Revolução e transformação social resumo

 


 

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Revolução e transformação social resumo

 

REVOLUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

 

No capítulo anterior, estudamos as teorias que procuraram explicar as mudan­ças sociais. Neste, vamos tentar entender o processo que foi chamado de revolução e que significou uma mudança profunda nas sociedades em que aconteceu.

Revolução é a transformação radical das estruturas sociais, políticas e econômicas de uma sociedade. Outros tipos de alteração podem ser chamados de reformas sociais ou apenas de mudanças parciais. De acordo com o pen­sador italiano Umberto Melotti, tanto o reformador quanto o revolucionário almejam mudanças sociais, mas não as mesmas. As mudanças propostas pelos reformadores não se contrapõem aos interesses das classes dominantes, podendo até ser utilizadas para consolidar sua permanência no poder. Já uma revolução se opõe sempre aos interesses das classes dominantes, pois tem por objetivo eliminar a sua hegemonia. Assim, as reformas são realizadas por quem está no poder, enquanto a revolução se processa contra esse poder. Melotti destaca que a reforma procura alterar elementos não essenciais, reparando determinados problemas para garantir a manutenção da situação vigente, enquanto a revo­lução é um ato de emancipação social, que objetiva destruir o existente para reconstruir a sociedade em novas bases. A história das sociedades é marcada por uma série ininterrupta de reformas e revoluções, mas são estas últimas que assinalam momentos autênticos de busca de uma emancipação efetiva.

Para entender o desenvolvimento e o significado das revoluções, vamos analisar sociologicamente algumas delas.

 

Sobre a revolução

Podemos utilizar o termo revolução para nos referir aos grandes processos que alteraram substancialmente a vida da humanidade. São bons exemplos desses proces­sos a revolução agrícola, que transformou radicalmente a forma de abastecimento das populações humanas, e a revolução industrial, que mudou a forma de produção.

Hoje, estamos participando da terceira grande revolução mundial, baseada na informática, na engenharia genética e na nanotecnologia, pes­quisa e produção no nível do átomo, que estão alterando profundamente a maneira de produzir e de viver.

Utilizamos também o termo revolução para designar os processos de mudança de rumo político em uma sociedade ou em várias delas. Nesse ponto há que diferenciar as revoluções que ocorreram no século XVIII e podem ser chamadas de burguesas, porque foram movimentos liderados pela burguesia ascendente, e as que eclodiram no século XX, consideradas populares, porque tiveram uma participação significativa do povo.

O termo na história

A palavra "revolução" originou-se provavelmente da astronomia a partir da teoria de Copérnico: No seu uso científico o termo reteve o seu significa­do original latino, designando o movimento rotativo, regular e inexorável dos astros.

[u.] No século dezessete encontramos pela primeira vez a utilização política da palavra, mas o conteúdo metafórico ainda estava ligado ao sentido original, o movimento de retornar a um ponto preestabelecido. A palavra foi primeiramen­te usada na Inglaterra não para designar a assunção de Cromwell ao poder (a primeira ditadura revolucionária), mas ao contrário, depois da queda do déspota por ocasião da restauração da monarquia.

Podemos precisar o exato instante em que a palavra "revolução" foi utilizada no sentido de mudança irresistível e não mais como um movimento recorrente. Foi durante a noite de 14 de julho de 1789 em Paris, quando Luís XVI ouviu de um emissário que a Bastilha havia caído. "É uma revolta", disse o rei. Ao que o mensageiro retrucou: "Não, majestade, é uma revolução".

Nas décadas seguintes conformou-se um quadro de que as revoluções não são feitas de homens isolados, mas resultado de um processo incontrolável do qual os homens são parte. E foi somente na metade do século dezenove que Proudhon cunhou a expressão "revolução permanente" e com ela trouxe o conceito de que não existem revoluções, mas uma só, total e perpétua. Teorica­mente, a conseqüência mais ampla da Revolução Francesa foi o nascimento da noção de História e do processo dialético, da filosofia de Hegel. Foi a Revolução Francesa e não a Americana que incendiou o mundo e foi conseqüentemente dela e não do curso dos acontecimentos na América que a presente conotação da palavra ganhou o formato atual. Neste nosso século as ocorrências revolu­cionárias passaram a ser examinadas dentro dos padrões franceses e em termos de necessidades históricas.

 

Revoluções clássicas

Quando falamos em revolução sempre nos vêm à mente os três grandes movimentos que ocorreram em países da Europa e nos Estados Unidos: as Revoluções Inglesa, Francesa e Americana.

A Revolução Inglesa (1642-1660) foi um movi­mento em que parte dos senhores de terras e comer­ciantes se insurgiram contra o poder absoluto do rei e de seus associados (principalmente a nobreza e o clero, que nada produziam). Seu objetivo era limitar e condicionar esse poder a determinadas funções, impedindo o controle do comércio e da indústria e a criação de impostos pelo rei sem autorização do Parlamento. Após prolongado conflito civil, as forças políticas que lutavam contra o absolutismo derrubaram a monarquia em 1649 e proclamaram a República. Esse movimento tornou possível a eli­minação dos últimos laços que prendiam os ingleses a uma sociedade feudal.

A monarquia foi restaurada em 1660, mas o rei e os nobres perderam os poderes anteriores. O Parlamento havia adquirido força política e dividia o poder com a monarquia. Era o grande passo para que o mercantilismo se ex­pandisse e como conseqüência o processo de industrialização, que aconteceria no século seguinte. O fundamental nesse processo foi a implantação de uma série de direitos que hoje são considerados universais. Mas foi um movimento em um único país e alterou substancialmente a situação apenas em uma so­ciedade. Só posteriormente teve repercussão maior.

A Revolução Americana (1776) foi um marco no século XVIII, mas carac­terizou-se como luta contra o colonialismo inglês em que não havia a intenção de alterar profundamente as relações sociais, nem de transformar a propriedade, nem tampouco de abolir a escravidão. Foi considerada uma revolução porque teve grande repercussão, principalmente nos países da América Latina, e seu ideário pregava a liberdade, ou seja, o rompimento dos laços coloniais.

Foi a Revolução Francesa (1789) que se transformou em referência para todos os movimentos posteriores, pois os envolvidos lutaram não somente contra o poder monárquico na França, mas contra todos os regimes absolutistas e pela eliminação da monarquia, porque essas formas e sistemas de governo significa­vam opressão à maioria da população. Além disso, foi alterada profundamente a estrutura da propriedade rural, eliminando entraves para o desenvolvimento de uma nova sociedade. Entretanto, o mais importante foi o fato de os revolu­cionários lutarem em nome dos seres humanos, e não só dos franceses, o que transformou o movimento em paradigma das revoluções posteriores.

 

Experiências revolucionárias no século XX

No século XX ocorreram muitas experiências revolucionárias. Entretanto, foram poucas as que envolveram os mais explorados e, portanto, a maioria da sociedade. Vamos analisar algumas delas.

Revolução Mexicana. A Revolução Mexicana começou em 1910 e foi uma resposta dos explorados no campo e nas cidades a uma situação insustentável de desigualdade e de exploração. Terminou em 1917, com a promulgação de uma nova constituição para o México.

O primeiro objetivo dessa luta era a derrubada de Porfírio Díaz, que estava no poder havia 20 anos e tinha o apoio dos Estados Unidos e de grandes industriais e proprietários de terras, nacionais e estrangeiros. Três grandes grupos, represen­tando classes sociais diferentes, participaram do movimento: o dos camponeses, que eram a maioria (seus líderes mais conhecidos foram Pancho Villa no norte e Emiliano Zapata no sul), o dos trabalhadores urbanos organizados em torno da Casa del Obrero Mundial (COM), de orientação inicialmente anarquista, e o da burguesia urbana e rural, liderada, quando a revolução eclodiu, por Francisco Madero, que não aceitava as ações de Porfírio Díaz e queria sua deposição.

Em maio de 1911, depois de vários le­vantes armados, Porfírio Díaz foi deposto. Assim, o primeiro objetivo foi alcançado, mas, como as três forças revolucionárias ti­nham interesses e projetos distintos, o pro­cesso continuou.

Havia no México uma grande desi­gualdade social: 1 % da população possuía 97% das terras, o que gerava uma situação de exploração e miséria muito grande. Isso levou os camponeses a exigir o fim dessa concentração e uma redistribuição das terras. A burguesia dissidente exigia que fossem definidas regras claras sobre as eleições para que se implantasse uma democracia de tipo liberal. Os trabalhadores urbanos, por sua vez, que não tinham nenhum direito nem liberdade de expressão e reunião, exigiam direitos garantidos pela constituição.

Assim, a burguesia dissidente ora fazia acordos com os trabalhadores e alguns setores camponeses, ora com outros, e procurava sempre se manter ativa no movimento para não perder sua posição no processo revolucionário. Nessas idas e vindas, os camponeses passavam de rebeldes perseguidos a aliados; os trabalhadores, em algumas ocasiões, faziam greves e eram considerados fora-da­-lei, mas em outras eram aliados. Enfim a situação era de confusão, e Madero, não conseguindo manter-se como líder, foi preso e assassinado.

Quem tomou o lugar de Madero foi Victoriano Huerta, que era apoiado pelo capital estrangeiro e grandes proprietários de terras, banqueiros, indus­triais e comerciantes, além do clero e do Exército Federal.' Ficaram de fora apenas os camponeses, operários e Venustiano Carranza, governador do estado de Coahuila, os quais, juntos, conseguiram formar um grande exército que lutava para que se mantivesse o poder legítimo e pela queda de Huerta, o que aconteceu em julho de 1914. Mas as divisões continuaram.

Em dezembro de 1914, Villa e Zapata se uniram contra Carranza, pois este não apresentava nenhuma proposta de melhora de vida para os camponeses. Entretanto, Carranza se aproximou dos operários e até os armou (formar do os "batalhões vermelhos") para combater Villa e Zapata. Além disso, articu­lou um novo exército com apoio dos Estados Unidos. Assim, pouco a pouco, foram vencidos os camponeses, e Villa e Zapata perderam toda a capacidade de pressionar o novo governo.

Após derrotar os camponeses e se instalar no poder, Carranza tinha de desarmar os "batalhões vermelhos" formados pelos operários. Isso aconteceu por meio da desmobilização dos batalhões, da prisão dos principais líderes operários e do fechamento da COM, além de um decreto segundo o qual seria punida com a morte qualquer tentativa de greve.

Controlada toda a oposição, Carranza convocou uma nova Constituinte, o que ocorreu sem a presença dos oposicionistas. Mesmo assim houve um pe­queno avanço na constituição. A nova carta estabeleceu a separação efetiva da Igreja e do Estado, o casamento passou a ser um ato civil e a educação tornou-se prerrogativa do Estado, cabendo a este a definição e a fiscalização do ensino em todos os níveis. Aos trabalhadores garantiu-se uma série de novos direitos, como jornada máxima de oito horas, regulamentação do trabalho da mulher e de menores, do trabalho noturno, do repouso semanal, das férias e das horas extras. Além disso, foram regulamentados a liberdade de organização sindical e o direito à greve, entre outras coisas. Pode-se dizer que a classe operária foi a que mais se beneficiou desse processo.

Os camponeses tiveram várias reivindicações atendidas, mas todas sob o controle do Estado. As grandes propriedades, principalmente as da Igreja, puderam ser expropriadas e repartidas. Possibilitou-se a manutenção das terras comunais na forma de cooperativa, mas a reforma agrária (divisão dos latifún­dios) propriamente dita não foi realizada e a restituição das terras usurpadas não foi efetivada. Assim os camponeses pouco tiveram a comemorar.

Novamente a burguesia industrial, os banqueiros, os grandes comercian­tes e proprietários de terras conseguiram, em nome da "revolução mexicana", manter-se no poder.

Uma revolução comunista na Europa. Enquanto os mexicanos conquistavam sua constituição, em 1917, na Rússia, a sociedade fervilhava. A maior parte dos russos vivia em condições precárias e desde 1905 lutava e se preparava para construir uma nova sociedade.

A Revolução Russa de 1917 começou com a derrubada do czar, em fevereiro, e culminou em outubro, com a tomada do poder pelos bolcheviques, liderados por Vladimir Ilitch Uliânov, o Lênin, e depois também por Leon Trotski. O movimento teve como base os trabalhadores urbanos e soldados, organizados em sovietes - o fato mais inovador dessa revolução -, conselhos populares que expressavam a proposta de uma nova sociedade que fosse democrática e se orientasse pela vontade da maioria.

Após a tomada do poder, com a constituição de uma nova estrutura estatal, os sovietes perderam pouco a pouco o poder. O termo, no entanto, ficou gravado no nome da unidade política e nacional formada em conseqüência da revolução: República Soviética. Pos­teriormente foram agregados ao bloco socialista outros países e formou-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

No início, a nova república socialista precisava resolver vários problemas. Em 1918, já no final da Pri­meira Guerra, teve de fazer um acordo de não-agressão com a Alemanha. Nesse mesmo período, o Estado en­frentou a oposição de diversos setores, principalmente dos anarquistas, que queriam uma sociedade mais livre. Todos os focos de oposição foram eliminados.

Depois, entre 1919 e 1921, houve a luta contra os países europeus que não aceitavam a revolução (Fran­ça, Alemanha, Inglaterra e outros). Esses países enviaram tropas para apoiar os "russos brancos", que travavam uma guerra interna contra os "russos vermelhos". Organizado e liderado por Trotski, o Exército Vermelho conseguiu derrotar os contra-revolucionários e expulsar as tropas invasoras.

A situação, que era terrível por causa da Primeira Guerra Mundial, tornou­-se ainda pior no período de afirmação da revolução. Mesmo assim, a proprieda­de privada foi extinta na União Soviética e procurou-se alterar a estrutura estatal e de serviços, como a educação, a saúde, os serviços ferroviários e bancários. A grande dificuldade foi mudar a estrutura da propriedade rural, que ainda era medieval, e a condição dos camponeses, precária em todos os sentidos. Assim, foi necessário primeiro privatizar a terra para depois torná-Ia coletiva. Isso foi possível pela concentração do poder no Partido Comunista e no Estado.

A partir de 1924, com a morte de Lênin, Josef Stalin assumiu o comando da URSS e aprofundou a concentração do poder no Partido Comunista e no Estado, tornando-os quase a mesma coisa e eliminando a oposição. A partir de então, uma revolução que nascera com o propósito de transformar o sistema anterior e garantir a liberdade para rodos gerou uma sociedade que teve parte dos problemas econômicos resolvidos, mas à custa da submissão a um Estado autoritário que oprimiu a maioria das pessoas.

A União Soviética desmoronou na década de 1980 e teve seu fim assinalado pela queda do Muro de Berlim, em 1989. Deixou oficialmente de existir em dezembro de 1991.

Revolução Comunista na China. A Revolução Chinesa resultou de um longo processo de luta liderado pelo Partido Comunista Chinês (PCC), que foi funda­do em 1921 e, a partir de então, agregou política e militarmente os camponeses, que eram a maioria da população chinesa.

Essa luta iniciou-se em meados da década de 1920, primeiramente contra os invasores japoneses e posteriormente também contra os exércitos de Chiang Kai-shek, que era anticomunista e tinha apoio das potências estrangeiras que venceram a Primeira Guerra Mundial.

Depois de um quarto de século, os camponeses liderados por Mao Tse-tung conseguiram derrotar tanto os exércitos japoneses quanto os comandados por Chiang Kai-shek, que foi obrigado a se refugiar na Ilha de Formosa (Taiwan) e ali ficou até a morte, sempre apoiado pelos Estados Unidos.

Os exércitos vencedores entraram em Pequim em janeiro de 1949 e, em 1_ de outubro de 1949, foi proclamada a República Popular da China.

Mao Tse-tung e seus exércitos conseguiram reu­nificar a China, mas, depois de tanta guerra e violên­cia, a situação do país era lastimável e foi necessário reorganizar a economia e as formas de produção, pois a principal tarefa do governo era alimentar os mais de 500 milhões de habitantes. A indústria era incipiente e quase não existiam trabalhadores urbanos e industriais: havia apenas 3 milhões, ou seja, quase nada diante das necessidades prementes.

A partir de 1950 Foi necessário um grande esforço para reorganizar as estruturas agrícolas e produzir alimentos. Isso Foi feito por meio da coletiviza­ção das terras. Mas a industrialização não Foi deixada de lado, nem os esforços educacionais.

Para organizar o Estado, Mao Tse-tung recebeu ajuda da URSS, mas a aliança entre China e União Soviética durou apenas até o início da década de 1910, quando os chineses quiseram ter o seu arsenal nuclear, o que os russos não admitiam. Logo em seguida, houve o rompimento entre as duas grandes nações comunistas do mundo.

Nessa época a China já estava adiantada em seus esforços nucleares e pos­suía tecnologia e pessoal qualificado para fabricar bombas, o que aconteceu em 1964. A partir de então o país sempre aumentou o seu arsenal atômico. Era mais uma potência militar e atômica no mundo, o que significava um esforço de industrialização muito grande.

A partir da década de 1970, a China procurou organizar sua produção agrícola e industrial e, gradativamente, foi se tornando uma das maiores po­tências industriais do mundo. Ao entrar no século XXI, caracterizava-se como um Estado centralizador e autoritário, ainda sob o controle do PCC, com uma produção industrial capitalista, na qual estão presentes numerosas empresas ocidentais, com muita exploração da força de trabalho, problemas sérios de desigualdade social e outros tantos ambientais.

Revolução Socialista em Cuba: Quase 10 anos depois que a China fez sua revolução comunista, os cubanos viram Fidel Castro subir ao poder pela força da Revolução Cubana. Em janeiro de 1959 começava uma nova era em Cuba, uma das ilhas do Caribe, na América Central.

O processo que levou Fidel Castro e seus companheiros ao poder em Cuba, em 1° de janeiro de 1959, iniciou-se anos antes, em 1953, com a tentativa de tomada do quartel de Moncada, por um grupo de estudantes e recém-formados que lutavam contra a ditadura de Fulgencio Batista, que estava no poder havia aproximadamente 20 anos. Fidel Castro foi condenado e preso, mas conseguiu fugir e foi para o México, onde se reuniu com antigos companheiros de luta e conheceu o argentino Ernesto "Che" Guevara, que aderiu ao movimento dos cubanos para derrubar a ditadura de Batista.

Esse grupo chegou a Cuba em dezembro de 1956 em um barco, mas a maioria dos 83 homens morreu nos combates iniciais, sobrando apenas 12 guerrilheiros para continuar a luta. Mas já existiam outras pessoas lutando pela revolução nas cidades e também no campo. O grande mérito desse pequeno grupo foi agregar todos na mesma luta e, após três anos, entrar vitorioso em Havana.

A derrocada da ditadura não foi influencia­da pelos comunistas que viviam em Cuba, pois eles eram contrários à ação de Fidel Castro e seus companheiros, e somente aderiram à revolta quando perceberam que ela estava vitoriosa.

Tomou o poder, então, Fidel Castro, com a proposta de fazer um governo com apoio popular. Pouco a pouco, por causa das ações do novo governo - como, por exemplo, a reforma agrária prevendo a indenização dos antigos proprietários -, os Estados Unidos viram o novo poder em Cuba com desconfiança e começaram a impor dificuldades ao comércio da ilha. Isso propiciou a aproximação entre Cuba e URSS.

Nessa nova relação comercial, Cuba vendia açúcar para a União Sovié­tica, que lhe fornecia petróleo. As refinarias de petróleo existentes em Cuba:, de propriedade estadunidense, se recusavam a processar o produto. O novo governo então as expropiou, o que significou o fim das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos.

A situação entre os dois países, que já estava ruim, piorou quando o go­verno de John Kennedy, por intermédio da Agência Central de Inteligência (CIA - sigla em inglês), em abril de 1961, apoiou a invasão da ilha por um grupo de exilados cubanos, que pretendiam começar um levante contra o novo governo. Foram derrotados pelo Exército e pela reação popular no local aonde chegaram: a Baía dos Porcos. Logo após, Fidel Castro declarou que Cuba era a mais nova república socialista no mundo. Então, os partidos que o apoiavam foram reunidos no Partido Comunista Cubano, que passou a ser único e tinha o apoio declarado da URSS.

Graças a esse apoio incondicional da URSS, foi possível melhorar sig­nificativamente as copdições de vida da população da ilha, pois o principal produto de exportação cubana era o açúcar, que era comprado em condições bem favoráveis pelo bloco soviético, e também porque a ilha recebia petróleo por preço mais baixo do que o praticado no mercado mundial. Entretanto, o bloqueio comercial dos Estados Unidos e seus aliados contra Cuba prejudicou as relações da ilha com o resto do mundo.

Enquanto obteve as condições excepcionais de apoio da URSS, Cuba pôde desenvolver um siste­ma educacional e de saúde igual ao dos melhores países do mundo, além de proporcionar à população uma qualidade de vida invejável. Entretanto, com o fim da URSS, em 1991, as condições de vida em Cuba se tornaram precárias, prin­cipalmente em relação aos bens de consumo e de moradia.

Até hoje, o sistema político é centralizado no Partido Comunis­ta Cubano e na figura emblemática de Fidel Castro. Apesar dos méritos em transformar radicalmente a situação da população em Cuba, falta na ilha a liberdade de expressão e a possibilidade de haver outras formas de organização política que não seja o partido único.

O caso cubano é diferente dos anteriores, pois Cuba é um país pequeno, uma ilha na qual ainda há uma base militar dos Estados Unidos, com pou­quíssimos recursos naturais, que ainda sofre um bloqueio comercial por pane dos Estados Unidos e de muitos países europeus. Mesmo assim, continua sua marcha para manter uma sociedade socialista.

Um breve balanço. Como pudemos perceber, uma coisa é o início de uma revolução, com seus propósitos transformadores; outra é a situação pós-revo­lucionária ou a institucionalização da revolução, em que o momento inicial de tomada do poder e alteração das estruturas econômicas e sociais precisa ser deixado para trás. É necessário então criar novas instituições ou refor­mular as velhas para que a revolução possa se desenvolver. Com o passar dos anos, a liderança muda e a situação interna e externa se modifica; aparecem interesses novos e são necessárias novas ações, que podem gerar maior eman­cipação ou não.

Cada processo revolucionário é um campo de contínuas decisões, com várias alternativas para construir aquela sociedade pretendida no início ou outra completamente diferente. Mas cada revolução significa sempre uma experiência de emancipação possível no processo da autonomia desejada.

Os exemplos analisados aqui são de sociedades que alteraram sua estrutura e modo de vida, mas avançaram pouco no processo de liberdade e emancipação. Podemos, então, dizer que não são mais parâmetros para as mudanças que estão ocorrendo nos dias de hoje.

E agora, o que nos espera?

A transformação radical de uma sociedade - revolução - está sempre ligada à superação de um sistema por outro, havendo um movimento po­pular ou uma classe social oprimida organizada para ir à frente e derrubar o antigo regime.

Na sociedade capitalista, segundo Marx, a classe social oprimida é o pro­letariado. Depois das muitas revoluções que ocorreram no mundo, há a pos­sibilidade de a classe proletária, ou trabalhadora, organizar-se para derrubar o sistema capitalista? Há condições objetivas (crise do sistema, organização, poder, armas) e subjetivas (consciência social, aliança entre os diversos seg­mentos dos explorados) para que isso ocorra? Não se pode negar a existência dessas condições, principalmente nos países menores e periféricos do sistema capitalista, mas, nas sociedades integradas ao sistema capitalista e com forre esquema de massificação, torna-se cada dia mais difícil acontecer um movi­mento revolucionário.

Hoje, em todos os meios de comunicação, ouvimos declarações de que estamos vivendo em uma "nova" sociedade, em uma "era pós-moderna", em uma "sociedade pós-burguesa", em uma "sociedade pós-industrial”, etc. Com isso, afirma-se que está se estruturando uma nova organização social, comple­tamente diferente da anterior.

Ora, na sociedade atual estão sendo levadas ao limite as potencial idades da modernidade estabelecida pela Revolução Industrial dos séculos XVIII c XIX, sem modificar suas estruturas de poder e economia, mas, ao mesmo tempo, estão sendo criados e desenvolvidos os germes de sua modificação. Há indícios de que uma transformação está ocorrendo, mas em qual direção? As respostas a essa questão são muito divergentes. Podemos perceber que:

● A idéia de uma revolução violenta, com a tomada do poder do Estado para desenvolver uma nova sociedade, está cada dia mais distante da realidade. É possível uma revolução e a criação de uma nova sociedade por meio da ação consciente dos trabalhadores explorados? Parece difícil, porque a capacidade de cooptação por parte dos poderes vigentes é muito grande. Mas a consciência da desigualdade e do sofrimento que isso acarreta não é apagada ou silenciada, e se manifesta em revoltas pontuais em várias partes do mundo.

● Parece fora de cogitação, também, a idéia de uma mudança significativa me­diante ações lentas e graduais por parte das instituições políticas existentes, pois estas estão muito amarradas às estruturas de poder e pouco podem fazer. Quando existe uma possibilidade de mudança, a força da reação normalmente é muito grande e pode aniquilar qualquer tentativa de resistência. Além disso, por causa da crise na democracia representativa, as pessoas já não acreditam que os políticos possam tomar medidas para alterar profundamente a sociedade.

Então não há alternativa? Há uma apatia geral e nada acontece porque pouco se pode fazer para promover mudanças profundas na sociedade em que vivemos?

A idéia de transformação mudou, pois hoje não é possível uma transfor­mação geral e ampla, mas pode haver uma mudança específica das condições de vida dos participantes dos movimentos sociais e de ação prática. Os envol­vidos em tais movimentos buscam emancipar-se dos poderes existentes e criar alternativas coletivas concretas, pequenas e parciais à situação vigente.

 

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