a virgem tornou, trazia numa folha gotas de verde e estranho licor vazadas da igaçaba, que ela tirava do seio da terra. Apresentou ao guerreiro a taça agreste:
- Bebe!
Martim sentiu perpassar nos olhos o sono da morte; porém logo a luz inundou-lhe os seios d’ alma; a força exuberou em seu coração. Reviveu os dias passados melhor do que os tinha vivido; fruiu a realidade de suas mais belas esperanças.
Ei-lo que volta à terra natal, abraça a velha mãe, revê mais lindo e terno o anjo puro dos amores.”
- Importante: Irapuã é proibido de entrar no bosque sagrado.
- Iracema explica a Martin por que não pode se casar.
“ Iracema soltou-se dos braços do mancebo, e olhou-o com tristeza:
- Guerreiro branco, Iracema é filha do Pajé, e guarda o segredo da jurema. O guerreiro que possuísse a virgem de Tupã morreria.”
- Caubi e Martin viajam / Iracema os segue durante um tempo.
- Irapuã quer matar Martin / Som das trombetas Pitiguaras / Volta.
- Martin é protegido do Pajé contra a vontade de Itapuã.
- Preparação para guerra: Iracema e Martin escondem-se em uma gruta
- Encontro com Poti, que vai embora sozinho.
- De volta à cabana, ocorre o defloramento de Iracema.
“ Agora podia viver com Iracema e colher em seus lábios o beijo, que ali viçava como o fruto na corola da flor. Podia amá-la e sugar deste amor o mel e o perfume, sem deixar veneno no seio da virgem.”
- Iracema se entrega a Martin, sabendo que se entregava à morte.
- Transgressão da lei tabajara: deveria partir.
“ A filha de Araquém escondeu no coração a sua ventura. Ficou tímida e inquieta como a ave que pressente a borrasca no horizonte. Afastou-se rápida e partiu.
As águas do rio banharam o corpo casto da recente esposa.
Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras.”
- Ritual tabajara / Poti volta para levar Martin, que é acompanhado por Iracema.
- Os homens não querem que ela continue, mas ela declara não ser possível o retorno.
- Combate entre Pitiguaras e Tabajaras (Derrota destes).
- Depois de três dias entre os pitiguaras, Martin resolve partir com Iracema, para diminuir o sofrimento dela.
- Aos pés de Mocoripe, Martin reflete sobre a conveniência de instalar uma cidadela.
- Depois de algum tempo, Martin demonstra cansaço da vida mansa e da monotonia conjugal e resolve partir com Poti para caças e batalhas.
- Martin deixa uma flecha espetada em um caranguejo e um ramo partido.
“ - Ele manda que Iracema ande para trás, como o goiamum, e guarde sua lembrança, como o maracujá guarda sua flor todo o tempo até morrer.”
- Nasce o filho do casal na ausência do pai.
“Nossa hora em que o canto guerreiro dos pitiguaras celebrava a derrota dos guaraciabas, o primeiro filho que o sangue da raça branca gerou nesta terra da liberdade, via a luz nos campos da porangaba.”
- Grande acontecimento do romance: nascimento do primeiro filho da terra do Ceára, o resultado de um pacto: da raça autóctone e raça invasora.
- Solitária e saudosa Iracema tem dificuldade para amamentar o filho.
- Martin fica longe oito luas (oito meses).
- Encontra Iracema na beira da morte / Entrega do filho.
- Enterro no coqueiro, à beira do rio.
- Alguns anos depois, acompanhado de outros brancos, inclusive um sacerdote “para plantar a cruz na terra selvagem”.
“ Poti foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho; não sofria ele que nada mais o separasse do seu irmão branco. Deviam ter ambos um só deus, como tinham um só coração.”
- Começa a colonização e narrativa termina.
“Tudo passa sobre a terra”
VIII – Iracema e Macunaíma
- Relações de semelhança entre a obra e Iracema, entre elas, as semelhanças entre Iracema e Ci, a mãe do mato.
- “Ci aromava tanto que Macunaíma tinha tonteiras de Moleza.”
“Todas as noites a esposa perfumava seu corpo e a alva rede, para que o amor do guerreiro se deleitasse nela”. (J. A.)
- É a rede de cabelos que torna a mãe do Mato inesquecível, e é uma rede que Iracema oferece ao guerreiro branco:
“Guerreiro que levas o sono de meus olhos, leva a minha rede também. Quando nela dormires, falem em tua alma os sonhos de Iracema.”(J. A.)
- Ambas perdem os filhos porque não têm leite. O de Ci foi a cobra preta que sugou; em Iracema o leite não chegava ao seio, diluído nas lágrimas de saudade. “A jovem mãe suspendeu o filho à teta; mas a boca infantil não emudeceu. O leite escasso não apojava o peito” (J. A.)
- Em Macunaíma, o filho do herói “chupou o peito da mãe no outro dia, chupou mais, deu um suspiro envenenado e morreu.”
- Macunaíma é o anti-Peri: ambos penetram na civilização branca.
- Macunaíma mescla sua cultura à civilização branca e, através do humor e da falta de respeito explícita por essa outra cultura, acaba por revelar suas contradições e irreverências.
Fonte do documento: http://www.objetivoitajuba.com.br/caro/downloads/resumosgilmar/Iracema.doc
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